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Diversidade de estratégia comportamental – altruísmo e egoísmo

Por:   •  29/1/2018  •  2.616 Palavras (11 Páginas)  •  283 Visualizações

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uma tribo hipotética, com o padrão de organização altruísta, onde as mulheres coletam frutas e raízes, enquanto os homens saem para a caça. Todo o alimento que eles coletam, são divididos igualitariamente, se um homem resolve ser egoísta e não trabalhar, e mesmo assim usufruir do trabalho dos demais, pode-se considerar que o mesmo possui agora uma vantagem em relação aos outros membros da tribo. Ele poderia até mesmo se tornar superior a alguns outros membros da tribo por não ter o gasto de energia que a caça pode causar. Com isso, podemos definir o egoísmo como um comportamento mais forte no meio do convívio com seu ambiente.

Não só o egoísmo é algo mais forte, como também é preferível mesmo em situações onde o altruísmo pode ser mais benéfico, colocamos aqui o conhecido “dilema do prisioneiro”, originalmente formulado por Merrill Flood e Melvin Dresher em 1950.

O dilema do prisioneiro se consiste de uma situação onde duas pessoas foram presas, A e B, que são colocados em salas distintas para o interrogatório os dois são parceiros de um mesmo crime. Os policiais não conseguindo provar se os dois são culpados ou não, dão três alternativas aos presos:

- Se somente A entregar B, B fica preso por 10 anos enquanto A é livre;

- Se A e B jogam a culpa um no outro, os dois pegam pena de 5 anos;

- Se A e B não jogarem a culpa um para o outro, os dois pegam pena de apenas seis meses

Cada prisioneiro faz a sua decisão sem saber que decisão o outro vai tomar, e nenhum tem certeza da decisão do outro. A questão que o dilema propõe é: o que vai acontecer? Como o prisioneiro vai reagir?

Dado que nenhum deles pode ter a certeza da cooperação do outro, o resultado final será que ambos irão optar por denunciar o colega. Desta forma têm a certeza que terão, na pior das hipóteses, uma pena de 5 anos e, na melhor, sairão em liberdade. No final acabam ambos por ficar bastante pior do que se tivessem cooperado.

O fato é que pode haver dois vencedores no jogo, sendo esta última solução a melhor para ambos, quando analisada em conjunto. Entretanto, os jogadores confrontam-se com alguns problemas:

- Confiarão no cúmplice e negarão o crime, mesmo correndo o risco de serem colocados numa situação ainda pior se o outro falar?

- Ou confessam e esperam ser libertados, apesar de que, se o outro fizer o mesmo, ambos ficarão numa situação pior do que se permanecessem calados?

Essas situações se aplicam perfeitamente a noção de sociedade que nós seres humanos acabamos por criar, a situação do egoísmo tende a ser ainda mais evidente nas relações de outros animais, como no caso dos pinguins, que muitas vezes do alto das geleiras onde vivem não conseguem observar o mar a baixo deles, e o que acontece no período de caça, é que os pinguins se aglutinam nas bordas dos despenhadeiros de gelo, se empurrando a todo momento com o intuito de que algum deles caia na agua. Quando um deles cai, os pinguins observam se ele permanece vivo ou se é caçado por algum predador, vendo que o mesmo está seguro os outros vão mergulham mais tranquilos quanto a segurança.

Temos também no caso dos ursos polares fêmeas, onde uma mãe não exitaria de se alimentar de seus filhotes num período de escassez de alimento, visto que caso ela morra de fome, os filhotes também morrerão e ela estaria de certa forma impedida de perpetuar a espécie. Muitos dos estudiosos acreditavam que a perpetuação da espécie era realmente um ponto chave no quesito comportamental, porém, parte dessa ideia se passa por terra ao analisarmos os leões, por exemplo, que no momento em que um novo macho toma posse de um harém, ele não se pensaria duas vezes antes de se alimentar dos filhotes do antigo macho, para que as fêmeas dessem atenção somente a ele e a sua futura prole. O que de certa forma, transforma a ideia de proliferação da espécie como único objetivo dos indivíduos em algo extremamente falho.

Com toda a clareza que existe no fato do egoísmo ser algo de certa forma superior ao altruísmo, por que ainda hoje o altruísmo existe? Não seria o altruísmo uma quebra do processo de seleção natural?

O altruísmo como forma de organização social

Mesmo com todos os seus pesares envolvidos, a característica do altruísmo em uma população natural ainda é bem comum, visto que o mesmo leva a benefícios extremos para a comunidade e desde que os envolvidos não tenham que lidar com um egoísta, o altruísmo tende a se sobressair como de certa forma superior para uma maior continuidade da espécie.

Na literatura, se encontram quatro tipos de altruísmo mais conhecidos, eles são:

- Altruísmo manipulado: É o altruísmo onde não se sabe que está praticando altruísmo, um grande praticante dele seria a fêmea do pássaro cuco. Os cucos não produzem um ninho, na verdade, eles se aproveitam de ninhos já ocupados e sem a presença das mães e ali depositam seus ovos para que um outro pássaro tome conta.

- Vantagens individuais: Em muitos casos o doador está recebendo uma vantagem indireta de seu comportamento cooperativo, como no caso dos grandes cardumes.

- Reciprocidade: O indivíduo A ajuda o indivíduo B contando que que o B retribua no futuro, comum na sociedade de chimpanzés, onde um favor pode vir a ser devolvido, esse infelizmente não é um método muito assertivo visto a instabilidade desse sistema.

- Seleção por parentesco: é realmente o modelo de altruísmo mais assegurado e com maior possibilidade de realmente ocorrer um evento altruísta. Visto que muitos indivíduos tendem a ser mais dispostos talvez a se sacrificar por um parente do que para um desconhecido. Esse tipo de altruísmo interfere em diversas características de comportamento de uma população, por exemplo, um sinal de alerta num grupo de suricatos, é muito mais provável que determinado integrante alerte os outros se no meio do grupo estiver um parente seu. Ou até mesmo a criação cooperativa, muito comum nos grupos de aves, onde os filhotes não recebem cuidados somente dos pais, mas sim de toda a comunidade local. E também no caso dos insetos sociais, como as abelhas e formigas, onde esses indivíduos possuem um sistema de determinação do sexo chamado sistema haplodiplóide, com os machos sendo haploides e as fêmeas diploides. Os machos se desenvolvem a partir de óvulos não fertilizados, ou seja, sem qualquer gene do pai, e fêmeas se desenvolvem de óvulos fertilizados. Isso leva a um compartilhamento por parte das irmãs de todos os genes do

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