Analise e Mapeamento das Areas de Risco do Bairro Alto Bela Vista
Por: Salezio.Francisco • 17/10/2017 • 2.693 Palavras (11 Páginas) • 590 Visualizações
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O bairro Alto Bela Vista está situado em uma região periférica no norte da cidade de Teófilo Otoni – MG, e é o objeto de pesquisa deste trabalho. Como grande parte da cidade, a área possui relevo dissecado e por isso, sofre com ocorrências de pequenos deslizamentos.
Esta pesquisa tem o objetivo de identificar os eventos (ou os riscos de eventos) ocorridos na área em questão, bem como apresentar os motivos naturais e antrópicos para a ocorrência dos mesmos, demonstrando os prejuízos causados por eles à comunidade a fim de apresentar meios de prevenção a esses desastres.
2. Referencial Teórico
Fenômeno natural é qualquer fenômeno físico que ocorra na natureza independentemente da intervenção humana, e tem origem nas dinâmicas interna e externa da Terra. Erupções e terremotos são exemplos de fenômenos oriundos da dinâmica interna, e tempestades, enchentes, deslizamentos e erosões exemplificam fenômenos da dinâmica externa terrestre (Amaral e Gutjahr, 2011; Tominaga et al., 2011).
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Os fenômenos naturais que ocorrem em locais ou regiões habitadas pelo homem (podendo ou não ser influenciados pelo mesmo) são chamados desastres naturais, e acarretam um número especifico de danos ou perdas (Tominaga, 2011). Os critérios que definem a ocorrência de um fenômeno como um desastre, são: mínimo de 10 óbitos; 100 ou mais pessoas afetadas; declaração de estado de emergência ou calamidade publica; pedido de auxilio internacional (Scheuren, et. al. 2008).
Uma das principais ocorrências de desastres naturais no Brasil são os movimentos de massa, que estão relacionados à ação gravitacional sobre o solo e tudo que compõe a superfície da Terra, como as rochas e a vegetação. Há outros fatores que contribuem para esse evento, como a água e o gelo, que reduzem a resistência dos materiais e induzem um comportamento plástico e fluido dos solos (Tominaga, 2007).
Os movimentos de massa de ordem gravitacional representam um importante agente externo modelador do relevo e são processos ligados ao quadro evolutivo das encostas. Para Drew (1986, p. 132) “ele varia em função da natureza do material, da topografia, do clima e da vegetação, mas pode ser tão lento que se torna imperceptível (creep ou reptação) ou brusco (desabamento ou desmoronamento)” (Pinto et al., 2012).
Os movimentos de massa são classificados em vários tipos, e envolvem uma grande variedade de materiais e processos. Algumas condições que os favorecem são relacionadas à geomorfologia, ao relevo (declividade da vertente), à vegetação, à ação do homem, e ao regime de chuvas e ações climáticas em geral (principalmente quando há a concentração das chuvas em determinadas épocas do ano) (Bigarella et al,. 2003).
Classificação dos Movimentos de Massa quanto ao Tipo (Augusto Filho, 1992; CENAD,
2012):
∙ Rastejo: movimentos constantes, sazonais ou intermitentes de velocidades baixas.
Ocorre em solos, depósitos de materiais, rochas alteradas ou fraturadas. Fissuras nas paredes, árvores ou postes inclinados são evidências deste evento.
∙ Deslizamento ou escorregamento: deslocamento de pequenos a grandes volumes de material cujo centro de gravidade se desloca para baixo e para fora do talude à velocidade média ou alta. Apresenta superfície de ruptura bem definida e duração relativamente curta. Possui três variações:
Planares – solos pouco espessos e rochas com plano de fraqueza. Circulares – solos espessos homogêneos e rochas muito fraturadas.
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Em cunha – solos e rochas com dois planos de fraqueza.
∙ Queda: movimento tipo queda livre ou em plano inclinado em alta velocidade.
Geralmente composta por material rochoso (pequenos a grandes volumes). Possui duas variações:
Rolamento de Matacão; Tombamento.
∙ Corrida: movimento semelhante ao de um fluido viscoso com velocidade variando de media a alta. Mobiliza grande volume de material, como solo, rocha, detritos e água, e possui extenso raio de alcance.
∙ Subsidência: rebaixamento rápido ou gradual do terreno devido ao colapso de cavidades, redução da porosidade do solo ou deformação de material argiloso. Outro processo de formação do solo que pode causar prejuízos à população
dependendo de onde ocorra é a erosão, representada pelo processo de desagregação, remoção e transporte de partículas de solo ou rocha. Este processo é realizado por agentes intemperisantes, que são responsáveis pela condução destas partículas. Podem ser exemplos destes agentes: a água; o vento; o gelo; os organismos (plantas e animais); e a variação de temperatura. Uma das consequências da erosão no perímetro urbano é a destruição de estradas, moradias e até comunidades inteiras (Amaral e Gutjahr, 2011).
A erosão continental é classificada principalmente por dois tipos (Proin/CAPES e
UNESP/IGCE, 1999):
∙ Laminar: representa o escoamento uniforme da água através da superfície do solo, transportando partículas, sem a formação de canais. É responsável pelo assoreamento dos rios, e pelos danos às terras agricultáveis.
∙ Linear: representa o escoamento da água concentrado em forma de filetes. É
identificada de acordo com o grau de degradação do solo:
Sulcos – formam incisões perpendiculares às curvas de nível na superfície do solo de até 50 cm de profundidade;
Ravinas – possuem profundidade maior que 50 cm; as águas do escoamento superficial atingem até os horizontes inferiores do solo; possuem forma retilínea, alongada e estreita;
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Boçoroca – neste caso a erosão atinge o nível freático que aflora no fundo do canal. A combinação das águas do escoamento superficial e subterrâneo acarreta na evolução da erosão lateral, longitudinal e vertical.
3.
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