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TRABALHO DE MICROBIOLOGIA: HIV - AIDS

Por:   •  20/12/2018  •  2.711 Palavras (11 Páginas)  •  541 Visualizações

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A primeira estação de captura do HIV é o sistema mononuclear fagocitário, que desempenha um papel importante na disseminação do HIV no organismo. Esse sistema celular engloba, além dos leucócitos circulantes no sangue, um grande número de células tissulares, como os macrófagos situados nos alvéolos pulmonares, nos gânglios linfáticos e no baço, as células de Langherans da pele e as células microgliais do tecido cerebral. As células do sistema mononuclear fagocitário desempenham, assim, um papel importante na disseminação do HIV no organismo.

Após a captação de antígenos estranhos, os macrófagos entram em contato com um subgrupo dos linfócitos T CD4+. Os linfócitos T CD4+ apresentam uma concentração especialmente acentuada da molécula CD4+ em sua superfície celular, sendo, por esse motivo, sensíveis a uma infecção por HIV liberado pelos macrófagos.

A multiplicação do HIV desencadeia sérias consequências, levando, inicialmente, a um distúrbio funcional e, finalmente, por efeito citopático, ao desaparecimento por destruição dos linfócitos T CD4+. A redução numérica dos linfócitos T CD4+ é característica da infecção por HIV, sendo a expressão da destruição celular induzida pelo vírus. O mecanismo de destruição das células ocorre através de ações diretas e indiretas.

Como efeitos citopáticos diretos podemos ressaltar o acentuado aumento da membrana celular durante a liberação do vírus, o acúmulo de DNA-provírus não integrado, formação de complexos intracelulares entre moléculas CD4+ e os envoltórios proteicos HIV-gp. Os efeitos citopáticos indiretos incluem: infecção de células matrizes ou células precursoras CD4+ e depleção seletiva de uma subpopulação de linfócitos T CD4 (CDC, 1996).

Com a depleção dos linfócitos T CD4+, o sistema imunológico é atingido em seu ponto mais sensível. Os linfócitos T CD4+, com acentuação da molécula CD4+, desempenham um papel central nas reações imunológicas. Correspondentemente à sua função auxiliar e indutora, os linfócitos T CD4+ dirigem, juntamente com a cooperação de outros componentes celulares do sistema imunológico, a evolução da defesa frente à infecção.

Células T, CD8+ e diferenciadas são, então, capazes de eliminar células alvo infectadas pelo vírus, delimitando a disseminação da infecção viral. Mesmo linfócitos B, que não são timo-dependentes, encontram-se sob a influência de linfócitos T CD4. Essa trama complexa de cooperação celular se desequilibra, quando a influência indutora e auxiliadora dos linfócitos T CD4+ não mais se encontra à disposição.

Durante a disseminação do HIV pelos tecidos linfoides, o número de células T CD4+ reduz bastante, mas com o desenvolvimento da resposta imune humoral e celular (de uma semana a três meses) ocorre queda pronunciada da viremia , e então, há a recuperação do número de células T CD4+.A imunidade não eliminará completamente o vírus, e as células infectadas permanecerão nos linfonodos.

No período de latência clínica, a replicação viral continua em altos níveis, assim como a sua destruição. Com a destruição dos linfócitos T CD4+, ocorre queda na destruição do vírus, e assim tem-se a expressão elevada de HIV. Após a latência, devido á grande importância das células T CD4+ no desenvolvimento das respostas imunes, ocorre a imunodeficiência do indivíduo infectado e, com isso, o aparecimento de doenças oportunistas. Os níveis de HIV no plasma elevam-se e as cepas encontradas nos estágios finais da doença são frequentemente mais virulentas do que as encontradas no início da doença. A progressão para a AIDS em geral é acompanhada de uma variação de vírus com tropismo para macrófagos e monócitos para tropismo para linfócitos.

Características Clínicas

A AIDS possui como características clinicas a supressão pronunciada do sistema imune e o desenvolvimento de neoplasmas ,como o sarcoma de Kamposi (associado à co-infecção pelo herpesvírus HHV-8),infecções oportunistas graves por protozoários (criptosporídio), fungos (Candida albicans,Cryptococcus neoformans e Pneumocytis jiroveci),bactérias (Mycobacterium tuberculosis, Listeria monocytogenes,salmonelas e estreptococos) e por vírus (citomegalovírus,herpes simples,varicela-zóster,adenovírus e vírus da hepatite B).A infecção por vírus de DNA parece estar relacionada com o aumento da expressão do HIV, ao ativarem o HIV e acelerarem a progressão da AIDS.

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EPIDEMIOLOGIA

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) foi reconhecida em meados de 1981, nos EUA, a partir da identificação de um número elevado de pacientes adultos do sexo masculino, homossexuais e moradores de São Francisco ou Nova York, que apresentavam sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento do sistema imune, o que levou à conclusão de que se tratava de uma nova doença, ainda não classificada, de etiologia provavelmente infecciosa e transmissível.

Em 1983, o HIV-1 foi isolado de pacientes com AIDS pelos pesquisadores Luc Montaigner, na França, e Robert Gallo, nos EUA, recebendo os nomes de LAV (Lymphadenopathy Associated Virus ou Virus Associado à Linfadenopatia) e HTLV-III (Human T-Lymphotrophic Virus ou Vírus T-Linfotrópico Humano tipo lll) respectivamente nos dois países. Em 1986, foi identificado um segundo agente etiológico, também retrovírus, com características semelhantes ao HIV-1, denominado HIV-2. Nesse mesmo ano, um comitê internacional recomendou o termo HIV (Human Immunodeficiency Virus ou Vírus da Imunodeficiência Humana) para denominá-lo, reconhecendo-o como capaz de infectar seres humanos. O HIV é um retrovírus com genoma RNA, da Família Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae. Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênicos que necessitam, para multiplicar-se, de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela transcrição do RNA viral para uma cópia DNA, que pode, então, integrar-se ao genoma do hospedeiro.

Embora não se saiba ao certo qual a origem do HIV-1 e 2, sabe-se que uma grande família de retrovírus relacionados a eles está presente em primatas não-humanos, na África sub-Sahariana. Todos os membros desta família de retrovírus possuem estrutura genômica semelhante, apresentando homologia em torno de 50%. Além disso, todos têm a capacidade de infectar linfócitos através do receptor CD4. Aparentemente, o HIV- 1 e o HIV-2 passaram a infectar o homem há poucas

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