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INTRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO

Por:   •  27/1/2018  •  11.425 Palavras (46 Páginas)  •  434 Visualizações

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A medula espinal localiza-se dentro do canal vertebral, na coluna vertebral, e é envolvida por três meninges, a dura-máter, a aracnoide-máter, e a pia-máter. A medula espinal é aproximadamente cilíndrica, e inicia superiormente no forame magno do crânio, onde é contínua com o bulbo. Acaba inferiormente na região lombar. Abaixo, a medula espinal afila-se no cone medular, a partir do ápice do qual um prolongamento da pia-máter, o filamento terminal, desce para aderir ao dorso do cóccix.

O SNP abrange os nervos cranianos e os nervos espinais, os gânglios e as terminações nervosas. Portanto, são vias que transportam os estímulos ao SNC, ou que carregam até os órgãos efetuadores as ordens procedidas da parte central.

Os trinta e um pares de nervos espinais estão aderidos por meio das raízes anteriores ou motoras, e as raízes posteriores ou sensitivas. Cada raiz adere à medula por uma sequência de radículas, as quais abraçam toda a extensão do segmento medular correspondente. Cada raiz nervosa posterior possui um gânglio da raiz posterior, cujas células dão origem às fibras nervosas periféricas e centrais.

Os doze pares de nervos cranianos estão conectados com o encéfalo, sendo que os dois primeiros pares de nervos cranianos, o nervo olfatório e o nervo óptico apresentam origens encefálicas no cérebro. Os demais pares de nervos cranianos possuem origens encefálicas no tronco encefálico.

Ainda que os nervos fiquem circundados por bainhas fibrosas em seu caminho por meio de diversas partes do corpo, eles são relativamente desprotegidos e frequentemente lesionados por traumatismos.

Divisão do sistema nervoso do ponto de vista funcional

Do ponto de vista funcional pode-se dividir o SN em sistema nervoso somático (SNS) e sistema nervoso visceral (SNV). O SNS é também designado SN da vida de relação, ou seja, aquele que relaciona o organismo com o meio. Para isto, a parte aferente do SNS encaminha aos centros nervosos gerados em receptores periféricos, comunicando a estes centros sobre o que se passa no meio ambiente. Por outro lado, a parte eferente do SNS conduz aos músculos estriados esqueléticos, o comando dos centros nervosos, derivando movimentos que levam a um maior relacionamento ou integração com o meio externo.

O SNV, ou da vida vegetativa, relaciona-se com a inervação das estruturas viscerais, e é muito interessante para a integração da atividade das vísceras no sentido da homeostase. De tal modo, como o SNS, caracteriza-se no SNV uma parte aferente e outra parte eferente. O componente aferente leva os impulsos nervosos oriundos em receptores das vísceras, os visceroceptores a áreas específicas do SNC. O componente eferente traz impulsos de certos centros nervosos até as estruturas viscerais acabando, pois em glândulas, no músculo liso, ou no músculo estriado cardíaco. Por definição, designa-se sistema nervoso autônomo (SNA) tão somente o componente eferente do sistema nervoso visceral, sendo que o SNA divide-se em simpático e parassimpático.

Divisão do sistema nervoso com base na segmentação ou metameria

Pode-se dividir o SN em sistema nervoso segmentar e sistema nervoso suprassegmentar. A segmentação no SN é demonstrada pela conexão com os nervos. Refere-se, pois, ao sistema nervoso segmentar todo o SNP, mais aquelas partes do SNC que estão em relação direta com os nervos típicos, ou seja, a medula espinal e o tronco encefálico. O cérebro e o cerebelo dizem respeito ao sistema nervoso suprassegmentar. O nervo olfatório e o nervo óptico se ligam ao cérebro, mas não são considerados nervos típicos. De tal modo, nos órgãos do sistema nervoso suprassegmentar, a substância cinzenta situa-se por fora da substância branca e forma uma camada fina, o córtex, que reveste toda a superfície do órgão. Já nos órgãos do sistema nervoso segmentar não há córtex, e a substância cinzenta pode situar-se por dentro da branca, como acontece na medula espinal. O sistema nervoso segmentar aportou na evolução antes do suprassegmentar e, funcionalmente, pode se dizer que lhe é subordinado. De tal modo, as comunicações entre o sistema nervoso suprassegmentar e os órgãos periféricos, os receptores e os efetuadores, se realizam por meio do sistema nervoso segmentar.

Funções do sistema nervoso

(1) Orientação do corpo em relação ao ambiente interno e ao ambiente externo;

(2) Coordenação e controle das atividades do corpo;

(3) Assimilação de experiências necessárias para memória, o aprendizado, e a inteligência;

(4) Programação do comportamento instintivo, claramente mais relevante em outros vertebrados do que em humanos.

Estas quatro funções dependem da capacidade do SN em monitorar as mudanças, ou os estímulos, do interior e do exterior do corpo; em decodificar as modificações em um processo designado integração; e em executar respostas, ativando os músculos ou as glândulas. Deste modo, proferindo em termos gerais, o SN tem funções sensitivas, de integração, e motoras, todas as quais trabalham conjuntamente para manter a homeostasia do corpo.

As meninges

No SNC, a parte do SN acomodado no crânio e na coluna vertebral, não está em contato direto com o osso adjacente, porém depara-se protegido por três membranas designadas, coletivamente de meninges.

*Meninge (G.) meninx (=membrana). O termo meninx era usado pelos gregos para designar vários tipos de membranas ou peles.

O revestimento mais externo é a dura-máter, compondo um saco resistente e inelástico que abrange o encéfalo e a medula espinal. Logo abaixo da dura-máter situa-se a membrana aracnóide-máter. Esta camada da meninge apresenta aspecto e consistência semelhantes à de uma teia de aranha. Mesmo que, normalmente, não haja espaço entre a dura-máter e a aracnóide-máter, se os vasos sanguíneos que passam por meio da dura-máter se rompem, o sangue pode ser coletado na região, desenvolvendo um hematoma subdural. O acúmulo de líquido neste espaço subdural pode prejudicar o funcionamento encefálico pela compressão de partes do SNC. O tratamento do distúrbio consiste em abrir um orifício no crânio e drenar o sangue.

A pia-máter é uma membrana fina que adere estreitamente à superfície do encéfalo. Ao longo da pia-máter percorrem muitos vasos sanguíneos que, por fim, adentram no

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