A GÊNESE DO ESPORTE MODERNO
Por: Hugo.bassi • 15/8/2018 • 1.701 Palavras (7 Páginas) • 396 Visualizações
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O MARXISMO ORTODOXO32 E A TESE DA REPRODUÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO
A analise do esporte enquanto meio de reprodução de força de trabalho desenvolvido por autores adeptos ao marxismo ortodoxo ou economista, os quais trabalham com a questão da hegemonia, onde o esporte é considerado um elemento de dominação, mas pode ser também um meio de resistência cultural ou politica. No marxismo ortodoxo utilizamos a tese da reprodução da força de trabalho “o esporte nesta perspectiva de analise é considerado na verdade, como um dos componentes do tempo livre ou do lazer, abrangendo a problemática mais ampla da relação trabalho lazer”. De acordo com essa teoria, o esporte teria se desenvolvido em estreita ligação com as necessidades da reprodução da força de trabalho, para o sistema de produção capitalista, já que a certo tempo, ele foi e continua sendo oferecido como forma de lazer nos setores trabalhistas, onde a partir das suas características racionalizadas surgem os dois tipos de reprodução: Reprodução simples ou física e Reprodução ampliada da força de trabalho. Dentre as características mais marcantes adquiridas pelo indivíduo a partir de esporte seria persistência, disciplina, pontualidade, dedicação, submissão às ordens, mas tudo isso seria conseguido através da utilização do esporte em sua versão “lazer” para ludibriar o verdadeiro objetivo dos grandes empresários, os quais estão somente voltados ao faturamento e ao lucro da produção.
ESPORTE E HEGEMONIA
Para analisarmos a hegemonia do esporte na Educação Física, resgataremos o conceito de hegemonia elaborado por Antonio Gramsci, no qual este autor entende que hegemonia é a supremacia de uma grupo social sobre o outro e que este apresenta-se de duas formas: como domínio e como direção intelectual e moral. (GRAMSCI, 1991)
O domínio acontece através de aparelhos repressivos do Estado, como por exemplo, os militares. Já a direção intelectual e moral, se dá através de instituições que divulgam a ideologia dominante.
Nota-se que em GRAMSCI, o modo como as relações políticas configuram nos mais diversos países, dependerão da maneira como está estruturada a sociedade civil e a sociedade política, visto que tais "planos" definirão o contexto político de uma dada sociedade.
Portanto é na sociedade civil, sendo esta formada pelos "Aparelhos Privados de hegemonia", que acontecerá a elaboração e difusão das ideologias através dos intelectuais. Deve-se entender por aparelhos privados de hegemonia as seguintes organizações: sistema escolar, igrejas, partidos políticos, sindicatos, organizações profissionais, organização material da cultura (dentro desta a comunicação de massa), etc.
Temos ainda analise do esporte enquanto meio de reprodução de força de trabalho desenvolvido por autores adeptos ao marxismo ortodoxo ou economista, os quais trabalham com a questão da hegemonia, onde o esporte é considerado um elemento de dominação, mas pode ser também um meio de resistência cultural ou politica.
O ESPORTE E O ESTADO
E nos últimos tem a relação entre esporte e estado. A qual o autor, mostra a influencia que um tem sobre o outro, e como ambos se utilizam para ganhar vantagens. Quando utilizado pelo Estado como esporte de alto rendimento, seria como uma reprodução da força de trabalho, estabilizando problemas sociais para controle da população. O esporte de competição cresce cada vez mais, quando o Estado se junta a organizações esportivas, que são em grande parte dependentes de investimentos, ao ganhar o dinheiro estas organizações se compromete a criar atletas de alto rendimento trazendo assim prestigio nacional, desviando dos problemas sociais. Com isso o esporte competitivo se torna hegemônico, ficando o esporte lazer em segundo plano, que tende a uma imitação do esporte de rendimento, exposto pela mídia.
ESPORTE, ESTADO E CULTURA
A análise a respeito da relação entre o esporte e a influência do Estado, a que Bracht dedica dois capítulos, “Esporte e Estado”, e “Estado, Esporte e Cultura”. Ele afirma que tal ligação depende do tipo de relação existente entre a sociedade civil e o Estado. O esporte seria uma via de promoção da reprodução da força de trabalho, ou teria um efeito estabilizador, atenuando tensões sociais, além da sua potencial instrumentalização política, o que o torna uma peça importante no controle do Estado, que privilegia a prática esportiva de alto rendimento. O Estado interage com as organizações esportivas, que muitas vezes são dependentes de seus investimentos, havendo uma situação de troca: com dinheiro, a organização esportiva estrutura-se para “fabricar” atletas de alto rendimento e trazer, com eles, o prestígio de repercussão nacional e internacional, além de legitimação política e o senso nacionalista, como servindo de um “remédio” eficaz para desviar-se o foco dos problemas sociais internos. Daí é observável que o esporte de competição torna-se hegemônico na cultura corporal, enquanto o esporte-lazer fica em segundo plano. Afinal, a idéia do Estado de desenvolver o esporte entre a população, devido a motivos de higiene, saúde, a fim de diminuir os índices de doenças e diminuir, assim, os gastos públicos (sendo esse, inclusive, o discurso legitimador do esporte enquanto instituição, discussão que toma um dos capítulos), passa pela concepção de que para se incentivar essa prática, faz-se necessário a “produção” de ídolos; o esporte-lazer tende, consequentemente, a uma imitação do esporte-rendimento, tão vinculado pela mídia.
O ESPORTE E AS INSTITUIÇÕES
A relação entre esporte e instituição,
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