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A Influência do Canabidiol no Tratamento da Epilepsia

Por:   •  21/10/2018  •  2.255 Palavras (10 Páginas)  •  362 Visualizações

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Um grande problema é que apenas a importação é legalizada, não o cultivo da planta que fornece esse componente. Infelizmente, o custo da importação do produto ainda é muito alto, então muitos pais procuram meios alternativos de conseguir a substância. Muitos, mesmo sabendo que o cultivo é ilegal, começaram a plantar nas próprias casas para que eles mesmo produzissem o remédio para seus filhos.

O debate sobre o uso da maconha medicinal no Brasil tem crescido muito nos últimos tempos, isso porque surgiram na mídia diversos casos de crianças com epilepsia e outras doenças que apresentaram grande melhora após começarem a usar essas substâncias. Um caso que ganhou grande repercussão nacional em 2013 foi o da menina Anny, que tem uma doença rara e epilepsia grave. Seus pais tentaram todos os medicamentos e nenhum mais fazia efeito, e então descobriram na internet o derivado da maconha e foi quando resolveram arriscar, mesmo que ilegalmente. A criança de apenas 5 anos chegou a ter 80 crises por semana quando começou a tomar o Canabidiol. Após um tempo de tratamento, o número de crises por semana chegou a zero.

3. HISTÓRICO DO USO DO CANABIDIOL

Esses estudos começaram na década de 60, porém o número de publicações só atingiu um primeiro pico na década de 70, tendo como principal foco os seus efeitos antiepiléptico e sedativo. Após essa época, o componente ficou um pouco esquecido, voltando apenas a aparecer nos últimos anos.

Há descrições históricas sobre seu uso na constipação intestinal, no tratamento da malária, como expectorante pulmonar, contra a fadiga e o cansaço, em alguns distúrbios de movimento, como antidepressivo e em uma série de outras doenças mentais. Porém cada vez mais aplicações para o composto são descobertas, como: alívio de dor, diminuição de transtornos de sono, tratamento de mal de Parkinson e muitos outros. Apesar do progresso em caráter médico, a questão em torno da legalização da maconha ainda gera controvérsias e segue sem grandes avanços no país.

4. TRATAMENTO

O tratamento convencional da epilepsia tem como objetivo eliminar e bloquear as crises. São essencialmente com medicação, geralmente única (chamada de monoterapia). Porém cada paciente tem uma dose adequada ao tratamento, às vezes sendo necessário mais medicação para melhor controle das crises. O problema dessas medicações é que são remédios extremamente fortes, tarja preta, por exemplo, o Gardenal. Esses tipos de remédio trazem diversos efeitos colaterais, e geralmente ocorrem quando a medicação é introduzida ou quando há uma grande alteração na dose do remédio. Os efeitos colaterais mais comuns são sonolência, fadiga, náusea, distúrbios visuais e erupções cutâneas. Uma grande vantagem de tomar essas medicações é que são de baixo custo ou que são fornecidas gratuitamente pelo governo.

Já o Canabidiol, como foi dito antes, tem um custo muito elevado por ser importado. Ele vem na forma de óleo e tem um custo médio de $150,00 (cento e cinquenta dólares), informação tirada pelo site da empresa importadora Hemp Meds Brasil 4. E após muitos pesquisas e estudos, pouco se sabe sobre seus efeitos colaterais. Nenhum efeito colateral, dependência ou quaisquer efeitos psicoativos foram comprovados até hoje.

O canabidiol pode atuar como agonista de receptores 5-HT1A, ou, agir como um antagonista de receptores de adenosina A2A e é capaz de influenciar a excitabilidade neuronal por modular canais iônicos voltagem-dependentes. Isto quer dizer que ele atua no receptor CB1, inibindo a transmissão sináptica por bloqueio dos canais de cálcio e potássio, inibindo as crises convulsivas.

A seguir na Tabela 1, alguns dos medicamentos em que o Canabidiol está presente:

Tabela 1 - Medicamentos que tem Canabidiol. [pic 2]

Experimento

Em 1980, houve um experimento para esse tratamento realizado na Escola Paulista de Medicina. Ele foi dividido em 3 fases, nessa primeira, foram escolhidos 16 voluntários (funcionários da Escola Paulista de Medicina) com idade entre 22 e 35 anos, e peso médio de 65 quilos. No primeiro dia do experimento, os voluntários fizeram um check-up completo, incluindo exames clínicos neurológicos, de sangue, de urina e muitos outros. Eles foram divididos em 2 grupos de 8, onde ambos grupos tomaram cápsulas gelatinosas idênticas, porém um grupo tomaria glicose como placebo (grupo controle) e o outro tomaria CBD (grupo experimental). Esse experimento foi em dupla ocultação (nem os voluntários e nem os médicos examinadores sabem o que tem dentro de cada cápsula) e foi pedido para que os participantes voluntários tomassem uma cápsula de manhã e uma a noite durante o período de 30 dias. Cada cápsula continha uma quantidade de 1.5mg/kg, tanto de CBD quanto de glicose. Apenas um voluntário tomou 4 cápsulas de CBD durante os últimos 3 dias. Durante esse mês, eles tiveram que retornar ao hospital diversas vezes para realizar os mesmos testes feitos no começo do experimento.

A ideia dessa fase do experimento era verificar os efeitos colaterais do CBD, porém os voluntários não reportaram sintoma algum, nem efeito psicoativo.

A segunda fase foi realizada com pacientes com epilepsia. Foram escolhidos 15 pessoas, 11 mulheres e 4 homens, com idade entre 14 e 49 anos, com histórico de convulsões de pelo menos um ano. Nenhum deles estavam mais respondendo ao tratamento dos medicamentos antiepilépticos e foram diagnosticados como casos de epilepsia generalizada secundária.

Todos os pacientes foram acompanhados pelo mesmo examinador, desde as duas semanas anteriores ao experimento até o fim do mesmo. Nessas duas semanas anteriores, o número de convulsões foi registrado e considerado como base para a evolução do tratamento. Como na primeira parte, os pacientes realizaram todos os exames no primeiro dia. Eles foram divididos aleatoriamente em um grupo de 7 (grupo controle) e outro de 8 (grupo do CBD). Depois de uma semana eles voltaram ao hospital e receberam as cápsulas, novamente em ocultação dupla. Eles iriam tomar essas cápsulas junto com os remédios antiepilépticos que eles já tomavam antes. Os pacientes foram orientados a tomar 2 ou 3 cápsulas por dia (contendo 100 mg de CBD ou glicose) e a retornar ao hospital toda semana para a realização dos exames.

Durante o curso, nenhum dos pacientes que estavam tomando o CBD mostraram alguma alteração de comportamento que poderia ser causada pelo medicamento. Porém alguns efeitos foram citados

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