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A sexualidade do portador de ostomia intestinal

Por:   •  15/11/2018  •  3.982 Palavras (16 Páginas)  •  308 Visualizações

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A imagem corporal é definida como a figura mental ou a percepção que alguém tem ou elabora de seu próprio corpo. Ao descobrir uma enfermidade e ter uma nova condição de vida por causa de seu corpo, como a confecção de um estoma, é importante que o paciente aceite essa nova condição para, então, poder adaptar-se a ela. Ao se deparar com uma situação de doença, o indivíduo apresenta sentimentos de choque, negação, tristeza, agressividade, depressão, inconformismo e isolamento social, essa alteração tem graves consequências nas relações sexuais e na interação com os outros indivíduos (SANTOS; POGGETO; RODRIGUES,2008).

A sexualidade ultrapassa a necessidade fisiológica e tem relação direta com a simbolização do desejo. Não se reduz aos genitais, refere-se à emoção que o sexo pode produzir, transcende definições físicas e se coloca como algo mais difuso que permeia todos os momentos da vida, possui significados complexos, multifacetados e que concentram grande carga de subjetividade (NASCIMENTO et al.,2011).

Atualmente a sexualidade é considerada por alguns estudiosos como um dos pilares da qualidade de vida, envolvendo caráter multidimensional, ou seja, não é influenciada somente por fatores anatômicos e psicológicos, mas principalmente por fatores psicossociais e culturais, além de relacionamentos interpessoais e experiências de vida no contexto da família e da comunidade (DE LORENZI; SACILOTO,2006).

Os pacientes estomizados, por ter sua imagem corporal prejudicada, acabam, por muitas vezes, não se permitindo desfrutar dessa natureza denominada sexo, ou acabam até mudando seu comportamento/visão sobre o assunto, definindo-o como amor, carinho, respeito, não necessariamente relacionado ao quarto ou às áreas genitais de seu corpo. Eles se adaptam à sua nova condição e criam alternativas, posições diferentes para sentir prazer e poder proporcioná-lo ao/à parceiro/a (SANTOS; CESARETTI,2005).

Atualmente existe um grande desenvolvimento quer das técnicas cirúrgicas, bem como da tecnologia a ser usufruída pela pessoa ostomizada, principalmente no nível de bolsas, o que tem possibilitado uma melhoria significativa da sua qualidade de vida. Contudo, apesar das melhorias conseguidas, estas pessoas enfrentam todo um conjunto de alterações dos seus estilos de vida, devido ao caráter deste tipo de intervenção.

Por esses motivos o objetivo deste estudo consistiu em apresentar uma revisão sistemática a respeito das dificuldades sexuais enfrentadas por pessoas com estomias intestinais.

Método

Trata-se de uma revisão sistemática sobre as dificuldades sexuais enfrentadas por pessoas com estomias intestinais, a amostra foi constituída por 13 artigos científicos, selecionados mediante critérios de inclusão e exclusão, nas bases de indexação Lilacs e Scielo. Utilizando descritores: Estomia; sexualidade; assistência de Enfermagem; autoimagem; adaptação psicológica; cuidados de enfermagem; qualidade de vida; autocuidado. Adotou-se como recorte temporal para a pesquisa bibliográfica o período compreendido entre 2000 e 2016.Foi efetuada uma primeira leitura dos títulos, descritores e resumos dos artigos pesquisados para selecionar os que tinham maior aderência com a temática, dos quais foram selecionados aqueles que davam mais enfoque à sexualidade e atividade social. Pretendemos, com esta revisão de literatura, dar uma visão concisa daquilo que tem sido estudado acerca do processo de viver e sexualidade da pessoa ostomizada apresentando para tal estudos que se focam em diversos aspectos relacionados com esta temática.

Resultados e discussão

A tabela 1 apresenta os resultados obtidos a partir da análise dos artigos publicados no período de 2000 a 2012.

A estomia intestinal traz implicações na vida diária de pacientes e seus familiares, pois as alterações não se reduzem a fisiologia digestória, mas abarcam aspectos psicossociais como autoestima e imagem corporal, ocasionando mudanças na vida laborativa, familiar, social, afetiva e sexual do estomizado. Dentre os artigos pesquisados foram encontradas 13 publicações que se enquadravam nos critérios de inclusão. Destes, 8 foram encontrados na base Lilacs e 5 na Scielo. Ressalta-se que foram excluídos os artigos repetidos nas bases da Biblioteca virtual em saúde (BVS) e na Scielo.

Em relação à metodologia, 11 artigos constituíam pesquisa qualitativa e 2 era revisão de literatura. Por abordar um assunto subjetivo, a pesquisa qualitativa apresenta diretamente a opinião dos estomizados acerca desse processo de viver com sua nova condição. Tendo como alvo as declarações das vivências humanas, procurou-se entender como as pessoas constroem significados e como estes são descritos (MINAYO,2004).

Os objetivos dos artigos contidos nesse estudo enfocaram como o estomizado vê essa sua nova condição, o autocuidado, como se adapta e inclusive sua sexualidade. Ressalta-se que em 2 artigos os estudos foram feitos com os parceiros sexuais dos estomizados, relatando sua interação com o portador de colostomia definitiva, podendo ser verificado na tabela 1.

Quanto aos autores de todos os artigos, apenas 2 são estomoterapeutas. A especialidade estomaterapia surgiu no final da década de 50, nos EUA, onde também ocorreram as primeiras e mais simples formas de treinamento, sucedidas dos cursos formais, sendo, no entanto, reconhecida como exclusiva do enfermeiro apenas em 1980, pelo World Council of Enterostomal Therapists (WCET). No Brasil, a especialidade foi precedida por movimentos profissionais e de ostomizados e sedimentou-se, de fato, a partir da realização do primeiro curso de especialização que ocorreu em 1990, na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (PAULA; SANTOS,2003).

Averiguou-se a precisão de estudos que abordem a disfunção sexual no pré e pós-operatório, uma vez que, há indivíduos que mesmo não sendo estomizados não possuía uma vida sexual prazerosa, já com a estomia eles relatam a piora nesse sentimento. Contribuem com esse tema outros estudos apontando que para melhorar a noção sobre a cirurgia em se tratando da à atividade sexual, se esta evoluir ou piora, é formidável desenvolver estudos que comprovem essa disfunção sexual ligada à confecção da estomia (FREITAS; PELÁ,2000; SILVA; SHIMITZU,2006; CASSERO; AGUIAR,2009).

Este estudo, identificou uma lacuna nas publicações dentre os anos de 2012 a 2016, bem como, publicações nacionais que abordem a atuação do estomoterapeuta, a maioria dos autores dos artigos contidos nesta revisão é formada

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