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A IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS INATAS DO CÉREBRO NA EVOLUÇÃO HUMANA

Por:   •  20/3/2018  •  3.819 Palavras (16 Páginas)  •  349 Visualizações

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O aumento do cérebro, a inteligência e a vida social humana:

Relacionado à evolução da mente humana está o fato do notável aumento do nosso cérebro. Ao decorrer dos séculos, com o “aperfeiçoamento” do homem, foi possível notar a grande diferença entre a relação do tamanho do cérebro/tamanho do corpo que possuímos hoje e o dos nossos ancestrais, através da comparação entre a medida dos crânios. E, por o tamanho estar relacionado à inteligência, podemos afirmar, portanto, que hoje somos indivíduos muito mais desenvolvidos em nossas capacidades de raciocínio, convivência social etc.

Além do tamanho do crânio, podemos observar uma notável mudança em sua forma, onde houve a ampliação da área frontal em relação à outras espécies e, consequentemente, a relação entre o tamanho da face aumentou também. O cérebro humano passou a apresentar maior número de circunvoluções (ondulações ou giros). As ondulações são necessárias para que o tecido nervoso possa caber na caixa craniana, fazendo com que essa tenha a proporção certa de acordo com o resto do corpo. As circunvoluções são responsáveis por aumentar a superfície do cérebro, para que o mesmo acomode o número ideal de neurônios relativos à espécie humana (aproximadamente 80 bilhões), sem que haja a necessidade do aumento exagerado de seu tamanho. Tais giros podem não desempenhar papel algum ou serem extremamente importantes para o funcionamento cerebral, permitindo, por exemplo, o pensamento, o estado subconsciente e o raciocínio lógico.

A teoria de que o aumento do cérebro humano gerou indivíduos com maior inteligência é baseada no número de sinapses que tal ser realiza. Como visto antes, um homem possui, aproximadamente, 80 bilhões de neurônios. Portanto, a quantidade de conexões que o mesmo realiza é muito grande e mais variada do que outras espécies de animais e até mesmo nossos ascendentes, já que o cérebro humano é um dos maiores observados, com tamanho em torno de 1.200 cc.

Porém, apesar da relação tamanho do cérebro/tamanho do corpo e inteligência ser próxima, um cérebro grande não é uma vantagem evolutiva óbvia. Pois, para isso, a ingesta de proteína necessária para manter um bom funcionamento das faculdades mentais seria muito maior. Podemos observar que no decorrer da história do desenvolvimento humano, apesar de continuarmos onívoros, o consumo de proteínas aumentou bastante. Isso se deve à um enorme gasto de energia voltado para o desempenho das funções cerebrais. Portanto, um cérebro muito maior levaria à uma maior necessidade de ingestão de proteínas e um investimento grande de energia , o que poderia prejudicar a sobrevivência da nossa espécie.

A diferença no tamanho do crânio não influenciou somente a questão intelectual, mas também nos permitiu uma vida social muito mais complexa do que qualquer outro ser possui. Somos indivíduos extremamente sociáveis e, uma das formais mais marcantes de comunicação são as expressões que o ser humano é capaz de reproduzir, devido à capacidade de transmitir mensagens, como estados físicos e mentais.

O cérebro e a evolução comportamental da nossa espécie:

Ao analisarmos a vida da nossa espécie ao decorrer da história, podemos perceber mudanças significativas. O homem, ao evoluir, aprendeu a caçar, fazer ferramentas etc, e, assim, passou a realizar muitas outras ações que foram desencadeadas pela melhora de suas habilidades cognitivas. Porém, o estudo do comportamento humano vai muito além de seus mecanismos, o mesmo busca determinar a sua função adaptativa, já que tais comportamentos variam de acordo com as populações e espécies. A difusão de ações é feita a partir da aprendizagem, com a experiência individual e a de outros indivíduos de uma mesma espécie (exemplo: os pássaros jovens aprendem seu canto ouvindo pássaros adultos). Para a biologia evolutiva, o comportamento é somente mais um caractere, podendo ter ou não um componente genético e ser passado para nossos descendentes através das heranças genéticas, o que explicaria a tendência de alguns indivíduos à atitudes mais agressivas, à religião e à xenofobia, por exemplo.

A partir da década de 90, surgiu um subgrupo da sociobiologia, que tinha o intuito de esclarecer, de uma maneira diferente, como se dá a origem dessas ações. Tal subgrupo era liderado por Leda Cosmides e J. Tooby, que se autointitularam psicólogos evolucionistas. Esses se propuseram a explicar o comportamento através das adaptações necessárias para as expressões dos mesmos.

Com a adequação do homem ao ambiente, o aperfeiçoamento de habilidades já presentes e o desenvolvimento de outras, podemos relacionar a evolução do comportamento do homem à evolução também do cérebro. Através do desenvolvimento das áreas responsáveis pela fala (Broca), áreas responsáveis pela habilidade motora (lobo frontal) e também das áreas responsáveis pela produção da percepção através de interações com o ambiente em que o indivíduo está exposto (lobos parientais, occipitais e temporais).

A linguagem como ferramenta essencial na evolução:

A linguagem é qualquer e todo sistema de sinais (signos) que serve para expressar ideias e/ou sentimentos, portanto, uma comunicação. Vem sido utilizada gerando constante evolução ao longo de milhões de anos. À medida que vem evoluindo, partindo de ideias prévias de comunicação corporal, através de sons, movimentos, de modo a possibilitar a linguagem, se desenvolvia, o cérebro não deixou de aumentar, e à medida que modos mais complexos de processos de pensamento e linguagem evoluíam, as ligações cerebrais que eram necessárias também se desenvolviam. Aquilo que resultou não foi uma única linguagem "primitiva", mas sim a capacidade única de usar a linguagem como referência, isto é, a faculdade de usar palavras que conduzem a outras palavras através da sintaxe. Dentre muitas diferenças que existem entre os seres humanos e os outros animais, há uma que nos coloca exclusivamente à parte: a capacidade para a linguagem simbólica. Todos os animais se comunicam, porém somente os seres humanos têm a habilidade da fala e da escrita.

O ser humano é em essência uma espécie altamente social que se educa mutuamente por meio da fala, fazendo com que essa seja essencial para a integridade do desenvolvimento emocional e cognitivo, identificando, segundo o autor Derek Bickerton, a linguagem não só como comunicação, mas também como base da consciência humana. Segundo o texto "A Evolução da Inteligência" de Renato

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