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PERFIL CLÍNICO E FUNCIONAL DE IDOSOS COM DOR CRÔNICA RESIDENTES EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA

Por:   •  24/10/2018  •  4.437 Palavras (18 Páginas)  •  317 Visualizações

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Segundo Netto14, o envelhecimento primário é pré-programado ou geneticamente determinado, está presente em todas as pessoas (universal). Para Spirduso15, o envelhecimento primário é referente às modificações universais com a idade numa determinada espécie ou populações, independente de influências patológicas e ambientais.

O envelhecimento secundário ou patológico refere-se a doenças que não se confundem com o processo normal de envelhecimento13. Estas enfermidades variam desde lesões cerebrais, cardiovasculares até alguns tipos de câncer; são referentes a sintomas clínicos, onde estão incluídos os efeitos das doenças e do ambiente14. O envelhecimento patológico é resultante das interações das influências externas, e é mutável entre indivíduos em meios diferentes, como característica o fato de derivar de fatores culturais, cronológicos e geográficos14.

Embora as suas origens sejam distintas, o envelhecimento primário e secundário, interagem intensamente. As doenças e estresse ambiental podem possibilitar a aceleração dos processos básicos de envelhecimento; pode estes aumentar a vulnerabilidade do indivíduo ao estresse ambiental e as doenças14.

O envelhecimento terciário ou terminal é o período caracterizado por intensas perdas físicas e cognitivas, num período relativamente curto de tempo, determinadas pelo acúmulo dos efeitos do envelhecimento, assim como patologias condicionadas à idade ou também pela acumulação dos efeitos do envelhecimento normal e do patológico13.

O sistema nervoso central (SNC) é o sistema biológico mais afetado com o processo de envelhecimento, já que é o responsável pela vida vegetativa e pela vida de relação15. Com o início da 6ª década de vida nas mulheres e na 7ª década de vida nos homens, ocorre uma atrofia cerebral, há uma dilatação dos sulcos corticais, acarreta em uma redução de volume do córtex. Além disso, ocorre uma redução da densidade da substância branca, ocorre um alargamento dos ventrículos, cisternas basais e fissuras com aumento do líquor e espessamento das meninges16.

Os núcleos de base, tálamo, cerebelo, medula espinhal diminuem constantemente o seu peso com a perda de células16. Além da ateromatose dos vasos cerebrais16. Ocorre uma redução da árvore dendrítica a partir dos 80 anos de vida, há uma redução das sinapses em cerca de 50% quando confrontados a quinta e sexta décadas16. Há uma formação de placas senis que são depósitos de amilóide dentro da célula12. Além de modificações vasculares que também se devem à deposição extracelular de amilóide12.

No sistema cardiovascular ocorre uma expressiva diminuição de sua capacidade funcional com o envelhecimento17. As mudanças anatômicas, incluem o aumento do tecido fibroso nas estruturas do coração, válvulas e miocárdio, aumento de lipofuscina nas fibras miocárdicas e redução na elasticidade da aorta e seus ramos principais, seguidas por aumento no comprimento e diâmetro17.

Ocorre também o aumento do colágeno; acúmulo de pigmento lipofuscínico; degeneração das fibras musculares no miocárdio, com atrofia e hipertrofia das remanescentes; depósito de gorduras e de substância amilóide; espessamento e calcificação, especialmente nas válvulas aórtica e mitral; restrição do ATP disponível; aumento da pressão arterial sistólica; maior influência de arteriosclerose e estreitamento do diâmetro das artérias, além de maior rigidez das mesmas15. Em decorrência destas alterações, ocorre o crescimento da fase de ejeção sanguínea, a redução do consumo de oxigeno (VO2 max) e a redução do débito cardíaco e da frequência cardíaca máxima18.

No coração do idoso ocorrem mudanças estruturais no pericárdio, endocárdio mural, miocárdio, valva aórtica e valva mitral e principalmente o tecido específico. As artérias coronárias também sofrem influência na elasticidade e isto faz com que seja reduzido o fluxo sanguíneo devido a diminuição do calibre dos vasos17,20,21.

Com o envelhecimento ocorre diminuição do gasto cardíaco, da frequência cardíaca, do volume sistólico, do consumo de oxigênio pelos tecidos. Nessa fase, ainda pode ser considerado o aumento da pressão arterial, aumento na diferença arteriovenosa de oxigênio, na concentração de ácido lático e no débito cardíaco20,21.

O envelhecimento do sistema respiratório se dá devido a mudanças que ocorrem, tanto a nível estrutural quanto a nível fisiológico que acometem os pulmões, a musculatura respiratória e a caixa torácica, há perda da função pulmonar com intensidade variável e condicionado de fatores endógenos e exógenos12. Nos pulmões, acontece o aumento do espaço morto (em função do alargamento e calcificação das cartilagens traqueais e brônquiais), redução da área de superfície de volume (ocorre um aumento do diâmetro dos ductos alveolares, achatamento dos sacos alveolares, redução da superfície alveolar) e diminuição do clearence mucociliar12.

Há uma estreita relação entre as condições ambientais e o estilo de vida dos indivíduos21. As modificações causadas com o processo de envelhecimento não são somente de ordem fisiológica, mas originadas também da rotina de atividade física diária, dos hábitos alimentares e determinadas características individuais como a tendência a obesidade ou a hábitos que crescem o risco do surgimento de doenças e disfunções como o consumo de álcool e tabagismo21.

No pulmão do idoso as alterações acontecem no tecido conectivo, ocorre diminuição do recolhimento elástico, gera uma progressiva retenção de ar e aumento da complacência do parênquima pulmonar12. Observa-se nos pulmões senis uma diminuição de peso de quase 20% entre os 30 e 80 anos12.

No sistema musculoesquelético do idoso ocorre uma diminuição das fibras elásticas tanto em nível físico quanto em nível bioquímico, perde sua elasticidade e diversas outras alterações, desgaste, fragmentação e calcificações e uma diminuição da força que vai levar à uma redução da ADM que poderão levar à desenvolvimento de processos degenerativos22,23.

O sistema osteoarticular do idoso ocorre um aumento da reabsorção óssea e uma diminuição da remodelação ocorre uma diminuição da massa óssea e consequentemente uma osteopenia fisiológica12,22-24. A cartilagem articular sofre uma redução da atividade dos condrócitos (depositam menos colágeno tipo II), torna essa cartilagem cada vez mais rígida e mais tarde a substituição desta por osso12,22-24.

Com o envelhecimento, o núcleo pulposo dos discos intervertebrais perde proteoglicanos e água

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