Otite Externa Necrotizante
Por: Lidieisa • 26/3/2018 • 745 Palavras (3 Páginas) • 309 Visualizações
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acometimento de base do crânio, que
tipicamente ocorre em pacientes com algum grau de
imunossupressão, sendo idosos e diabéticos mal controlados seu alvo
principal. A Pseudomonas
aeruginosa
é responsável por 95% dos
casos, porém em imunossuprimidos podem ser encontrados outros
agentes. A diferenciação entre OEDA e OEN no início do quadro é
difícil. Observa-se na OEN otorreia e otalgia (de caráter “lancinante”
e noturna) irresponsivas ao tratamento inicial. Ao exame físico,
otorréia (fétida e purulenta) e tecido de granulação em porção inferior
de conduto auditivo externo (fissura de Santorini). O diagnóstico é
baseado na história clínica, exame físico e exames complementares. A
TC do osso temporal com contraste é atualmente o exame de imagem
mais importante para avaliação da extensão da doença. A cintilografia
com tecnécio-99 é também útil para o diagnóstico por sua alta
sensibilidade (97,8%). Porém, as alterações nos dois exames podem
ser persistentes, mesmo com a resolução de doença. A cintilografia
com gálio-67 é útil para monitorização de atividade infecciosa, assim
como a VHS. A terapia deve ser agressiva, geralmente com o paciente
internado e recebendo antibióticos endovenosos (inicialmente
ciprofloxacino e, como opção terapêutica, antibióticos
antipseudomonas), além de controle estrito do diabetes
mellitus
e
limpeza frequente do CAE. Em casos irresponsivos pode ser
necessário o debridamento cirúrgico. O diagnóstico tardio pode
resultar em infecções avançadas como osteomielite da base do crânio,
paralisia dos nervos cranianos (principalmente nervo facial),
meningite, abscesso cerebral, entre outras complicações. Portanto,
faz-se necessário o diagnóstico e tratamento precoces afim de tentar
reduzir o quanto antes a progressão da doença.
IV. COMENTÁRIOS FINAIS
A OEN é uma infecção potencialmente grave, podendo, inclusive,
resultar em óbito. Porém atualmente há muitos recursos
diagnósticos e terapêuticos disponíveis para detecção e tratamentos
precoces da doença. No caso apresentado, o paciente obteve
resposta ao tratamento adequado e mantem acompanhamento com
endocrinologia (controle do Diabetes Mellitus) e ORL.
Referências bibliográficas: Tratado de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, 2ª edição, Volume II, Sao Paulo Rocca; Artigo de revisão 03/2016 “Malignant
external otitis” –www.uptodate.com
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