A influência do stress e ansiedade nos atletas de Futsal
Por: Juliana2017 • 8/5/2018 • 2.588 Palavras (11 Páginas) • 458 Visualizações
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Psicologia do Desporto
Antes de referir propriamente o que é a psicologia do desporto, Brito (1994) salienta que a Psicologia é um dos ramos da ciência que estuda os fenómenos da vida consciente, na sua origem, desenvolvimento e manifestações.
A psicologia do desporto, sendo o desporto uma área da psicologia, estuda o comportamento dos indivíduos em contexto da prática desportiva bem como todos os fenómenos da vida consciente a que ela se podem associar (Brito & Serpa, 1996).
O Psicodiagnóstico Desportivo é um instrumento da Psicologia que faz a avaliação de condutas, atitudes e aptidões psicológicas que possibilitam aos desportistas melhorar as condições e recursos da sua prática desportiva (Palmer, 1995; Fleury, 2008). Ou seja, isto ajuda a entender como a atividade física beneficia os indivíduos que sofrem com algum transtorno psicológico.
Verificamos que a psicologia do desporto é um ramo independente porque os elementos psicológicos do desporto são específicos e distinguem-se dos observados noutros domínios da atividade humana (Brito, 1996), caracterizando-se este ramo da psicologia como a ciência que se dedica ao estudo dos efeitos dos fatores psicológicos, no comportamento do ser humano em situação de prática desportiva, bem como, os efeitos que essa participação, em competições desportivas, poderão ter nos praticantes.
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Habilidades Psicológicas
Normalmente um Psicólogo do Desporto começa um trabalho com um atleta ou uma equipa e dirige um programa de treino de habilidades psicológicas, sendo este um programa destinado a ajudar os atletas a melhorarem a sua habilidade mental e física ao mesmo tempo (Fulgham, 1999).
Já foram realizados vários estudos relacionados com as habilidades psicológicas e o treino. Estes estudos foram: o controlo da atenção e da concentração; a comunicação; a gestão da energia; a definição de objetivos; a hipnose; a imagética, visualização e prática mental; o monólogo; a coesão da equipa; o controlo do tempo (Lesyk, 2002).
Murphy e Tammen (1998) indicam que as habilidades psicológicas têm sido vistas como os comportamentos aprendidos e usados pelos atletas para controlarem o seu rendimento. Elas permitem ao atleta a aproximação a um contexto competitivo com confiança e conhecimento, de forma a que o corpo e a mente estejam preparados para um ótimo rendimento (Cox, 1994).
Gould e Dieffenbach (2002) realizaram um estudo em campeões olímpicos, em que se observou, que muitos factores exercem influência sobre o desenvolvimento psicológico dos atletas, especialmente, a comunidade, a família, os agentes não desportivos, o próprio indivíduo, os agentes e ambientes desportivos e o próprio processo desportivo. Assim, é importante destacar que o desenvolvimento das características psicológicas é um sistema complexo, constituído por uma série de factores influentes.
Savoy (1997) efetuou um estudo em que avaliou o desenvolvimento de um programa individualizado de treino mental a duas atletas de basquetebol feminino, durante uma época, que incluía o treino de focalização e imagética. Nesse estudo, através da estatística de jogo e da avaliação da performance dos atletas por parte do treinador, verificou-se que o treino dessas habilidades psicológicas garantiu uma melhoria ao nível da prestação desportiva.
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Stress
O stress é um conceito relacionado com a psicologia que está incluído, consciente ou inconscientemente, na maioria dos atletas, sejam eles amadores ou profissionais, seja durante os treinos ou jogos.
Machado (1997) considera que o stress manifesta-se como uma síndrome específica composta por todas as variações não específicas, provocadas dentro de um sistema biológico. Para este autor, existe uma concepção de que o stress é um fenómeno extremamente negativo, estando sempre relacionado com perigos ou prejuízos. Porém, muitas vezes o stress pode ser um importante aliado do atleta, ajudando-o a prepará-lo para transpor barreiras mais difíceis de serem quebradas. Delignieres (1991) defende que o stress é um forte aliado no aumento do nível de ativação do atleta.
O stress é importante para a manutenção e aperfeiçoamento das capacidades funcionais, como a autoproteção e o conhecimento dos seus próprios limites (Hirota, Traguetta & Verardi, 2008).
Estudos desenvolvidos por Lazarus e Folkman (1984) concluíram que os indivíduos determinam em alguma medida o stress que experimentam. Voguel (1993), acrescenta que um indivíduo percebe “um evento apenas como um evento”. Depois disso, o cérebro fará uma avaliação do acontecimento, considerando a intensidade do evento, as vivências já experienciadas e a saúde geral do organismo. Após essa etapa, o cérebro poderá decidir pelo enfrentamento, que pode diminuir as consequências do stress. Em caso de opção pelo não-enfrentamento, as consequências serão intensificadas e prolongadas.
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Ansiedade
Segundo Weinberg e Gould (2001), a ansiedade é um estado negativo caracterizado por nervosismo, preocupação e apreensão e associado com a ativação e agitação do corpo, sendo a ativação uma mistura de atividades fisiológicas e psicológicas numa pessoa, referindo-se às dimensões de intensidade de motivação num determinado momento. Os mesmos autores ainda citam que a ansiedade tem uma componente de pensamento, chamado de ansiedade cognitiva e a componente da ansiedade somática que é o grau de ativação física percebida.
Izquierdo (2002) defende que todos experimentamos algum grau de ansiedade ao longo de cada dia, mas há vários tipos de ansiedade, e nem todas nos causam mal-estar. A ansiedade é antecipatória, ficamos ansiosos porque prevemos a possibilidade de algo. Mas este “algo” pode ser benéfico ou terrível. Ninguém se queixa da ansiedade causada pela expectativa de algo benéfico.
A ansiedade pode chegar a extremos da angústia e, se demasiado intensa, pode levar ao stress. A ansiedade extrema pode desencadear enfartes do miocárdio, crises hipertensivas ou derrames cerebrais. A ansiedade intensa repetida ou constante é, portanto, perigosa e deve ser tratada (May, 1977).
Harris e Harris (1987) expressam que uma pessoa pode sentir ansiedade sempre que se preocupa com a sua atuação e com o seu nível de rendimento,
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