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Epidemias brasil

Por:   •  30/8/2018  •  2.309 Palavras (10 Páginas)  •  244 Visualizações

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O primeiro relato de tuberculose no Brasil se dá no ano de 1549, trazida pelo padre enfermo Manuel da Nóbrega. Em 1555 a doença se alastrou, infectando por volta de 1 em cada 150 habitantes. No século XX, 10% dos óbitos na cidade de São Paulo eram resultantes da tuberculose. Medidas como saneamento básico e melhores métodos de higiene pessoal reduziram essa taxa ao longo das décadas.Com o crescimento do Brasil, portos foram instalados nos litorais brasileiros, principalmente para exportação de café e tráfico de escravos. Com isto novas epidemias surgiram com mais frequência.A febre amarela foi introduzida no Brasil com a vinda dos navios negreiros, causando um surto da doença na cidade de Olinda e se alastrando para o interior do estado de Pernambuco, chegando a Salvador em 1685. Mais tarde, em 1849, houve uma epidemia originária de um navio vindo de New Orleans e Havana, contagiando moradores da cidade do Rio de Janeiro e se alastrando por todo o litoral Brasileiro. A peste negra ou peste bubônica no Brasil, surgiu no porto de Santos no estado de São Paulo e em apenas 3 meses chegou ao Rio de Janeiro (Capital Federal na época).

Em 1900, no Brasil, as doenças que atingiam grande parte da população eram

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a febre amarela, a varíola, a peste bubônica (com surtos durante toda a primeira década do século), as leishmanioses, a tuberculose, a difteria e a escarlatina. Dessas, a febre amarela se manteve em estado epidêmico até 1906. Nesse mesmo ano, iniciou-se uma endemia de meningite, sendo diagnosticada em apenas quatro pacientes, e, posteriormente, em pelo menos 50, até 1913. Em 1903, iniciaram-se as campanhas de vacinação obrigatória para o combate de febre amarela e da varíola, organizadas por Oswaldo Cruz, o que causou um choque na população, culminando na revolta da vacina; porém, ajudou a erradicar essas doenças e foi o passo inicial, no Brasil, para o combate de muitas doenças e epidemias futuras. No ano de 1907, Carlos Chagas foi enviado a Minas Gerais para combater uma epidemia que acreditava-se ser de malária, mas, posteriormente, foi descoberto que o agente transmissor não era o de malária, mas sim, da mais nova descoberta a doença de Chagas (OLIVEIRA, 2012 e SALEME, 2010). Em 1914, ocorreram alguns surtos em bairros de São Paulo de febre tifoide, e posteriormente, outros aparecimentos nos anos de 1924 e 1925. Porém, nenhuma dessas epidemias foi tão grave quanto a de 1918, com a gripe espanhola, que chegou em setembro e foi notificado mais de 350 mil casos, e que registrou um número considerável de óbitos. No ano de 1923, ocorreu uma endemia de esquistossomose em Santos, sendo a última a ocorrer no estado de São Paulo com origem rural.

O quadro de doenças endêmicas e epidêmicas até meados do século permanece praticamente o mesmo, pois casos de difteria, meningite, esquistossomose e escarlatina continuam ocorrendo e houve um aumento nos casos de tracoma e sarampo. Na década de 30, os primeiros casos de leptospirose foram identificados e, de 1935 a 1937, a febre amarela volta a acometer a população e a leishmaniose chega na capital: São Paulo. A malária foi uma das doenças que ocorreu durante todo o período afligindo a população, sendo se tornou epidêmica nos anos de 1935, 1940 e 1945.

Após meados do século XX, com o desenvolvimento do Brasil e com menos florestas para derrubar, doenças como malária, leishmaniose, febre amarela e Chagas têm sua incidência diminuída; contudo, mais focos de esquistossomose são

encontrados (chegando a cerca de 20 mil novos casos por ano entre 1978 e 1983). Em 1945, inicia-se uma epidemia de meningite meningocócica, que se estende até

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1951. A década de 50 marca o surgimento de grandes epidemias de poliomielite, até com o risco de aparecimento de formas paralíticas e causado principalmente pelo saneamento ruim e pelo fato de não ter vacina, nessa época. Além disso, outra doença ligada a idade infantil era o sarampo, que ocorreu muito nesse período, mas poderia causar morte devido a complicações ou por vir acompanhada de desnutrição. No ano de 1950, ocorreu a última epidemia de malária, sendo que em 1959, iniciou-se uma campanha para erradicação, a qual começou a mostrar resultados no ano seguinte, e até 1964 a doença reduziu consideravelmente, tornando-se residual. Após esse período, os recursos são deslocados para o combate da doença de Chagas.

A década de 70 foi marcada pela ocorrência de uma grande epidemia de meningite meningocócica, sendo registrado mais de 30 mil casos somente em São Paulo e foi realizada uma extensa campanha de vacinação nacional que demorou até 1977 para deter o avanço da epidemia; porém, a real gravidade da doença e a quantidade de casos foram censuradas pela ditadura militar. Em 1975, houve uma epidemia de encefalite, causada pelo vírus Rocio, que chegou ao povo pelo desmatamento causado pela construção da rodovia transamazônica. Ademais, de 1964 a 1985, ocorrem vários surtos de febre tifoide, bem como a permanência de casos de poliomielite, difteria, sarampo, e outras doenças infecciosas ligadas ao período da infância. Em 1969, uma campanha para vacinação de crianças começou a controlar a epidemia de poliomielite.

No início da década de 80, aparecem os primeiros casos de AIDS, o que rapidamente se torna um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil e no Mundo, sendo que a doença se intensifica muito nos anos 90. No ano de 1984, uma nova doença surge: a febre purpúrica, e em 1986, ocorre um novo surto, no qual se estabeleceu uma relação com as epidemias de conjuntivite. Em 1989, ocorre um novo surto de malária em usuários de drogas injetáveis, além disso, na década de 90, mais alguns surtos ocorrem dessa mesma forma. No ano de 1985, a febre amarela volta a aparecer, além de provocar novos surtos durante a década de 90.

Em 1993, houve casos de síndrome pulmonar por hantavírus, sendo que reapareceu nos anos 90. Em 1994, começam-se os surtos de cólera no litoral de São Paulo em apenas seis meses, mais de três mil casos são suspeitos de terem sido acometidos

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por essa doença. Ademais, a Leishmaniose tegumentar reaparece, na década de 90, devido ao desmatamento. Em meados da década de 90 e 2000 houve surtos de doença meningocócica, particularmente nas regiões Sul e Sudeste do país, a qual foi tratada pelo uso da vacina no combate dessa doença em alguns estados brasileiros.

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