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AS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES APRESENTADAS PELOS PACIENTES RENAIS CRÔNICOS DURANTE AS SESSÕES DE HEMODIÁLISE

Por:   •  14/7/2018  •  3.097 Palavras (13 Páginas)  •  278 Visualizações

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CÃIBRAS MUSCULARES

De Deus (2015) e Nascimento & Marques (2005) afirmam que as cãibras geralmente ocorre no final das sessões e predomina nos membros inferiores, podendo ocorrer juntamente com a hipotensão, embora possam persistir após o restabelecimento da pressão arterial.

Terra et al. (2010) e Castro (2001) dizem que as cãibras estão associadas à elevada taxa de ultrafiltração durante a sessão de hemodiálise, ou seja ao desequilíbrio entre a UF e o preenchimento vascular. Alguns estudos ainda correlacionam com déficit de carnitina.

Os fatores predisponentes mais importantes são: hipovolemia e hipotensão. O uso de solução dialítica pobre em sódio também tem sido associada a uma alta incidência de cãibras musculares. (DALGIRDAS, J.T, 2003; FERMI, M.R.V., 2003; BARROS, E.; MANFRO, R.C.; THOMÉ, F.S. & GONÇALVES, L.F.S, 1999; CALIXTO, R.C.; LORENÇON, M.; CORRÊA, M.S.M.F.; CRUZ, A.P; MARTINS, L.C.; BARRETTI, P.; et al, 2003).

Como geralmente as cãibras musculares ocorrem concomitantemente com a hipotensão, a administração de solução de glicose ou soro fisiológico hipertônico é muito eficaz no tratamento agudo das cãibras musculares, podendo também ser utilizado gluconato de cálcio. Essas soluções também agem transferindo água osmoticamente em direção ao compartimento sanguíneo, auxiliando a manter o volume sanguíneo. A administração de glicose hipertônica é preferida para o tratamento de cãibras em pacientes não-diabéticos (BARROS, E.; MANFRO, R.C.; THOMÉ, F.S. & GONÇALVES, L.F.S, 1999; CALIXTO, R.C; LORENÇON, M.; CORRÊA, M.S.M.F.; CRUZ, A.P.; MARTINS, L.C; BARRETTI, P.; et al, 2003).

O tratamento consiste na reposição aguda de volume com solução salina isotônica ou soluções hipertônicas. São bastante efetivas também massagens nos membros afetados. Alguns estudos defendem o uso de sulfato de quinino ou vitamina E, duas horas antes do procedimento dialítico, como prevenção a este sintoma. Quando o episódio de cãibras já está instalado de acordo com Lima e Santos (2004), a ação consiste em aplicação de calor no músculo afetado, massagens, flexão dos dedos sobre o dorso do pé e pedir para o paciente fazer pressão sobre a planta do pé se a cãibra estiver localizada em membros inferiores.

A prevenção dos episódios hipotensivos eliminaria a maior parte dos episódios de cãibras. A elevação do nível de sódio do banho da diálise também pode ajudar a evitar os episódios de cãibras musculares durante e após o tratamento (REIS, E.M.K. & SILVA, T.S., 2003).

NAÚSEAS E VÔMITOS

Ocorrem em até 10% dos tratamentos rotineiros de diálise, sendo sua etiologia multifatorial. A maioria dos episódios em pacientes estáveis provavelmente esteja relacionada à hipotensão, mas também podem ser uma manifestação precoce da síndrome do desequilíbrio (DALGIRDAS, J.T., 2003; BARROS, E., 1999; REIS, E.M.K. & SILVA, T.S., 2003)

Deve-se tratar primeiramente a hipotensão, caso presente. Caso as náuseas e vômitos persistirem pode-se administrar um antiemético. É de extrema importância evitar a hipotensão durante a diálise. Em alguns pacientes, a redução da velocidade de fluxo sangüíneo em 30% durante a primeira hora de diálise pode ser benéfica. No entanto, o tempo de tratamento deve ser prolongado proporcionalmente. (BARROS, E., 1999; REIS, E.M.K. & SILVA, T.S., 2003; FERMI, M.R.V., 2003).

CEFALÉIA

Segundo o Censo Brasileiro de Nefrologia (2014), a cefaleia está relacionada com hipertensão arterial, hipotensão arterial, alterações no peso corporal, ureia, níveis de magnesemia, de sódio e ansiedade. Geralmente inicia após duas horas do início do procedimento e tende a ocorrer em pessoas que já apresentam história de cefaleia frequente anterior a cefaleia pós-diálise, sugerindo uma relação de predisposição existente.

A cefaleia na HD caracteriza-se como aquela que surge ou muda de padrão a partir do início do tratamento dialítico, de característica pulsátil, em topografia bifrontal, cuja intensidade varia de intensidade de moderada a forte no decorrer do procedimento. Possivelmente ainda acompanhada de náuseas e vômitos (KUDOH, Y.; AOYAMA, S.; TORII, T.; et al, 2013; JESUS, A.C.F; OLIVEIRA, H.A.; PAIXÃO, M.O.R.; et al, 2009).

As variações do nível de pressão arterial nos pacientes em HD parecem ter contribuição para desenvolvimento da cefaleia, inclusive existem estudos que evidenciaram níveis pré-dialíticos maiores de pressão arterial sistólica em pacientes que evoluem com cefaleia na HD e, geralmente tem um componente psicogênico associado (SESSO, S.C.; LOPES, A.A.; THOMÉ, F.S.; et al., 2014; MC CAUSLAND, F.R; BRUNELLI, S.M.; WAIKAR, S.S., 2013).

Já a cefaleia relacionada com a hipotensão ocorre em função de múltiplos fatores, como baixo peso seco, baixa concentração de sódio no líquido dialisado, uso excessivo de anti-hipertensivos, uso de acetato e temperatura elevada do dialisado. Durante a hipotensão arterial há liberação de vasodilatadores endógenos, como adenosina ou óxido nítrico, fatores possivelmente também correlacionados com o aparecimento da cefaleia. (SESSO, S.C.; LOPES, A.A.; THOMÉ, F.S.; et al., 2014; MC CAUSLAND, F.R; BRUNELLI, S.M.; WAIKAR, S.S., 2013; MARIJA, D.; TRAJKOVIC, J.Z.; STERNIC, N.; et al. 2007).

Variações de osmolaridade sérica decorrentes do procedimento podem ter papel contribuinte para a cefaleia, principalmente relacionadas à retirada de sódio e ureia durante o procedimento. Pequenas variações de níveis pré-dialíticos de sódio foram descritas de forma isolada, mas a mesma evidência não tem se confirmado na maioria dos estudos. Renais crônicos apresentam diminuição do metabolismo de serotonina, à semelhança dos pacientes migranosos, apresentando assim, maior predisposição para desenvolvimento da dor cefálica.

Existem também estudos que correlacionam a cefaleia na HD à privação de cafeína. Segundo a Sociedade Internacional de Cefaleia, durante a hemodiálise ocorre a depuração de cafeína e outros eletrólitos, o que pode acarretar as crises de cefaleia, principalmente em pacientes que tem uso crônico de cafeína, por um mecanismo denominado síndrome de retirada, que sugere uma reação rebote aos efeitos analgésicos da cafeína. Estudos multicêntricos recentes apresentam resultados contraditórios quanto ao uso de esquemas de diálise com fluxo mais baixo e tempo mais prolongado como fator protetivo a cefaleia da HD. O manejo consiste no uso de analgésicos e na eliminação da causa

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