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Bioquímica do Câncer Resumo

Por:   •  3/10/2018  •  1.342 Palavras (6 Páginas)  •  291 Visualizações

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Em 2004 foi descoberto, na urina de pacientes com caquexia, uma proteína que recebeu o nome de fator de mobilização de lipídios (FML), ausente em pessoas saudáveis. O FML é produzido pela célula tumoral e inicia a lipólise através da estimulação da enzima adenilato ciclase, em processo dependente de trifosfato de guanosina (GTP), de maneira homóloga à ação dos hormônios lipolíticos. Assim, o FML, além de estimular a lipólise diretamente, também sensibiliza o tecido adiposo para o estímulo lipolítico.

Em resumo : A alteração no metabolismo de lipídios também é relevante para promover o crescimento tumoral. As principais alterações são o aumento da síntese de lípidos, utilizados para a formação de fosfolípidios das membranas celulares, e a formação de intermediários de sinalização celular como as prostaglandinas e eicosanóides. Esses ácidos graxos são sintetizados a partir de acetil-CoA, por meio de enzimas lipogênicas como a ácido graxo sintase , ATP-citrato liase (ACL) e acetil-CoA carboxilase (ACC). A atividade dessas enzimas encontra-se bastante aumentada nas células cancerígenas e estudos experimentais demonstraram que a inibição dessas enzimas resulta em diminuição da proliferação e viabilidade da célula cancerígena.

Metabolismo Protéico no Câncer

É comum em pacientes com câncer a perda de massa muscular, ou seja, perda de proteínas corpórea, refletida pelo aumento da excreção de nitrogênio urinário e a presença de balanço nitrogenado negativo.

A diminuição da massa muscular é devido ao aumento da degradação protéica, em particular com as proteínas miofibrilares. O aumento da degradação de proteínas miofibrilares leva à intensificação da liberação de aminoácidos, principalmente alanina e glutamina, que estão presentes em grande quantidade no músculo esquelético. Esses aminoácidos liberados são captados pelo fígado para iniciar ou regular a síntese de proteínas de fase aguda e gliconeogênese.

Diferentes vias proteolíticas são responsáveis pelo catabolismo do músculo esquelético:

1. O sistema lisossomal, que envolve principalmente a degradação de proteínas extracelulares e receptores de superfície de membranas;

2. O sistema citosólico cálcio-dependente, que atua em situações de trauma tecidual, necrose e autólise, por meio da quebra protéica;

3. A via ubiquitina dependente de energia, responsável pela acelerada proteólise em condições de estresse, como jejum, sepse( conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção), acidose metabólica, diabetes e durante a caquexia do câncer.

A via ubiquitina-proteasoma é um mecanismo intracelular responsável por identificar e eliminar proteínas geradas com alguma mutação ou anomalia , no cancêr este mecanismo torna-se um processo de quebra de proteínas hiperestimulado, desenfreado e intenso

A via consiste na sinalização das proteinas através da ubiquitina para posteriormente a enzima proteosoma 26S degradá-la.

EM RESUMO : As alterações no metabolismo proteico, por sua vez, estão relacionadas com a utilização de aminoácidos provenientes da degradação de proteínas musculares, como alanina e glutamina, para fornecer substrato à gliconeogênese e, consequentemente, glicólise para a célula cancerígena. Dessa maneira, o balanço de nitrogenado torna-se negativo, verificando-se um aumento da degradação proteica e uma diminuição da síntese proteica total, pois ocorre um fluxo de nitrogênio das células normais para as células cancerígenas, favorecendo a sua proliferação.

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