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O serviço social na humanização do parto

Por:   •  23/1/2018  •  5.702 Palavras (23 Páginas)  •  361 Visualizações

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Portanto, é importante que os profissionais de saúde prestem uma assistência digna para garantir a mulher, e seus entes queridos uma gravidez segura e saudável, com informações necessárias para que possa escolher com tranqüilidade o local, o tipo de parto, o profissional que lhe assistirá, o acompanhante, entre outras, respeitando sempre a participação de sua família em todo esse processo.

Diante disso os profissionais de enfermagem devem analisar criticamente o seu trabalho, os cuidados que prestam aos seus clientes e o que podem fazer para melhorar e tornar mais humanizada essa assistência, pois ocasiona a necessidade de refletir sobre o tema, e isso pode conscientizá-los da importância de sua participação na assistência, educação, promoção da saúde, prevenção de intercorrências na gravidez e recuperação da saúde.

Conduto mostra-se a importância de ser realizar estudos que envolvem o tema parto humanizado para que cada vez mais, o profissional tenha uma visão holística de cada mulher como condutora do processo de parturição, e comecem a respeitar suas vontades e direitos.

Mediante ao exposto, optamos como objeto de estudo as vivências de mulheres/mães ao parto humanizado. Traçamos como objetivos: Avaliar os conhecimentos das mulheres mães acerca do parto humanizado; Analisar as influências dos conhecimentos das mulheres/mães sobre o seu protagonismo no desenvolvimento do parto humanizado; Descrever as contribuições das mulheres/mães que vivenciaram o parto humanizado para melhoria de assistência de Enfermagem.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

2.1 POLÌTICAS PÙBLICAS DE SÀUDE BRASILEIRA ÁS MULHERES

As raízes do feminismo no Brasil tiveram sua origem no século XIX. Inicialmente foram identificadas duas tendências. A primeira tendência teve como foco o movimento sufragista liderado por Bertha Lutz, a pioneira do feminismo no Brasil. Foi chamada de feminismo "bem comportado" para sinalizar o caráter conservador desse movimento, o qual não questionava a opressão da mulher. Nesse sentido, a luta para a inclusão das mulheres à cidadania não se caracterizava pelo desejo de alteração das relações de gênero, mas como um complemento para o bom andamento da sociedade. A segunda tendência de feminismo "malcomportado", vertente que reúne uma gama heterogênea de mulheres (intelectuais, anarquistas, líderes operárias) que, além do político, defendem o direito à educação e falam em dominação masculina, abordam temas que para a época eram delicados, como, por exemplo, a sexualidade e o divórcio (OTTO, 2004).

O mesmo autor aponta ainda para uma terceira vertente que foi chamado de "o menos comportado dos feminismos", que se manifesta especificamente no movimento anarquista e no Partido Comunista em 1922, tendo como expoente Maria Lacerda de Moura. E em 1932 a mulher consegue então efetivamente o direito de votar e surge ai a Legislação Trabalhista de proteção ao trabalho feminino. Em conseqüência disto surgem então várias associações, clubes, ligas e organizações em favor dos direitos femininos.

Na década de 1940, surge uma nova retomada no movimento feminista com a criação do Conselho Nacional de Mulheres do Brasil (CNMB) que surgiu como uma organização cultural, não governamental, fundado D.Jerônima Mesquita. Esse movimento torna as questões do movimento mais abrangentes, conquistando coisas como o princípio da igualdade entre marido e mulher no casamento e a introdução do divórcio na legislação brasileira. Ainda nessa época as mulheres organizavam-se, independentemente de partidos políticos, idade e classe social, para formar uma militância contra o regime militar (CNMB, 2008).

E em 1975 a ONU (Organização das Nações Unidas) declarou 1975 como o Ano Internacional da Mulher e a década que se seguiu, até 1985 como a década da mulher em todo o mundo e, logo então declara o “08 de março” como dia Internacional da Mulher que passa a ser comemorado em todo o país de forma cada vez mais organizada (BETTO, 2001).

No auge das conquistas, em 1977, foi instaurada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a situação da mulher no mercado de trabalho. Essa CPI promoveu um grande debate nacional sobre o assunto e mobilizou setores representativos da sociedade, criando o clima necessário para a lei do divórcio e o ingresso da primeira mulher na Academia Brasileira de Letras, naquela época em reduto masculino (LAHNI, 2001).

Diante dessas diversas conquistas, a mulher também teve um grande avanço às políticas nacionais de saúde onde foram implementados programas voltados exclusivamente para assistência aos problemas decorrentes da gestação e do parto, a exemplo teve a criação dos centros de saúde onde iniciaram os programas de pré-natal que tinham como objetivo principal reduzir a mortalidade infantil. (BRASIL,2001).

Através da reivindicação em 1984, o Ministério da Saúde (MS) elaborou o Programa de Assistência Integral a Saúde da Mulher (PAISM), que veio com uma proposta inovadora de assistência à mulher em todo o seu ciclo reprodutivo, acompanhando os princípios do SUS, como a integralidade, equidade e universalidade, incluindo ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação. Também agregou a assistência à mulher em clinica ginecológica, no pré-natal, em planejamento familiar, DST, câncer de colo de útero e de mama, além do atendimento a outras necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres (BRASIL,1984).

Adotando esses princípios, e beneficiadas pelo clima de mobilização política vigente, as formuladoras do PAISM conseguiram promover amplo debate público com profissionais de saúde e integrantes do movimento de mulheres, que desde então lutam pela implementação deste programa oficial em âmbito nacional, a partir de experiências locais (COSTA, AQUINO, 2000).

O PAISM constituiu um marco histórico, na medida em que introduz novo enfoque nas políticas públicas voltadas para a saúde da mulher, centrado na abordagem global de saúde em todas as fases e não apenas no ciclo gravídico-puerperal, tendo como umas das ações preconizadas o planejamento familiar. Porém a humanização e a qualidade de atenção, que requerem as mulheres, necessitam de uma proposta que promove o reconhecimento e o respeito aos direitos humanos das mulheres, dentro de um marco ético que garanta a saúde integral e o bem-estar (BRASIL, 2005).

Diante disso, o Ministério da Saúde lança as Diretrizes para a Política de Atenção Integral à

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