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A ANÁLISE PSICOLÓGICA DO FILME O QUARTO DE JACK

Por:   •  6/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.489 Palavras (6 Páginas)  •  1.522 Visualizações

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ANDERSON GABRIEL LOPES DE FARIA

GUILHERME VASCONCELOS PINHEIRO BONFIM

JULIO CEZAR MOTA MARIA

LEYLAINE SUELEN DE OLIVEIRA

MARIANNA AFONSO DE MELLO

MAYARA DA SILVA BATISTA  

ANÁLISE PSICOLÓGICA DO FILME O QUARTO DE JACK

                                                       VILA VELHA

2021

ANDERSON GABRIEL LOPES DE FARIA

GUILHERME VASCONCELOS PINHEIRO BONFIM

JULIO CEZAR MOTA MARIA

LEYLAINE SUELEN DE OLIVEIRA

MARIANNA AFONSO DE MELLO

MAYARA DA SILVA BATISTA  

ANÁLISE PSICOLÓGICA DO FILME O QUARTO DE JACK

Trabalho da disciplina de Teorias Humanistas para obtenção de nota referente ao 1º bimestre de 2021.

Professora Milena Rosário

VILA VELHA

2021

  1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho é uma análise psicológica do filme O Quarto de Jack, em que traz uma correlação com os assuntos da Fenomenologia de Edmund Husserl. O filme narra à história de uma mulher que foi sequestrada na adolescência por um estuprador do qual futuramente a deixou grávida, e a aprisiona em um pequeno quarto.

Em tal cenário, necessitando viver em um ambiente caótico com seu filho Jack, a mãe (Joy) tenta reinventar-se para poder proporcionar experiências alegres e saudáveis para a criança, na medida do possível. A narrativa traz uma intrigante história de “relativa superação”, em que uma mãe luta pela liberdade, e uma criança que nunca conheceu o “mundo” existente fora do quarto.

O objetivo desse trabalho é trazer uma visão mais detalhada referente aos quesitos psicológicos abordado no filme, trazendo conceitos de método fenomenológico, consciência, experiência e reflexão.

  1. ANÁLISE PSICOLÓGICA DO FILME O QUARTO DE JACK

O filme O Quarto de Jack narra a história de uma mulher (Joy) que aos 17 anos é sequestrada e abusada sexualmente. A partir desse período ela vive em um pequeno quarto com o filho (Jack), proveniente de uma gravidez após as várias ocasiões de estupro. Jack é um garoto de cinco anos que não conhece qualquer outro lugar a não ser o pequeno compartimento que vive com a mãe, ele não possui a mínima noção da existência de um mundo exterior ao cômodo. Diariamente, eles recebem o estuprador (Velho Nick) no quarto, que traz alimento, e não obstante, abusa sexualmente de Joy.

O filho, Jack não conhece o “mundo fora do quarto”, pois nunca saiu do mesmo, e acredita que o “real” é o que vive dentro do quarto, e que não existe nada além. Podemos aí, fazer uma correlação com a Fenomenologia de Husserl.

“O método fenomenológico (Husserl, 1901/2007) aplica-se à relação entre consciência e experiência. A consciência é definida como uma estrutura apta para tomar conhecimento do que se apresenta na experiência. O conhecimento decorre desse movimento da consciência para a experiência.” (BARBOSA, 2010, p. 81-93)

O que nos leva a entender que Jack ainda não tem consciência atrelada a realidade de uma pessoa que convive em meio social, visto que o filme relata que o garoto acredita que não existe vida ou qualquer outra coisa fora do quarto. Suas experiências estão todas embasadas em um ambiente criado por sua mãe, onde eles liam, faziam exercícios e brincavam, sem nunca ter ido pra fora do quarto.

Na experiência está o mundo com a vivacidade dos seus muitos objetos, pois sem experiência não há consciência. A consciência, por sua vez, é permeada por uma história de vida, por crenças e convicções remotas e atuais, e por projetos de maior ou menor clareza sobre o futuro. Essa rica estrutura, constituída pela correlação intencional entre consciência e experiência, uma correlação que define a experiência consciente e a subjetividade (sujeito cognoscente), será prejudicada na ausência de reflexão.

O papel da reflexão é clarificar a experiência para a consciência, e a consciência para ela mesma. A possibilidade dessa clarificação está no método fenomenológico por meio de suas reduções. Por isso, o método fenomenológico é a arte sistemática da reflexão.(BARBOSA, 2010, p. 81-93)

No decorrer da trama, Joy traça um plano para poderem escapar do quarto. Com o realizar do plano, mãe e filho conseguem se ver livres da prisão após os cinco anos de abuso. Entretanto, a tão almejada liberdade que Joy procurava, apesar de ter sido conquistada, não acarretou no fim dos seus problemas, ainda menos resultou em plena felicidade. O que demonstra a necessidade de reflexão enunciada por Husserl.

Para Kockelmans (1967), Heidegger parte de uma posição comum a Husserl, de que cada tipo de Ser se dá e se manifesta ao seu próprio modo.” (BARBOSA, 2010, p. 81-93). Nessa perspectiva, mediante a atual configuração de sua vida, mesmo livre, Joy se vê infeliz a ponto de tentar suicídio. Do outro lado, Jack se depara com a vontade de voltar para quarto, o que apesar de parecer estranho para quem vê o filme, nada mais é do que uma criança que deseja voltar para o lugar onde ele se sente seguro. O lugar onde criou sua rotina, seu “mundo”, sua consciência e suas experiências, como arremete a fenomenologia de Husserl. Resumindo, um lugar onde para ele é o seu verdadeiro lar.

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