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Perfil e evolucao do paciente em terapia nutricional enteral domiciliar

Por:   •  17/11/2018  •  3.541 Palavras (15 Páginas)  •  342 Visualizações

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PALABRAS-CLAVE: Perfil de salud, Nutrición enteral, Servicios de Asistencia Domiciliaria.

INTRODUÇÃO

As transições demográfica e epidemiológica associadas ao desenvolvimento tecnológico-científico têm influenciado no perfil nosológico da população brasileira¹.

Atualmente as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são as principais causas de adoecimento e morte da população, além de gerar altos custos ao individuo e ao sistema de saúde2.

Segundo dados do DATASUS, em 2014, cerca de 40% da população adulta brasileira, o equivalente a 57,4 milhões de pessoas, possuía pelo menos uma DCNT, tendo a hipertensão arterial, o diabetes mellitus, a doença crônica de coluna, o colesterol e a depressão como doenças de maior prevalência no país2.

A existência dessas doenças está associada a fatores de risco como tabagismo, consumo abusivo de álcool, excesso de peso, níveis elevados de colesterol, baixo consumo de frutas e verduras e sedentarismo2.

O alargamento do topo da pirâmide etária com o aumento da população com 60 anos ou mais associado à maior expectativa de vida também aumenta a prevalência de DCNT impactando no processo de saúde resultando na organização do sistema publico de saúde para atender a esse público3.

A evolução das DCNT pode levar ao acúmulo de sequelas, perda de autonomia, incapacidade, perda da qualidade de vida e à piora das condições clínicas com limitações na função oral impossibilitando a ingestão de alimentos, necessitando, desta forma, de uma via alternativa de alimentação com vistas a garantir o estado nutricional adequado4,5.

A nutrição enteral é o acesso garantido por dispositivos que possibilitam a oferta de alimentos diretamente no trato gastrointestinal por meio de sondas4.

A escolha do tipo de via de nutrição depende das condições clínicas da integridade do trato gastrointestinal e do estado do paciente4.

Outras doenças podem migrar para o uso da dieta enteral como doenças neurológicas, distúrbios gastrointestinais, doenças respiratórias, traumas, câncer de cabeça e pescoço entre outras4.

Tais patologias demandam atendimento especializado realizado em condição de internação, porém esse serviço além de ser muito dispendioso pode se constituir num risco ao paciente. Segundo Baxter et al, os custos com a terapia nutricional domiciliar representam cerca de 33% da terapia hospitalar6.

A terapia nutricional enteral (TNE) domiciliar auxilia na prevenção da desnutrição, garante assistência adequada e proporciona melhor qualidade de vida por possibilitar o convívio do individuo com a família, além de contribuir para o direito à alimentação adequada e saudável aos portadores de necessidades alimentares especiais, seguindo as diretrizes e objetivos da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) 3,7.

A legislação brasileira não obriga o fornecimento de dietas enterais, porém considerando que as dietas artesanais não suprem as necessidades nutricionais para pacientes que precisam desse tipo de suporte para manter a integridade vital, vários municípios tomam a iniciativa de criar normativas e até programas de atenção nutricional com o objetivo de organizar a atenção a pacientes com necessidades especiais de alimentação 3,8-11.

No município de Goiânia foi elaborado um protocolo de dispensação que representa um avanço no atendimento aos indivíduos com necessidades especiais de alimentação residentes na cidade, visando a melhora da situação de saúde e qualidade de vida dessas pessoas 12.

Segundo esse protocolo indivíduos residentes na cidade que apresentarem desnutrição secundária a alguma doença de base e/ou apresentarem doença que comprometa o funcionamento do trato gastrintestinal, e/ou em uso exclusivo de terapia nutricional enteral via sonda de longa permanência, tem o direito de receber a alimentação industrializada 12.

Poucos são os estudos que caracterizam o perfil do paciente em uso de TNE em domicílio. É importante conhecer o perfil desses pacientes para adequar os serviços de atenção domiciliar às suas necessidades evitando riscos nutricionais, doenças oportunistas e propiciando qualidade de vida 8,13.

Diante do exposto o objetivo desse trabalho foi avaliar o perfil do paciente em terapia nutricional domiciliar contemplado por doações de dietas especiais pela Secretaria Municipal de Saúde e a sua evolução.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo quantitativo com delineamento prospectivo, observacional e descritivo realizado junto aos processos de dispensação de dietas especiais da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.

Os dados foram coletados da Ficha para Solicitação de Fórmulas Dietéticas Especiais preenchida pelo médico ou nutricionista prescritor, anexada ao processo no momento da abertura do mesmo, e nos relatórios de visita domiciliar de avaliação ou de reavaliação do paciente em terapia nutricional enteral anexados ao processo pelo nutricionista distrital. Os processos de dispensação de dietas especiais ficam disponíveis na Farmácia de Insumos e Medicamentos Especiais da Secretaria Municipal de Saúde.

Foram incluídos nessa pesquisa os processos ativos de indivíduos que receberam doação de dietas especiais da Secretaria Municipal de Saúde no período compreendido entre janeiro de 2014 e janeiro de 2017.

Foram coletados os seguinte dados: número do processo, idade do paciente em anos no momento da abertura do processo, sexo (M ou F), diagnóstico, condição do paciente (acamado, cadeirante ou deambulante), posição da sonda (nasogástrica, nasoenterica, gastrostomia ou jejunostomia), fórmula solicitada, peso inicial e final, altura, estado nutricional e tempo de dispensação da dieta.

O banco de dados foi construído utilizando-se o programa Excel (2010). Os dados foram analisados de forma descritiva para conhecer as características da amostra estudada quanto as variáveis de interesse.

Foram analisadas as variáveis de gênero e idade para construção do perfil demográfico da população de estudo.

O perfil epidemiológico foi caracterizado a partir da frequência simples e percentual das variáveis: diagnóstico principal, condição, posição da sonda e tipo de dieta.

A avaliação do perfil nutricional e de evolução do paciente

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