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Fisiologia da gestação bovinos

Por:   •  14/11/2018  •  2.838 Palavras (12 Páginas)  •  253 Visualizações

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Endocrinologia da gestação

As concentrações de progesterona e estradiol seguem padrão semelhante durante a gestação e a fase luteinica. Isso pode ser devido ao aumento do volume plasmático. A progesterona é o hormônio responsável pela manutenção da gestação na cadela. É secretada pelo corpo lúteo, mas a concentração não é influenciada pelo numero de corpos luteos. A concentração plasmática de progesterona flutua de maneira similar aquela durante o ciclo estral até que cai a uma concentração de 5 a 15 ng/m, a qual é mantida por 1 a 2 ng/ml imediatamente antes do parto.~

Diagnóstico de gestação

Dentre os métodos para o diagnóstico da gestação inclui-se a palpação abdominal, os exames radiográfico e ultra-sonográfico e a dosagem plasmática de relaxina. Mediante a palpação abdominal, com a cadela em estação (posição quadrupedal) ou em decúbito lateral, por volta do dia 25 da gestação pode-se sentir individualmente as vesículas embrionárias, com aproximadamente 1cm de diâmetro . Entre os dias 35 e 45, as vesículas embrionárias alongam-se e pode ser difícil a individualização. O diagnóstico de gestação pode ser difícil em cadelas grandes, em cadelas com abdômen tenso ou quando há apenas um ou poucos fetos e, principalmente, se localizados na região cranial do útero. O diagnóstico de gestação por palpação abdominal está sempre indicado, por ser um método precoce, seguro e não oneroso, porém requer habilidade do profissional. Entre os dias 21 e 42 da gestação, em muitas cadelas, o útero pode ser detectado radiograficamente, contudo neste período apenas é visualizado o útero repleto de líquido, pois ainda não ocorreu calcificação fetal. A partir de aproximadamente 45 dias, já é possível o diagnóstico radiográfico da gestação, pois a calcificação óssea fetal ocorre no período de 44 a 47 dias após o pico de LH em cadelas ou 42 a 52 dias após a primeira cópula . Entretanto, é sempre necessário considerar a exposição fetal à radiação X. Assim, sugere-se evitar a realização de radiografias desnecessárias em fêmeas gestantes. Vesículas embrionárias podem ser detectadas ao exame ultra-sonográfico como estruturas anecóicas maiores que 1mm de diâmetro, entre os dias 17 a 19 da gestação, e batimentos cardíacos fetais são detectados entre os dias 24 e 25. A ultra-sonografia deve sempre ser considerada no diagnóstico de gestação, por ser mais precoce que o exame radiográfico, e por não ser prejudicial aos fetos. Baseado na experiência dos autores, recomenda-se o diagnóstico precoce de gestação pela ultra-sonografia entre os dias 20 a 25, já que se tem um diagnóstico precoce, seguro e que permite avaliar a viabilidade embrionária pelos batimentos cardíacos e quantidade de líquidos fetais. Perdas embrionárias podem ser detectadas entre os dias 15 e 35 da gestação pelo exame ultra-sonográfico. Segundo esses mesmos autores, cadelas com grande quantidade de embriões no útero são mais predispostas a terem reabsorção embrionária. Testes de dosagem plasmática de relaxina podem detectar gestação tão cedo quanto 21 dias após a cópula em cadelas, por ser a relaxina um hormônio sintetizado pela placenta. O aumento de sua concentração inicia-se entre os dias 20 e 30 da gestação, com o pico ocorrendo entre os dias 40 e 50. Tais testes estão disponíveis na forma de kits comerciais, porém não são comercializados no Brasil . Vale ressaltar que a dosagem plasmática de P4 não é um método de diagnóstico de gestação para cadelas, pois as concentrações plasmáticas deste hormônio não diferem estatisticamente entre cadelas gestantes e cadelas no diestro não gestacional.

Alterações comportamentais e sinais externos da gestação

O exame de uma fêmea gestante permite a constatação de diversos sinais externos, como desenvolvimento das glândulas mamárias, dilatação do abdômen, aparecimento de depósitos de gordura no abdômen e alterações no comportamento. A precocidade no diagnóstico correto da gestação é de grande importância, visto que os sinais externos devem ser diferenciados de uma lactação nervosa e da presença de doenças como a piometra ou os tumores abdominais. O consumo alimentar aumenta em torno de 50% na segunda metade da gestação, mas algumas cadelas podem apresentar breves períodos de apetite reduzido aproximadamente entre a terceira e a quarta semana após o acasalamento. Um notável ganho de peso entre 20 a 55%, com média 36,2 ± 1,7%, é observado gradativamente no decorrer da gestação. Porém, vale salientar que algumas cadelas em diestro não gestacional apresentam uma redução de atividades e costumam também manifestar ganho de peso. O desenvolvimento mamário começa a aparecer por volta do 35º dia de gestação. No entanto, mesmo cadelas não-gestantes podem apresentar essa alteração, bem como algumas fêmeas gestantes apenas irão manifestar o desenvolvimento mamário imediatamente próximo ao parto. Tanto as cadelas gestantes, como as não-gestantes podem exibir mudanças comportamentais típicas de uma gestação. Esse comportamento está geralmente associado a uma elevação da concentração de prolactina e não ocorre especificamente durante a gestação.

Parto normal (eutócico)

O conhecimento da fisiologia e endocrinologia do parto eutócico é necessário para a prevenção, diagnóstico e tratamento das distocias. Fatores maternos e fetais contribuem para o desencadeamento do parto, que pode ser dividido em três estágios:

a) 1 o Estágio: com a maturação fetal ao final da gestação, o aumento do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) leva à subseqüente liberação de cortisol fetal. Conseqüentemente, observa-se declínio das concentrações plasmáticas de P4 e aumento de estrógenos. Altas concentrações do metabólito PGFM (13,14- diidro-15-ceto-prostaglandina-F2α) no período pré-parto de cadelas indicam a síntese e liberação de PGF2α pelo útero de cadelas gestantes, possivelmente em resposta ao aumento de cortisol fetal. As prostaglandinas estimulam as contrações uterinas diretamente ou podem ocasionar a liberação de ocitocina que, por sua vez, aumenta a freqüência e a força de contração do útero.

Nos dias antecedentes ao parto, há aumento das concentrações de prolactina em cadelas, possivelmente como reflexo ao declínio de P4. O primeiro estágio do parto dura em média seis a 12 horas, podendo se extender por até 36 horas em cadelas primíparas e nervosas, sem comprometimento para os fetos. É interessante salientar que se observa declínio da temperatura corpórea

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