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Intervenções de saúde e nutrição na comunidade escolar relacionada à saúde bucal

Por:   •  18/4/2018  •  2.360 Palavras (10 Páginas)  •  375 Visualizações

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O PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE BUCAL

As ações se saúde necessitam incluir todas as perspectivas do processo saúde-doença, ou seja, dar respostas de promoção e proteção à saúde, ações de recuperação e reabilitação (BRASIL, 2004). Para tanto, precisará articular-se a uma rede de serviços hierarquizada, possibilitando a resolubilidade das diferentes demandas apresentadas pelos usuários. Paralelamente, não poderá ser construídos sem a participação dos diferentes sujeitos trabalhadores da saúde (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agente comunitário de saúde, entre outros), bem como só terá legitimidade se houver a compreensão e participação da comunidade (em suas várias representações), e do usuário individual no momento da busca por um serviço de saúde bucal. A implantação do Sistema Único de Saúde desencadeou inúmeros desafios, principalmente em relação a sua capacidade de ofertar serviços capazes de garantir a universalização das ações e a integralidade ao cuidado das demandas e necessidades historicamente acumuladas na sociedade brasileira. A Lei 8080/90 legitima a saúde como um direito de todo cidadão, devendo o Estado garantir/ prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício (BRASIL, 1990). Compreende a saúde como qualidade de vida e, portanto, circunscrita em seus vários espectros – biológico, social, econômico, político, cultural e ideológico. Nesse sentido, a saúde bucal é apenas um fragmento dessa totalidade complexa e, irremediavelmente, imbricada. A saúde bucal é a qualidade de saúde que se apresenta na cavidade bucal e, também, é sócio-culturalmente construída. Nesse sentido, saúde bucal é um conceito genérico, utilizado para organizar um núcleo de conhecimentos específicos, mas dependente de outros campos de saberes. Portanto, a saúde bucal configura-se como matriz da formação dos cirurgiões-dentistas, mas só efetiva-se no encontro com as ações desenvolvidas por diferentes sujeitos (médicos, enfermeiros, técnicos, agentes comunitários, gestores/ políticos, professores, entre outros), tendo o sujeito usuário como centro do cuidado.

As ações de saúde bucal devem inserir-se na estratégia planejada pela equipe de saúde numa inter-relação permanente com as demais ações da unidade de saúde, aliando a intersetorialidade e a participação e o controle social. As ações coletivas são aquelas desenvolvidas com o intuito de atingir o maior número de pessoas, através da promoção e proteção da saúde em diferentes espaços sociais (escolas, clubes, associações, unidades de saúde, entre outras), ou seja, confere um caráter não formal ao processo de ensino/ aprendizagem em saúde. A não formalidade frisa-se no sentido de não privilégio e de não rigidez para o desenvolvimento das práticas em saúde, contudo, percebem-se como imprescindíveis o planejamento e a utilização de ferramentas adequadas a cada atividade e para cada grupo social (criança, adolescentes, adultos, gestantes, idosos, etc.). Nesse sentido, é mister o conhecimento estruturado (fundamentação teórica), a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, o respeito às diferenças, a utilização do acolhimento e do vínculo, tudo isso em prol da construção de sujeitos autônomos e capazes de coresponsabilidade e co-participação na construção da saúde, verdadeiramente coletiva. (1,2)

ALIMENTAÇÃO INFLUENCIA MAIS QUE DO QUE A HIGIENE NA SAÚDE BUCAL

A maioria das pessoas desconhecem que o tipo de alimentação adotada pode ter grande influência nos problemas como cáries, periodontite e erosão dentária. O assunto é grave e diz respeito aos hábitos alimentares dos brasileiros, diretamente responsáveis pelas estatísticas de saúde bucal do país. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 60% das crianças têm cáries, e que aos 18 anos de idade, apenas 55% dos indivíduos permanecem com todos os dentes na boca.

O conhecimento dos hábitos alimentares dos pacientes é essencial para o diagnóstico da saúde oral. Vários são os fatores que influenciam no aparecimento dos problemas bucais, como a salivação, importante para reduzir a acidez oral; a mastigação e, consequentemente o tempo de permanência da comida na boca; e as próprias características dos alimentos consumidos, que podem, por exemplo, favorecer a proliferação de bactérias responsáveis pela existência de cáries. O tipo de dieta seguida, o número de refeições ao dia, o uso de medicamentos e a forma como se ingere as bebidas também influenciam na incidência de problemas bucais. (3)

CÁRIES E ALIMENTAÇÃO

Faz parte da sabedoria popular a crença de que as cáries são resultado do consumo de açúcares. No entanto, é importante saber que a prevalência da doença não aumenta em proporção o aumento da concentração de açúcar nos alimentos, pois a cariogenicidade também tem relação com várias outras características, como a retenção do alimento na boca, a frequência na ingestão dos itens, as características da saliva e a exposição ao flúor.

Pão branco e massas, por exemplo, ficam mais retidos nos dentes do que chocolate e leite. Alguns doces podem colaborar para tornar o ambiente bucal mais ácido, por isso os dentes devem ser escovados sempre depois de consumi-los. Outra alternativa é apenas comê-los durante as refeições, quando geralmente é feita a higiene bucal regular. “Estudos mostram que, mesmo dobrando-se a ingestão de açúcar não houve aumento de cárie em crianças que consumiram tudo na refeição e não nos intervalos”. (3)

O QUE OS HÁBITOS ALIMENTARES INDICAM SOBRE A SAÚDE ORAL

- O consumo de dietas hiperproteícas aumenta a excreção de líquidos, e consequentemente, diminui a salivação. O mesmo acontece quando se consome apenas uma ou duas refeições por dia.

- Consumo excessivo de carboidratos e insuficiente de fibras aumenta o risco de cáries.

- A ingestão de bebidas do tipo “zero” ricas em cafeína pode provocar desidratação do tecido oral e erosão dos dentes.

- Dietas pobres em frutas, hortaliças e grãos integrais não garantem nutrientes para manter a integridade do tecido oral e debilitam o sistema imune reduzindo a resposta do paciente a tratamentos dentários de restauração.

- Distúrbios alimentares como anorexia nervosa e bulimia provocam alterações nos tecidos mole e rígido da boca. (3)

HIGIENE BUCAL

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