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Ansiedade e depressão

Por:   •  23/11/2017  •  10.479 Palavras (42 Páginas)  •  425 Visualizações

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Há alguns anos a cirurgia oncológica vem sendo reconhecida como uma especialidade cirúrgica com importante papel no tratamento de câncer a eficiência do resultado do tratamento cirúrgico está, em muito, relacionada ao preparo técnico pessoal, e ao interesse que o profissional desenvolve em relação à patologia (SOUZA FILHO, 2004). A atuação em equipes multidisciplinares tem alcançado resultados efetivos e relevantes na recuperação da população-alvo de atendimento. Isso se torna visível por meio da própria observação do profissional psicólogo que acompanha o paciente (SCANNAVINO et al., 2013).

Ao admitir os pacientes no centro cirúrgico de um hospital público, observo que, ansiedade e a depressão estão presentes nos que vão se submeter a uma cirurgia oncológica. Para Freitas et al. (2003) o procedimento independente do seu grau de complexidade representa para o paciente uma ameaça aos seus conceitos e padrões de vida, e este pode reagir das mais variadas formas frente às mesmas situações. Medeiros e Peniche (2006) afirmam que a experiência de uma intervenção como, por exemplo, o procedimento anestésico-cirúrgico leva o ser humano a mobilizar os seus mecanismos protetores. Essa mobilização não depende só dos processos somáticos, mas também psíquicos.

Figueiredo (2007), afirma que os profissionais de enfermagem, atuantes no centro cirúrgico, são, geralmente, os responsáveis pela recepção do cliente na sua respectiva unidade, e neste momento, ou seja, a chegada ao centro CC que o cliente demonstra suas angústias, medo, ansiedade e expectativas é importante que o profissional seja cortês, educado e compreensivo, buscando entender e considerar as condições do cliente. De acordo com Costa (2006), a ansiedade e a depressão podem influenciar negativamente no pós-operatório, é importante que o enfermeiro faça uso de alguns recursos no pré-operatório para que melhores resultados sejam alcançados em recuperação.

Para Smeltzer e Bare (2005), qualquer procedimento cirúrgico é precedido por algum tipo de reação emocional pelo paciente, seja ela obvia ou oculta, normal ou anormal. A ansiedade pré-operatória pode ser uma resposta antecipatória a uma experiência que o paciente entende como ameaçadora ao seu papel cotidiano na vida, à sua integridade corporal ou à vida em si mesmo. A angústia psicológica influencia diretamente no funcionamento do corpo. Assim, é imperativo identificar as fontes de ansiedade que o paciente está vivenciando (HETEM; GRAEFT, 2012), sentir-se inseguro ou ansioso diante de uma ameaça ou de um desafio, é considerado normal comum, possivelmente universal e justificável até certos limites, entretanto quando este estado interfere com o bem-estar, ele passa a ser considerado prejudicial à saúde, podendo ser importante do ponto de vista clínico.

Para Gorayeb et al. (2012), a identificação precisa de sintomas de ansiedade e depressão permite estabelecer planos de intervenções. Para a realização de intervenções é necessário considerar o contexto psicossocial no qual os pacientes estão inseridos, focalizando também a melhora do suporte social, diminuindo a sensação de isolamento e proporcionando-lhes melhor compreensão de seus sentimentos e emoções (PERRANDO et al., 2011).

O preparo pré-operatório contribui para o enfrentamento da cirurgia na medida em que as orientações prestadas reduzem a ansiedade, os medos, às inquietações originadas pelos procedimentos.

Com o uso da escala hospitalar de ansiedade e depressão (HADS) aplicada a pacientes no pré operatório de cirurgias oncológicas será possível analisar os níveis de ansiedade. A Escala Hospitalara de Ansiedade e Depressão (HADS) – escala traduzida e validada por Botega et al. (1998), visa detectar graus leves de transtornos afetivos em ambientes não psiquiátricos. É constituída por 14 itens de múltipla escolha, dos quais sete são voltados para avaliação da ansiedade (HADS-A) e sete para depressão (HADS-D). Cada item pode ser pontuado de 0 a 3, atingindo-se máximo de 21 pontos em cada sub escala (BOTEGA, 2012).

O interesse da pesquisa surgiu da necessidade em avaliar os níveis de ansiedade dos pacientes no pré-operatório de cirurgias oncológicas, sabendo-se que a expectativa é algo propício ao desenvolvimento da mesma, o medo do desconhecido, a falta de uma comunicação prévia com profissionais que irão prestar assistência pode ser um fator predisponente. Torna-se importante analisar os níveis de ansiedade e depressão presente no pré-operatório para que as intervenções de enfermagem sejam adotadas.

2. Objetivos:

2.1 Objetivos Gerais

- Avaliar os níveis de ansiedade e depressão em pacientes no pré-operatório de cirurgias oncológicas em um Hospital Público do municipio de Fortaleza - CE.

2.2 Objetivos específicos

- Caracterizar o grupo pesquisado quanto aos aspectos pessoais, sócios demográficos e nosológicos;

- Analisar os níveis da ansiedade e depressão em paciente no pré-operatório de cirurgias oncológicas por meio da aplicação da Escala Hospitalar de ansiedade e depressão;

- Propor a construção do protocolo assistencial de enfermagem para o paciente de cirurgia oncológica visando reduzir a ansiedade.

3. Fundamentação Teórica

3.1 Aspectos gerais do câncer

A palavra câncer vem do grego karkínos, que quer dizer caranguejo, e foi utilizada pela primeira vez por Hipócrates, o pai da medicina, que viveu entre 460 e 377 a.C. O câncer não é uma doença nova. O fato de ter sido detectado em múmias egípcias comprova que ele já comprometia o homem há mais de 3 mil anos antes de cristo. Atualmente é o nome dados a um conjunto de mais de 100 doenças, que têm em comum o crescimento desordenado de células, que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos (ABC da Saúde 2011).

O câncer é uma das doenças mais temidas no mundo inteiro. Grande parte desse medo é causada pela ausência de tratamento efetivo para a maioria dos tumores metastáticos inoperantes. A metástase é a formação de uma nova lesão tumoral a partir da primeira, mas sem continuidade entre as duas. Isso implica que as células neoplásicas se desprendem do tumor primário caminham através do interstício, ganham uma via de disseminação, são levadas para um local distante e lá formam uma nova colônia neoplásica. Em cada um desses passos, as células malignas têm de superar os sistemas

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