Conhecimento da População Sobre a Hanseníase em um Microárea do bairro Parque Santa Lúcia em Imperatriz- MA.
Por: Kleber.Oliveira • 3/7/2018 • 5.841 Palavras (24 Páginas) • 403 Visualizações
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A hanseníase vem ganhando importância nos meios acadêmicos devido a estudos que mostram pouco conhecimento da população acerca deste tema, que gera dúvidas e constrangimento, e possuir grande potencial para provocar incapacidades físicas, que podem evoluir para deformidades. Essas incapacidades e deformidades podem acarretar múltiplos problemas para o paciente com hanseníase.
Por essas razões, o objetivo deste estudo é identificar o conhecimento da população sobre a hanseníase de uma microárea do bairro Parque Santa Lúcia. Através deste estudo, evidenciou-se a importância de se agregar conhecimento por parte dos profissionais de saúde no atendimento e na forma de abordagem à população em geral, de forma a levar conhecimento sobre hanseníase uma vez que a comunidade demonstra pouco conhecimento sobre uma doença na qual representa um grave problema de saúde pública no Brasil.
Para obtenção dos dados foi realizado entrevista com formulário estruturado (APÊNDICE B) e posteriormente aplicado aos moradores da microárea na UBS do bairro Parque Santa Lucia com o objetivo de investigar o conhecimento e o perfil socioeconômico da população sobre a hanseníase.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para Dias; Cyrino e Lastória (2010, p.10), conceituam que a hanseníase é uma doença de alto potencial para produzir deformidades e incapacidades físicas. Estas, por sua vez, além de impedirem que o indivíduo possa trabalhar, estigmatizam-no e são responsáveis por sua marginalização social.
Por falta de um conhecimento mais específico sobre as doenças, havia na Idade Média uma dificuldade de se diagnosticar a lepra. Por isso, ela era muitas vezes confundida com outros tipos de enfermidades, principalmente com as de pele e venéreas. Partindo desta premissa, a segregação dos leprosos pôde ser vista também como uma maneira, empregada na Idade Média, de afastar da sociedade um símbolo vivo da lascívia e da promiscuidade. Neste sentido, a lepra era tida como um símbolo do pecado, como um sinal externo e visível de uma alma corroída pelo erro e, em especial, pela transgressão sexual (SOUZA, 2012).
De acordo com Duarte; Ayres; Simonete (2009, p. 23), acrescentam quer a hanseníase subdivide- se basicamente em quatro tipos:
Hanseníase Indeterminada (HI): Considerada como estágio inicial e de transformação da doença, pode ser encontrada em indivíduos que não tem respostas imune definidas contra o bacilo. Hanseníase Turberculóide (HT): Nessa forma já se verifica áreas com lesões sérias, definidas como lesões em placas ou anulares com bordas papulosas e áreas da pele com hipocrômicas. Hanseníase Virchoviana (HV): nessa forma o bacilo, já está em um processo de multiplicação da doença, já se tem a disseminação no exterior do tronco nervoso, dentre outros órgãos, manchas mal definidas discretamente hipocrômicas que se espalham sobre o corpo, a pele normalmente está brilhante, poros dilatados como uma casca de laranja, e sobre essa área, manchas vermelhas.
Ainda para Duarte; Ayres; Simonete (2009, p. 24), acredita que Hanseníase Dimorfa (HD) é caracterizado por sua instabilidade imunológica, o que faz com que haja grande variação em suas manifestações clínicas, seja na pele, nos nervos, ou no comprometimento sistêmico. As lesões da pele ou inúmeras lesões sobre o corpo, manchas vermelhas e brancas com bordas ferruginosas, ou violáceas com bordas internas nítidas, é verificado lesões no pescoço, lesões neurais são precoces e leva a incapacidade física revelam-se numerosas e a sua morfologia mescla aspectos de HV e HT, podendo haver predominância ora de um, ora de outro tipo.
Seguindo os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), classifica operacionalmente a hanseníase pelos sinais e sintomas apresentados pelo paciente em: paucibacilar, para aquele que apresenta até cinco lesões na pele; e multibacilar para o que possui mais de cinco lesões. Essa classificação é importante para que seja selecionado o sistema de tratamento poliquimioterápico adequado (BRASIL, 2008, p. 57).
A hanseníase, também chamada de Mal de Hansen (MH) é causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, e é considerada importante problema de saúde pública no Brasil. Toda via, o controle desta doença considerada endêmica se configura como grande desafio, pois o país ocupa o segundo maior número de casos registrados, sendo superado apenas pela Índia (FILHO, 2011).
Segundo Souza et. al., (2012), acrescenta ainda, que a hanseníase é uma doença crônica e curável que provocava atitude de rejeição e discriminação do portador, excluindo-o da sociedade. A segregação da pessoa em hospitais colônia foi identificada pelas autoridades federais como a única forma de profilaxia da doença. Os portadores de hanseníase eram excluídos de suas famílias, amigos e da sociedade e, em muitos casos, as famílias desses portadores eram destruídas.
Além dos danos físicos, a condição do portador se apresenta, em razão do pré-conceito, marcada por sofrimento, abandono, deformidades e problemas psicossociais que possam ocorrer. Podendo também ocorre a discriminação social e prejuízos econômicos, dando à doença um caráter transcendente (GOMES, et al., 2014)
O Brasil é considerado o segundo país do mundo em casos de hanseníase e congrega mais de 80% dos casos no continente americano, sendo classificado como único país endêmico nesse continente. A distribuição da doença não é homogênea, onde apresenta índices muito altos nas regiões Norte, Centro Oeste e Nordeste, quando comparados aos estados da região Sul e Sudeste. Esta heterogeneidade na distribuição da hanseníase, articulada às diferenças regionais nos aspectos culturais, sociais e econômicos, indica a necessidade de formulação e implementação de planos de ação apropriados a cada região (CARVALHO, 2015).
O diagnóstico de caso de hanseníase na atenção básica de saúde é essencialmente clínico por meio do exame dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo motor e/ou autonômico). Os casos com suspeita de comprometimento neural sem lesão cutânea (suspeita de hanseníase neural pura) e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva e/ou autonômica sem lesão cutânea evidente deverão ser encaminhados para unidades de saúde de maior complexidade para confirmação diagnóstica. Dessa forma, considera- se que
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