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A HISTORIA DA PSICOLOGIA ANALÍTICA

Por:   •  24/12/2018  •  5.494 Palavras (22 Páginas)  •  372 Visualizações

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Jung buscou em outras áreas do conhecimento subsídios para desenvolver seus conceitos como o seu conceito da libido através da Energia Psíquica que segue o mesmo conceito de energia do campo da física, porém Jung procurava manter uma correlação e não uma transposição, evitando uma generalização de conceitos. Seguiu desenvolvendo e aprimorando seus conceitos que resultaram na Psicologia ANALITICA e serviram de pedra fundamental para outros ramos da psicologia científica como a Psicologia Humanista, a Psicologia Arquetípica e a Psicologia Transpessoal e fizeram dele um nome de vital importância na história da psicologia e da psiquiatria.

A psicologia analítica permite que o psicólogo deixe o paciente livre, fazendo intervenções em momentos apropriados conduzindo ou orientando o discurso, de modo a manter o indivíduo em seu relato, sem que ele perca o foco. A postura do analista nesse caso já é diferente, pois ele se coloca como outra personalidade a interagir com o paciente, como outra pessoa passando pelos mesmos processos que ele, apenas mais analisado e treinado para que possa ajudá-lo. Jung entendia que a personalidade do analista está envolvida e também consistia num dos fatores que determinavam aquela relação e aquele processo e que ambos estavam numa jornada, aprendendo, se descobrindo e se influenciando mutuamente, em busca de seus inconscientes.

Além do discurso verbal, a psicologia analítica de Jung também usa outras ferramentas que consistem em expressões artísticas de todos os tipos, como desenhos, pinturas e argila. Outra ferramenta é a associação de mitologia e contos de fadas ao discurso do paciente, seja ele o relato de um sonho, fantasia, ou até mesmo de alguma situação de vida, bem como a imaginação ativa, que é em uma interação com os conteúdos do inconsciente através de sua personificação. Outra técnica utilizada é a caixa de areia, onde o sujeito pode manusear a areia seca ou molhada e acrescentar miniaturas, criando cenários em um ambiente ao mesmo tempo livre e protegido, tanto pela relação terapêutica quanto pela própria caixa. Todas essas técnicas proporcionam o diálogo entre consciente e inconsciente, ativando o desenvolvimento da personalidade.

A inauguração do hospício Dom Pedro II Em 1852 e o hospital nacional dos alienados no Rio de Janeiro foi o fator que marcou a entrada da assistência psiquiátrica no Brasil, em 1954 Jung volta a sua atenção para o Brasil e para os métodos na Colônia do Engenho de Dentro, sendo este o momento de intersecção da Psicologia Analítica com o Brasil.

O livro “Imagens do Inconsciente,” da autora Nise da Silveira, apresentava imagens produzidas no atelier de pintura do setor de terapia ocupacional do Centro Psiquiátrico Dom Pedro II, que culminou com a fundação do Museu de Imagens Inconscientes, que também era um centro de estudos e pesquisas em 1952.

A Psicologia Analítica de Jung foi introduzida no Brasil por meio deste trabalho de Nise da Silveira, livro em que ela traça uma referência entre as pinturas dos pacientes e temas míticos, paralelo em consonância com o trabalho de Jung que via nos desenhos de seus pacientes com mandalas a representação da totalidade do Self.

Em 1957 aconteceu o II Congresso Internacional de Psiquiatria em Zurique, Nise da Silveira foi convidada a apresentar a exposição “A esquizofrenia em imagens”, inaugurada por Jung. Antes, em 14 de junho de 1957, Nise da Silveira foi recebida por Jung em sua residência, quando Jung recomendou a ela o estudo de mitologia.

A Psicologia Analítica de Jung se difundiu e em 1978 foi fundada a Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica (SBPA).

E assim foi o surgimento da Psicologia Analítica no Brasil e no mundo. A psicologia de Carl Gustav Jung mostra-se como uma psicologia totalmente afinada com inúmeras áreas do saber humano e como um campo de conhecimento com infinitas possibilidades.

A Psicologia Analítica é um legado de Jung que será ainda mais explorado e fundamentará muita coisa que ainda será descoberta pelo ser humano, pois sua psicologia carrega as características de ser vanguardista e transcendental.

Pressupostos básicos da psicologia analítica

Método hermenêutico

O primeiro pressuposto indicado por Jung está relacionado com seu método utilizado, o método hermenêutico. A hermenêutica é um método inicialmente utilizado para a compreensão de textos sagrados, mas que foi ampliado como método de interpretação de textos em geral, assim como de expressões simbólicas.

Para compreendermos a associação do método hermenêutico à psicologia junguiana, devemos considerar que para Jung o inconsciente se manifesta como uma linguagem, assim, Jung aponta como necessário “[…] examinar as formas de manifestação do inconsciente, a fim de compreender sua linguagem.” (JUNG, 1999, p.118). Para compreender a linguagem do inconsciente, seria necessário.

Para compreendermos a associação do método hermenêutico à psicologia junguiana, devemos considerar que para Jung o inconsciente se manifesta como uma linguagem, assim, Jung aponta como necessário “[…] examinar as formas de manifestação do inconsciente, a fim de compreender sua linguagem.” (JUNG, 1999, p.118). Para compreender a linguagem do inconsciente, seria necessário.

[…] aplicar o mesmo método usado para a leitura de um texto fragmentário, ou que contenha palavras desconhecidas, isto é, a consideração do contexto. Pode ocorrer que o significado da palavra desconhecida seja descoberto quando comparado com uma série de passagens que a contém (JUNG, 1994, p.54).

Deste modo, para compreender a linguagem do inconsciente é necessário conhecer as formas pelas quais o inconsciente se manifesta, sejam elas pessoais, como os sonhos, devaneios, sintomas, atos falhos dentre outras; ou coletivas, como mitos, contos de fadas, religiões, arte, literatura, ideologias de massa dentre outras; através dessas manifestações poderemos – por meio de contextualização e comparação, compreender a dinâmica do inconsciente.

Na pratica clínica, o método hermenêutico é utilizado por Jung sob o nome de “amplificação”, que consistia no processo de buscar as associações do cliente sobre determinado símbolo, de forma dirigida, circulando em torno do símbolo a fim de recolher o máximo de associações pessoais ou coletivas (culturais e míticas), para melhor compreender o símbolo junto ao cliente.

A hermenêutica não constitui apenas um método de investigação, mas, uma

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