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TRABALHO DE MICROBIOLOGIA

Por:   •  13/3/2018  •  1.539 Palavras (7 Páginas)  •  311 Visualizações

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Produção de Toxina

Cepas enterotoxigênicas de B. fragilis podem ocasionar doenças diarreicas por meio da produção de uma toxina termolábil da classe das metaloproteases dependentes de zinco (B. fragilis toxina [BFT]), que provoca alterações morfológicas do epitélio intestinal, devido ao rearranjo de actina F, com consequente estimulação de secreção de cloreto e perda de fluidos. A enterotoxina também induz a secreção de IL-8 por células epiteliais intestinais, contribuindo para dano inflamatório no epitélio.

Dessa forma, o gênero pode causar doenças clínicas que, geralmente, ocasionam alguns tipos de infecções em locais associados como:

Infecções do trato gastrintestinal

Apesar da diversidade de populações de bactérias que colonizam o trato gastrintestinal, poucas espécies associam-se a infecções intra-abdominais. Anaeróbios são isolados em praticamente todas estas infecções, sendo B. fragilis o mais comum. Nesse caso, também há outros anaeróbios importantes como, por exemplo, B. Thetaiotaomicron.

Infecções Ginecológicas

Misturas de anaeróbios são frequentemente a causa de infecções na região genital feminina como, por exemplo, doença inflamatória pélvica, abscessos, endometrite e infecções de feridas cirúrgicas. B. fragilis é geralmente responsável por formação de abscessos.

Infecções da Pele e de Tecidos Moles

Bactérias Gram negativas anaeróbias não fazem parte da microbiota normal da pele, mas podem ter como porta de entrada no hospedeiro humano uma mordida ou contaminação de uma superfície traumatizada. Em alguns casos, os microrganismos podem colonizar uma ferida sem produzir doença; em outros casos, a colonização pode ter um progresso rápido para doença grave, como mionecrose. B. fragilis é a espécie mais associada a doenças significativas como, por exemplo, Fasciite Necrotizante Retroperitoneal.

Bacteremia

Anaeróbios costumavam ser responsabilizados por casos de bacteremia clinicamente significativa. B. fragilis é o anaeróbio mais comumente isolado em hemoculturas.

Gastroenterite

Cepas de B. fragilis produtoras de enterotoxina podem levar à diarreia aquosa autolimitada, na maioria das vezes, em crianças.

Para detectar a presença de microrganismos desse gênero é importante que haja um diagnóstico laboratorial, que pode ser dado através de microscopia, pois, embora as bactérias Gram negativas possam corar fracamente e de modo irregular, a presença de bacilos Gram negativos pleomórficos consiste em uma informação preliminar útil. Outro método para diagnóstico consiste na cultura de amostras que devem ser coletadas e transportadas para o laboratório em recipientes livres de oxigênio, prontamente inoculadas em meios seletivos para isolamento de anaeróbios e incubadas em um ambiente anaeróbio. Visto que grande parte das infecções anaeróbias são endógenas, ao fazer a coleta deve-se evitar que a amostra seja contaminada pela microbiota residente presente na superfície de mucosas adjacentes e as amostras também devem ser mantidas em local úmido, a fim de evitar perda bacteriana significativa.

A maioria dos Bacteroides cresce rapidamente e deve ser detectado dentro de 2 dias, sendo utilizados meios seletivos, como aqueles suplementados com bile. O grupo B. fragilis é estimulado pela bile, resistente à gentamicina e capaz de hidrolisar esculina, produzindo um precipitado preto.

Além disso, a identificação bioquímica também é utilizada para diagnóstico. O grupo B. fragilis pode ser identificado a partir de coloração de Gram e morfologia de colônia; resistência à canamicina, vancomicina e colistina; e crescimento em meio de enriquecimento contendo 20% de bile. A identificação definitiva deste grupo e de outros anaeróbios Gram negativos é realizada com sistemas bioquímicos comercialmente disponíveis, que medem a atividade de enzimas pré formadas ou por análise da sequência de genes espécie-específicas, por exemplo gene 16S do RNA ribossomal.

Como forma de tratamento para infecções graves provocados por bactérias anaeróbicas, usa-se antibioticoterapia combinada com intervenção cirúrgica. Praticamente todos os membros do grupo B. fragilis produzem β-lactamases. Estas enzimas tornam as bactérias resistentes à penicilina e a muitas cefalosporinas. Antimicrobianos com atividade mais eficaz contra bacilos anaeróbios Gram negativos são metronidazol, carbapenêmicos e a combinação β-lactâmicos e inibidores de β-lactamases.

Considerando que as espécies de Bacteroides são importantes componentes da microbiota normal e das infecções resultarem de espécies endógenas, a doença é impossível de ser controlada.

Fusobacterium

Etiologia: “pequeno bastão” (um pequeno bastão em forma de fuso).

São microrganismo anaeróbios fusiformes que colonizam, principalmente, colonizam o trato respiratório superior, gastrintestinal e geniturinário humanos. São bacilos alongados, fastidiosos e as culturas devem ser incubadas durante 3 dias ou mais. Foi proposta a divisão deste gênero em três subespécies: nucleatum, polymophum e vicentii. A espécie comumente encontrada na cavidade oral é a Fusobacterium nucleatum, sendo uma das principais da categoria.

Há também a F. Periodonticum que também tem sido isolada na cavidade oral e, geralmente, é associada à doença peridontal, podendo ocasionar infecção severa em crianças e em jovens adultos. Está envolvida principalmente em abscessos peritonsilar, em tromboflebites sépticas da veia jugular, em empiema pleural, normalmente com multiplicas metástases, formando abscessos no pulmão, no espaço pleural, no fígado em grandes articulações, sendo relacionada também com bacteremias. Outras duas espécies, F. mortiferum e F.varium são isoladas principalmente em indivíduos com infecções intra-abdominais.

Dentre os principais fatores de virulência há ativação do complemento, hidrofobicidade, estimulação de linfócitos, aderência

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