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RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

Por:   •  15/10/2018  •  5.208 Palavras (21 Páginas)  •  386 Visualizações

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Caso se destinem apenas a exame sumário, a urina idealmente seria coletada no laboratório, 1 a 2 horas após a 1ª emissão da manhã. Para maior conforto dos utentes também é permitida a coleta do 1º jato da 1ª urina da manhã, desde que esta seja guardada no refrigerador e entregue no laboratório, no máximo 2 horas após a coleta. O recipiente deve ser um frasco plástico, de boca larga, sem conservantes, de capacidade não inferior a 50mL, não esterilizado, mas quimicamente limpo, e com tampa bem-adaptada, de modo a que o seu conteúdo não verta. Caso se destinem a exame bacteriológico, recomenda-se a coleta do 2º jacto da 1ª urina da manhã, após lavagem cuidadosa da região urogenital e área circundante (com água e sabão; não devem ser usados soluções anticéticas). Se a urina não for enviada dentro da 1ªhora ao laboratório, deve ser refrigerada a 4ºC para se evitarem alterações na morfologia celular e alterações bioquímicas devidas à multiplicação bacteriana. O recipiente de coleta deverá ser de plástico, sem conservantes, de capacidade não inferior a 50mL, esterilizado, e com tampa bem-adaptada, de modo a que o seu conteúdo não derrame. Nos bebês (sem controlo dos esfíncteres) a coleta deve ser feita no laboratório e deve ser executada uma lavagem antes da colocação do saco coletor; no entanto se o bebê não urinar ao final de 30 minutos o saco deve ser substituído, e todo o procedimento de lavagem repetido. A prescrição e a toma de antimicrobianos devem ser sempre comunicadas ao laboratório e registradas, assim como a técnica de coleta (por exemplo, se a urina foi colhida por punção supra-púbica, é necessário valorizar qualquer crescimento).

É necessário ter sempre presente informação relativa ao sexo e idade do doente, bem como outras condições (por exemplo, gravidez) para a avaliação de resultados e do respectivo antibiograma. Para a coleta da urina de 24 horas deve ser rejeitada toda a 1ª urina da manhã, e anotar a hora desta micção. Toda a urina das 24 horas seguintes deve ser coletada para frasco apropriado fornecido pelo laboratório (este frasco pode conter conservantes, ácidos ou bases, pelo que deve ser manuseado com cuidado). A coleta termina à mesma hora do dia seguinte, altura em que o utente deverá urinar, para coletar toda a urina que estiver na bexiga. Durante a coleta e até ser transportado ao laboratório, o frasco deve ser mantido no refrigerador.

O sistema Clinitek Atlas combina os princípios da espectroscopia por reflectância com a utilização de tiras impregnadas de reagentes, para fornecer resultados qualitativos e semiquantitativos. Cada tira contém 11 zonas reativas independentes, impregnadas de substâncias químicas para a deteção de analitos específicos. Adicionalmente, cada tira tem uma almofada não reativa utilizada para a determinação da cor da amostra. Permite determinar o pH e a cor da urina, e ainda testar a presença de proteínas, creatinina, leucócitos, nitrito, glicose, sangue, corpos cetónicos, bilirrubina e urobilinogénio.

No primeiro dia foram passadas as instruções sobre a localização de todos os materiais, suas denominações e funções; procedimentos de segurança dentro do laboratório, MPOP (manual de procedimento operacional padrão) do setor e a importância dos equipamentos de proteção individual (EPIs)

Os testes realizados durante o período do estágio foram:

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ANÁLISE DOS ASPECTOS FÍSICOS DA URINA.

Geralmente a urina normal e recentemente emitida é límpida, no entanto muitas vezes surgem urinas opacas, leitosas, levemente turvas, turvas ou muito turvas. Foram avaliado volume, cor, aspecto.

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ANÁLISE DOS COMPONENTES DA URINA COM A UTILIZAÇÃO DA TIRA REATIVA.

Cor

Normalmente a urina emitida por indivíduos saudáveis é amarela, resultante da excreção de três pigmentos: urocromo (amarelo), uroeritrina (rosa) e urobilina (laranja); sendo que estes pigmentos são originados no metabolismo normal do organismo. A intensidade da cor da urina está relacionada com a concentração da amostra, ou seja, de certa forma indica a concentração urinária e o grau de hidratação da pessoa.

Quando em repouso, a urina escurece provavelmente pela oxidação do urobilinogénio.

Existem vários fatores e constituintes que podem alterar a cor da urina, incluindo substâncias ingeridas, atividade física, assim como diversos compostos presentes em situações patológicas. As cores comumente encontradas são:

Amarelo-claro ou incolor - é encontrada em pacientes poliúricos, diabetes mellitus, diabetes insipidus, insuficiência renal, elevado consumo de líquidos, medicação diurética e ingestão de álcool.

Amarelo-escuro ou castanho - é frequente nos estados oligúricos, anemia perniciosa com deficiência de vitamina B12, estados febris, icterícia (na fase inicial, devido à presença anormal de bilirrubina) e exercício vigoroso.

Alaranjada ou avermelhada - é comum em casos de hematúria, hemoglobinúria, mioglobinúria, icterícia hemolítica, porfirinúria, ingestão de certas substâncias (fenolftaleína, beterraba, vitamina A, nitrofurantoína) e contaminação durante o período menstrual.

Castanha ou enegrecida - surge nos utentes com carcinoma de bexiga, glomerulonefrite aguda, alcaptonúria (causada pela deficiência da enzima oxidase do ácido homogentísico) e meta-hemoglobinúria.

Azulada ou esverdeada – surge em casos de infecção por pseudomonas.

Esbranquiçada ou branca leitosa – surge em situações de quilúria (rutura dos vasos linfáticos para o sistema excretor urinário, causando a saída de linfa; uma vez que esta é rica em quilomicrons confere um aspeto leitoso à urina), lipidúria, fosfatúria e piúria.

pH

O pH normal da urina pode variar entre 4,6 e 8,0. Os reagentes são o vermelho de metilo e o azul de bromotimol. O crescimento bacteriano de certos microrganismos numa amostra pode provocar um desvio alcalino (devido à conversão da ureia em amónia).

Glicose

Pequenas quantidades de glicose (

Corpos cetónicos

Em situações normais não são detetáveis na urina. Este teste baseia-se na reação do ácido acetoacético com o nitroprussiato de

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