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Neuralgia do Trigêmeo - Escrito.

Por:   •  5/4/2018  •  5.307 Palavras (22 Páginas)  •  274 Visualizações

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Ramo oftálmico - Conduz aos centros nervosos a sensibilidade exteroceptiva da porção anterior do crânio, região supraciliar, pálpebra superior e dos tegumentos da porção anterior e de grande parte da face lateral do nariz. É responsável também, pela sensibilidade do globo ocular, da córnea e da conjuntiva, do corpo ciliar, da íris, da mucosa dos seios frontais e de parte dos seios esfenoidais e etmoidais, assim como da parte superior da cavidade nasal.

Ramo maxilar superior - Recolhe a sensibilidade do lábio superior, parte lateral do nariz, pálpebra inferior, arcada zigomática e porção anterior da região temporal. Inerva ainda a arcada dentária superior, mucosa do lábio superior porção superior da bochecha, maxilar superior, palato mole e duro, úvula, tonsila, nasofaringe, ouvido médio e porção inferior da cavidade nasal.

Ramo mandibular - Responsável pela inervação do lábio, do mento e porção inferior da bochecha, com exceção do ângulo da mandíbula, que é inervado pelo plexo cervical superior (C2). O ramo mandibular inerva ainda, a maior parte do conduto auditivo externo, a porção externa do tímpano, a metade superior da porção externa do pavilhão da orelha, a mucosa da porção mandibular da cavidade bucal, os dois terços anteriores da língua e os dentes da arcada inferior.

Além da sensibilidade da face e de parte do crânio, o trigêmeo fornece ramos meníngeos à maior parte da dura-máter na sua porção supratentorial.

História

A NT foi citada pela primeira vez na história médica por Arateus e Galeno em torno do ano 400 a.c., onde fizeram as primeiras referências, mesmo não comprovadas e ainda de forma imprecisa em um contexto geral de dores de cabeça, mas o primeiro caso documentado de NT foi o do bispo Button, falecido em 1274 na Inglaterra. De acordo com Holzer, a primeira descrição da NT, como uma entidade clínica definida, foi por Nicolas André, em meados do século XVII. Para Correa essa descrição ocorreu em 1773, por Sir Jhon Fortherghill, caracterizando-a como uma afecção profundamente dolorosa da face, com padrões clínicos definidos. (LEMOS & GOES, 2008)

Epidemiologia

A neuralgia do trigêmeo é uma afecção comum entre as patologias neurológicas, a incidência anual estimada é de 4,5 por 100.000 indivíduos. Há uma predominância em indivíduos de meia-idade e idosos (6ª e 7ª décadas de vida), 60% dos pacientes são mulheres (3:2), sendo mais raro o surgimento antes dos 40 anos. Hipertensos apresentam maior chance de desenvolver neuralgia do trigêmeo que a população geral. (LEOCÁDIO, 2014)

Etiologia e Fisiopatologia

A NT é na maioria das vezes de origem idiopática, mas pacientes ocasionais apresentam tumores intracranianos ou más formações vasculares que pressionam o nervo resultando em dor. (VILLALBA, 2004)

A NT deve ser entendida quanto a sua fisiopatologia mediante a interpretação de suas causas, mas ainda não há uma hipótese concisa sobre sua etiopatogênese e sim hipóteses. A forma primária ou idiopática possui como hipótese o fenômeno de compressão de um vaso sanguíneo anômalo sobre as raízes nervosas do V par de nervos craniano, representando de 80 a 90% de todos os casos. O mais comum é a compressão pela artéria cerebelar superior, mas podem estar envolvidas as artérias: cerebelar posterior inferior, vertebral e cerebelar anterior inferior em 10% dos casos de compressão venosa por vasos tortuosos. A forma secundária relaciona-se com a Esclerose Múltipla, isquemias vasculares, tumores do ângulo ponto cerebelar, schwanomas e outras lesões locais não relacionando à compressão neurovascular, representam 10% dos pacientes. (LEOCÁDIO, 2014)

Melo Souza, considera como principal causa de NT uma irregularidade de mielinização que deixa o nervo sensível a irritações mecânicas em um trecho de 5 a 10 milímetros, onde a artéria cerebelar superior se relaciona com a raiz sensitiva do trigêmeo, exatamente na zona transicional da zona de entrada da raiz trigeminal, entre a mielina central e a periférica. Okeson acredita que a NT esteja intimamente associada com a desmielinização das fibras nervosas. A mielinização dos neurônios periféricos ajuda a isola a transmissão de impulsos nos neurônios isolados. Se a camada de mielina é perdida, o impulso neural pode ser transferido para um neurônio próximo (transmissão efáptica), ao invés de ocorrer somente nas sinapses (transmissão sináptica). (LEMOS & GOÉS, 2008)

O consenso atual é que a NT é causada pela compressão proximal da raiz do nervo trigêmeo próxima do tronco cerebral (zona de entrada da raiz dorsal) por um vaso sanguíneo tortuoso (artéria ou veia) o que conduz a fibras nervosas torcidas mecanicamente e desmielinização secundária, provavelmente mediada por danos microvasculares isquêmicos. Essas alterações baixam o limiar de excitabilidade das fibras afetadas e promovem a transmissão bidirecional entre fibras adjacentes. Portanto sinais táteis vindo das fibras rápidas mielinizadas (A-beta) podem ativar diretamente as fibras lentas nociceptivas (A-delta) e às vezes as fibras C, resultando nas descargas de alta freqüência características da NT.

- SINAIS E SINTOMAS

A neuralgia do trigêmeo é mais incidente em mulheres que em homens (3:2) e ocorre principalmente após os 40 anos de idade, sendo que sua frequência cresce entre os 60 e 70 anos, mas pode afetar pessoas de todas as idades. A área mais atingida é a mandibular. A neuralgia do trigêmeo é uma afecção pouco comum que ocorre sob a forma de ataques repentinos e recorrentes de dor, que pode se tornar contínua, descrita como um espasmo (“choque”) doloroso.

Trata-se de uma das dores mais intensas existentes, lancinante e incapacitante, desencadeada por “gatilhos” como falar, beber, escovar os dentes, barbear-se, mastigar, um leve toque no rosto, etc. e pode ocorrer várias vezes ao longo do dia ou desaparecer por meses. Em geral, ela atinge apenas um lado da face e raramente é bilateral. Os ramos maxilar e mandibular são, de longe, os mais afetados, seguindo todos os outros ramos do nervo trigêmeo. Não há outros sinais além da dor ou somente uma ligeira hiperemia (vermelhidão) local e não há também alterações da sensibilidade ou da motricidade. (ABC.MED.BR, 2014)

Tipicamente há períodos de dor de curta duração, mas muito forte, podendo ser semelhante a uma descarga elétrica. A dor acomete um dos lados da face pois dificilmente os dois nervos são acometidos ao mesmo tempo, e as

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