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A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO DOS PAIS E PROFESSORES PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ACADÊMICO: UM ESTUDO DE CASO NA PSICOLOGIA ANALÍTICO COMPORTAMENTAL

Por:   •  3/4/2018  •  5.766 Palavras (24 Páginas)  •  535 Visualizações

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convivem com o mesmo: mãe, pai e professora.

Intervenção Terapêutica

Instrumentos e Procedimentos

A análise funcional do comportamento foi realizada em ambiente clínico, a partir de três interações: terapeuta-pais (sete sessões); terapeuta-cliente (doze sessões) e terapeuta-professora (uma sessão). A partir dos resultados da avaliação, foram formuladas predições sobre as consequências, no comportamento de interesse do cliente, de modificações nas variáveis ambientais. Assim, efetuaram-se intervenções específicas em cada interação, cujos objetivos, procedimentos e estratégias são descritos a seguir:

Interação: terapeuta-cliente; terapeuta-mãe; terapeuta-professora.

Objetivo: Aumentar a autoestima e desenvolver comportamento de melhor desempenho acadêmico.

Procedimento: Reforço verbal; reforço generalizado; orientações para diminuição na frequência a coerções.

Estratégias: Elogiar sua aparência e produção escrita; técnica de economia de fichas; relato verbal do efeito sobre a coerção; relato oral do efeito da demonstração de afeto verbal e não verbal, após melhoras de desempenho do cliente.

Os comportamentos de interesse foram definidos mediante solicitação de exemplos que ilustrassem os comportamentos-queixa apresentados pelos entrevistados.

Os objetivos predominantes da intervenção psicoterápica buscavam auxiliar o cliente no seu processo de independência, melhorar sua autoestima e autoconfiança e contribuir para o aprimoramento do seu desempenho acadêmico. Nas orientações com os pais os objetivos almejavam melhorar a qualidade da relação de afeto com a criança e promover comportamentos facilitadores de aprendizagem escolar. Os objetivos específicos nas orientações com os pais foram o de estabelecer uma rotina organizada, estabelecer limites, supervisionar atividades, diminuir a frequência de coerção, dosar adequadamente proteção, incentivar à independência, prover um ambiente com recursos e instrumentos para estudar, estabelecer interações positivas, demonstrar afeto, ser modelo adequado de envolvimento com as atividades, promover diálogo, apresentar nível de exigência compatível com o desempenho da criança, relacionar o teórico com a prática, incentivar o brincar e interessar-se pela vida do filho.

Descrição do caso

João, 6 anos, sexo masculino, primeiro filho por parte de mãe e terceiro filho por parte de pai - família de nível socioeconômico médio - é estudante da primeira série fundamental de uma escola municipal.

A queixa apresentada pela família foi de que a criança apresentava lentidão e distração. Na escola demonstrava dificuldades no copiar do quadro, e durante a realização das atividades dirigidas em sala de aula era o último a terminar. João andava pela sala, mordia seus lápis, borracha e camisetas, cutucava os amiguinhos que sentavam a sua frente ou atrás. Queria ir com frequência ao banheiro e beber água. Quando ameaçado de ficar sem o recreio João imediatamente iniciava a atividade de forma adequada finalizando. João tinha boas notas.

Em casa João apresentava lentidão, distração nas realizações das atividades da escola e na sua rotina diária como no trocar as roupas, escovar os dentes e nas atividades físicas como a natação. As birras eram presentes quando era exigido fazer suas atividades. Apresentava irritabilidade e choro. Verbalizava para a mãe “eu estou com muita raiva de você” “eu queria que você morresse” “eu nunca posso fazer o que eu quero” fisicamente envermelhava o rosto e expressava comportamento não verbal de estar bravo.

Segundo a mãe, os comportamentos-problema vinham acontecendo desde que João ingressou na escola com três anos, nesse período a mãe o desmamou a criança começou a roer as unhas. Na pré-escola a professora reclamava da distração. Na etapa da primeira série a mãe relatou que ficava irritada com a “demora” nas realizações dos afazeres escolares (tarefas) em casa e proferiu ainda que as atividades de rotinas diárias como escovar os dentes e trocar de roupa a mãe acabava fazendo por ele.

A criança morava com o pai e a mãe, possui dois irmãos sem muito contato e foi um filho muito esperado por parte da mãe. A introdução à escola foi “angustiante” para a mesma, porque ele chorava bastante. O apego à professora da pré-escola também foi intenso, o menino chorava todas as vezes que ela saia da sala. Na primeira série compreendia bem as matérias, porém não acompanhava a classe, sendo o último a terminar qualquer atividade dirigida.

A relação da mãe para com o filho era limitada, pois o tempo dedicado à criança era nas realizações das atividades escolares e no momento em que colocava João para dormir e fazer junto suas orações, sem muito tempo para brincar. Conforme o relato da mãe considerava-se superprotetora. O tempo do pai com João também era limitado sem muita participação, porém no momento que o pai se posicionava, João o obedecia. Criança carinhosa com facilidade em fazer amizades, gostava de brincar com os amiguinhos na rua, com bicicleta e videogame, mas segundo a mãe ele cedia nas brincadeiras para agradar os amiguinhos e deixava de fazer o que queria ficando triste cabisbaixo. Com um ano ele começou a engordar e seguia uma dieta sem muitos avanços.

REFERENCIAL TEÓRICO E ANÁLISE FUNCIONAL

Na abordagem comportamental, a análise funcional consiste na principal ferramenta para um processo de avaliação, modificação e ampliação do repertório de comportamentos de uma criança (Silvares, 2004).

De acordo com Skinner (1995), o comportamento é o resultado da interação organismo-ambiente compreendido a partir da identificação das circunstâncias em que ocorre. Esta unidade interativa deve ser investigada sistematicamente mediante a descrição e a interpretação de relações funcionais entre comportamento e ambiente (Matos, 1999).

A análise funcional busca identificar qual é a função dos comportamentos-problema no ambiente através de hipóteses das relações entre variáveis independentes e dependentes (Del Prette, et al., 2015).

[...] Investiga-se a presença de déficits ou excessos comportamentais, levantam-se as possíveis variáveis antecedentes e consequentes ao comportamento-problema e verifica-se a existência ou não de relação entre elas e a queixa apresentada. Dessa forma, o terapeuta realiza a análise funcional para identificar qual a função do padrão comportamental

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