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ESTUDO DE AÇÕES REFLEXAS SOMÁTICAS NA ESPÉCIE HUMANA

Por:   •  19/9/2018  •  2.073 Palavras (9 Páginas)  •  334 Visualizações

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* O experimento foi realizado unilateralmente tanto na córnea quanto na esclerótica, sendo que o primeiro apresentou resposta imediata e o segundo, mais lenta.

**Ângulo do joelho: aproximadamente 90° (resposta mais efetiva), >90° e

- DISCUSSÃO

A resposta apresentada ao estímulo superficial corneal unilateral foi a de fechamento dos dois olhos. A via aferente tem início nos receptores sensitivos da córnea, que sucessivamente transmitem o impulso eletroquímico pelo ramo oftálmico do nervo trigêmeo, gânglio trigeminal e raiz sensitiva do trigêmeo, composta pelo núcleo sensitivo principal e pelo núcleo do trato espinhal. Destes núcleos, originam-se fibras cruzadas e não cruzadas que conduzem os impulsos aos núcleos do nervo facial dos dois lados, resultando no fechamento dos dois olhos (MACHADO, 2014).

Este reflexo constitui mecanismo de proteção contra corpos estranhos e geralmente é acompanhado de lacrimejamento (lubrificação dos olhos). Isso fica comprometido quando ocorre uma lesão em nível do V e do VII pares de nervos cranianos. Por exemplo, um dano unilateral do nervo trigêmeo, pode causar ausência da resposta direta e consensual (nenhum dos olhos pisca); todavia, a estimulação do olho oposto produz respostas normais. Outrossim, Machado (2014, p. 181) salienta que “a lesão do nervo facial de um lado abole a resposta reflexa deste lado, qualquer que seja o olho tocado”.

No mesmo experimento observou-se que a resposta efetuada ao toque na esclerótica é mais lenta em comparação ao estímulo corneal, em virtude de possuir menor inervação comparada à córnea.

O segundo experimento tratou de estimular a planta do pé, área que compõe o revestimento externo (cutâneo, pele) do corpo. A pele é formada por duas camadas distintas, quais sejam, a derme e a epiderme e ambas são repletas de terminações sensitivas aos mais diversificados estímulos, entre eles o de tato, de temperatura e o de dor.

O experimento realizado estimula receptores mecânicos ramificados ao longo da epiderme. Alguns deles, por exemplo, os Discos de Merkel, são bastante sensíveis ao mais leve toque. Dessa forma, estimulados por movimentos de pressão e tração, os receptores táteis epidérmicos desencadeiam potencial de ação que culmina no envio de resposta motora transmitida através da medula espinhal e do nervo tibial, ativando a musculatura que realiza flexão plantar dos pododáctilos.

Calha assinalar que uma resposta possível e menos frequente a esse estímulo é a extensão exagerada do hálux, o que caracteriza um reflexo patológico conhecido como Sinal de Babinski. A patologia indica lesão no neurônio motor, pois a resposta foge ao padrão esperado considerando-se que houve sensibilização do arco reflexo. Em recém-nascidos de até 02 anos, entretanto, a extensão dos pododáctilos não caracteriza reflexo patológico, sendo, pelo contrário, uma resposta esperada, visto que o sistema nervoso não está totalmente desenvolvido.

O terceiro experimento permitiu a observação do reflexo profundo patelar. A percussão se deu sobre o ligamento patelar, estrutura fibrosa que une a patela à tíbia, permitindo movimentos de extensão e flexão da articulação do joelho. A pressão realizada pelo martelo sobre o ligamento do joelho ocasiona alteração no comprimento e tensão das fibras musculares que circundam a articulação. Estas alterações são percebidas por estruturas sensíveis espalhadas medialmente na fibra muscular, chamadas fusos musculares (grupo Ia), inervadas por fibras aferentes primárias, que desencadeiam impulso eletroquímico enviado à raiz dorsal da medula. Ali, os impulsos são interpretados, integrados e imediatamente respondidos, através de fibras motoras calibrosas do tipo “alfa” (motoneurônios α), que inervam as fibras musculares extrafusais (músculo quadríceps), principais responsáveis pelos movimentos de extensão e contração articulares.

A resposta rápida, involuntária e estereotipada é conhecida como reflexo de estiramento e determina variação de tensão e comprimentos oposta ao estímulo inicial. Essa característica é importante, pois é responsável pela manutenção, em geral, do equilíbrio do organismo, e, em particular, da articulação, na medida em que a resposta anula a perturbação inicial, estimulando movimentação de músculos antagonistas.

Percutiu-se, ainda, o ligamento patelar em ângulos maior e menor que 90º. As respostas foram menos intensas em razão da provocação de alterações no comprimento ideal da fibra muscular.

O reflexo patelar é de suma importância clínica na detecção do sinal de Westphal (ausência ou diminuição do estiramento). Quando o reflexo fica invertido, pode-se observar em lesões do nervo ou das raízes nervosas que suprem o quadríceps; além disso, pode ser acompanhado de clono patelar (em circunstâncias de exagero acentuado do estiramento muscular).

No terceiro experimento, ademais, notou-se dificuldade de obter a resposta involuntária, pois muitas vezes havia interferência consciente do examinado. Para evitar influências que prejudicariam a resposta ideal esperada do reflexo, aplicou-se a denominada “manobra de Jendrassik”, que consiste no agarramento mútuo e puxamento vigoroso dos próprios punhos pelo examinado. A resposta obtida foi mais intensa, pois a atenção do voluntário desviou-se da percussão patelar para a execução da manobra.

O quarto reflexo foi estudado mediante percussão do tendão de Aquiles, obtendo-se como resposta a flexão da planta do pé.

Diferentemente dos ligamentos, que juntam ossos a ossos, os tendões unem músculos a ossos, de modo que o tendão de Aquiles une a musculatura da região posterior da perna ao tornozelo. A contração desta musculatura é especialmente responsável pelos movimentos de flexão plantar. Assim, a percussão do tendão de Aquiles, que resulta na flexão plantar, desencadeia reflexo de estiramento ao estimular os receptores sensíveis a alterações de tensão e comprimento das fibras musculares. Por via aferente primária, sensível a variações rápidas e intensas, desencadeia-se potencial de ação que, após integração medular, culmina em resposta motora contrária ao estímulo inicial, isto é, o reflexo conduzido por neurônios motores “alfa” determina a extensão da musculatura posterior da perna, estabilizando a articulação do tornozelo e devolvendo o corpo à posição de equilíbrio.

Uma curiosidade é que nem todos os reflexos anormais indicam distúrbios neuromusculares, como esse quarto

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