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A Importância da atividade grupal sob o referencial de Piaget

Por:   •  29/11/2018  •  2.532 Palavras (11 Páginas)  •  320 Visualizações

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Como considerações finais o artigo traz a importância da atividade grupal, pois essa interação é essencial para o desenvolvimento do ser humano, sendo assim indispensável à prática pedagógica.

Síntese Artigo 2

Este artigo traz a análise do jogo Rummikub para verificar a negociação sob a perspectiva de um mecanismo que vai do egocentrismo à reciprocidade. O aporte teórico também é Piaget. O jogo para a análise aconteceu em uma escola de Londrina – PR e participaram 8 alunos. Foram 10 sessões de jogo (4 de aprendizagem e 6 avaliativas). O resultado foi que ações egocêntricas, como trapacear, não aderir às regras, estão relacionadas a dificuldades de autocontrole, ausência de autonomia na aprendizagem e dificuldades de antecipação. Já as ações mais recíprocas relacionam-se a autonomia, planejamento de ação e enfrentamento de desafio.

Concluiu-se que deve ser otimizadas e estimuladas situações de negociações sob a perspectiva da aprendizagem, onde outros aspectos também são importantes, como social, afetivo e cognitivo para uma aprendizagem que favorece a descentração.

Discussão

- Contribuições de Vygotsky em relação a aspectos da psicologia de grupos

De acordo com Amélia Alvarez e Pablo Del Rio, 1996, para Vygotsky, a aprendizagem se dá através da cultura (construída historicamente dentro das relações sociais) e de instrumentos de mediação. Em sua teoria, nossa evolução se deu pelo fato de conseguirmos simbolizar.

Através dos símbolos, produzimos mediadores Instrumentais e Sociais, que quando são interiorizados, modificam nossa maneira de ver o mundo. Desenvolveu assim o conceito de ZDP (zona de desenvolvimento proximal), caracterizada pela distância entre a ZDR (zona de desenvolvimento real) que é quando a criança aprende sozinha e a ZDP (zona de desenvolvimento potencial) que são as capacidades a serem construídas com a mediação no processo, como um professor ou com colegas em uma atividade grupal. A zona de desenvolvimento proximal está em constante transformação. O que uma criança pode fazer hoje com assistência, ela será capaz de fazer sozinha amanhã.

Vygotsky difere as Funções Psicológicas Naturais – já nascemos com elas, possuem origem biológica, são utilizadas para garantir nossa sobrevivência – das Funções Psicológicas Superiores, que é o resultado do nosso desenvolvimento cultural.

Como características, observe as características do pensamento de Vygotsky, de acordo com Rio (1996, p. 82): as Funções Psicológicas Superiores permitem que o indivíduo controle os estímulos do meio externo que irá provocar o seu comportamento, por exemplo, quando amarramos uma fita no dedo para lembrar-se de fazer algo, superando assim o condicionamento do meio externo. As Funções Psicológicas Superiores também utilizam os instrumentos psicológicos como mediadores para o processo de interiorização. Essa interiorização não é apenas trazer para dentro de si algo do meio externo, e sim, é um novo entendimento que modifica a visão de determinada coisa mudando nossa atuação diante disso.

Sendo assim, o aprendizado precede o desenvolvimento intelectual. Quanto mais aprendizado, mais desenvolvimento. As funções psicológicas superiores precisam do suporte biológico, o que define limites, mas também aumentam possibilidades. Essas possibilidades, no funcionamento psicológico, fundamentam-se nas relações sociais entre indivíduo e mundo exterior, as quais se desenvolvem em um processo histórico, sendo que a cultura é essencial. Essa relação de homem/mundo é cada vez mediada por sistemas simbólicos, que é uma ferramenta auxiliar e facilitadora na complementação do aprendizado.

- Contribuições de Piaget em relação a aspectos da psicologia de grupos

Ao longo do desenvolvimento, Piaget observou características em cada fase do crescimento da criança, dividindo-as em períodos onde elas apareciam com mais frequência em determinadas idades. Com o desenvolvimento genético e a interação com o objeto de conhecimento a criança adquire maiores habilidades e passa fortemente a pertencer e a conhecer características mais específicas aprendidas de sua cultura e sociedade, esta se denomina como aprendizagem experiencial.

No período sensório-motor, logo no início da vida (0-2 anos) a criança começa a aprender e a desenvolver condutas e regras gerais como: tempo, espaço e causalidade. Assim, ao longo da vida suas funções psíquicas são aprimoradas fazendo com que a interação social seja facilitada e seu desenvolvimento durante os períodos de crescimento trazem impactos em tais habilidades de socialização.

Piaget cita como o último período o operatório formal (12 anos em diante), em que o ser passa a desenvolver pensamento lógico e previsões podendo pensar em algo que pode acontecer, e é aqui que se desenvolvem funções mediadoras nas resoluções de conflitos. Esta é uma das fases mais importantes para a socialização, tal que, ela se concentra nas relações de sujeito-objeto, sujeito-sujeito e sujeito-outro.

Ele entendia que quando a criança passar por um período, ela utilizava o anterior como aparato para desenvolver novas funções para períodos posteriores, assim, o desenvolvimento vinha das relações subjetivas que o indivíduo estabelecia com o meio em que estivesse inserido. Contudo, fazemos uma reflexão em que o processo de socialização e desenvolvimento seria subjetivo, assim cada um poderia ter tipos específicos de características e ferramentas para lidar com as adversidades do cotidiano.

Conforme a criança vai complexando essas interações, para Piaget é como se ao mesmo tempo fosse "aumentando" ou "aprimorando" a inteligência. O organismo busca se adaptar de forma preservativa, a qualquer situação ou problema que o mesmo possa encontrar nessa interação.

Para tanto, Regina (2003, p.03), descreve dois mecanismos usados por Piaget, que são os mecanismos de acomodação e assimilação. Na assimilação, o indivíduo usa esquemas estruturados que já adquiriu em interações anteriores para resolver o problema iminente, e na acomodação após fazer essa assimilação o indivíduo precisa mudar sua estrutura psíquica referente ao que ela já tem de conhecimento daquele objeto novo, para poder vivenciar uma nova experiência.

O texto de Ribeiro, Oliveira e Calsa (2012, p.248) traz o jogo Rummikub como instrumento de avaliação desse desenvolvimento individual e estratégias do jogo,

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