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Projeto Integrado Multidiciplinar

Por:   •  27/6/2018  •  5.214 Palavras (21 Páginas)  •  405 Visualizações

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nascido em uma pequena aldeia de Portugal, Pomares do Jarmelo, embarcou em um navio com o sonho de começar uma nova vida na América do Sul. O imigrante português tinha acabado de cruzar o Atlântico e encantou-se com a beleza de um maciço de pedra no horizonte. “É o Pão de Açúcar”, avisou um passageiro. A partir de uma discreta padaria, o jovem lusitano ergueu, em 1948, um estabelecimento que se tornou ponto de encontro das madames paulistanas na época: a doceira Pão de Açúcar, inaugurada no dia 7 de setembro, na Av. Brigadeiro Luiz Antônio, número 3.138. Os serviços da doceira eram inovadores por oferecer bufê, doces e salgados que possuíam embalagens diferenciadas, especialmente para a empresa, além de eventos sociais, como por exemplo, batizados, casamentos e noivados. Era o início tímido do que viria a se tornar um dos maiores grupos empresariais brasileiros.

Uma década depois, a cidade de São Paulo já apresentava nítidos sinais de modernidade, carecia de ambientes de compras mais adequados aos novos tempos. E foi então que os negócios começaram a se expandir, com a ajuda de seu filho mais velho, Abílio, então com 19 anos, com a abertura do primeiro supermercado na cidade de São Paulo, ao lado da doceira, no bairro do Jardim Paulista, no dia 14 de abril de 1959, que trazia novidades como o sistema de auto-serviço, adotado para atender às novas necessidades dos clientes. A loja funciona no mesmo endereço até os dias de hoje. A partir daí “pioneirismo” seria a palavra chave na expansão da empresa. Em 1963 inaugurou sua segunda loja de supermercados, no tradicional bairro de Higienópolis, e pouco depois, em 1965, incorporou a rede Sirva-se, com a aquisição de 11 lojas. No ano seguinte, na cidade litorânea de Santos foi inaugurado o 12º supermercado da rede, o primeiro fora da capital paulista. Em 1966 abriu o primeiro supermercado dentro de um shopping center no Brasil, localizado no sofisticado Shopping Iguatemi, em São Paulo, e inaugurou, em 1969, o primeiro supermercado 24 horas do país,

também na capital paulista. Nesta época o Pão de Açúcar tinha 60 supermercados espalhados por 17 cidades e já fazia parte da vida de milhares de paulistanos.

Seu filho, Abílio Diniz, cresceu entre os fregueses da confeitaria do pai e sua missão de ajudar na direção da empresa logo ficou evidente. Começou como gerente de vendas, quando o PÃO de AÇÚCAR era uma locomotiva que se expandia a todo vapor. Os supermercados conquistavam os clientes dos antigos açougues e mercearias de bairro. Com Abílio à frente do negócio, o grupo tornou-se um dos maiores conglomerados do Brasil e chegou abrir filiais até em Portugal, Angola e Espanha. Na década de 1970 a empresa diversificou seus negócios, inaugurando, em 1971, em Santo André, o JUMBO, primeiro hipermercado do Brasil que vendia “de alface a helicóptero”; e adquiriu várias redes de supermercados menores nos estado do Ceará, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

Na década de 1980, fechou o círculo do varejo com novos formatos de loja. Além dos Supermercados PÃO de AÇÚCAR, dos hipermercados JUMBO e do MINIBOX (um conceito de lojas despojadas, com um número reduzido de itens e preços muito competitivos, direcionadas à população de baixa renda), inaugurou o Superbox (loja depósito), o Peg & Faça (loja de bricolagem) e a Sandiz (loja de departamentos). Em 1989, inaugurou uma nova geração de hipermercados com a marca EXTRA.

O grupo cresceu orientado por três pilares centrais: responsabilidade, respeito ao cliente e inesgotável capacidade de inovação. Porém a maré de sorte do PÃO de AÇÚCAR foi interrompida no final desta década. Planos econômicos congelaram preços, começou uma guerra acionária entre os irmãos Diniz e, para completar, em dezembro de 1989, Abílio foi sequestrado em São Paulo e libertado depois de 153 horas no cativeiro.

A crise instaurada deixou a empresa sem dinheiro sequer para pagar os fornecedores. O grupo estava à beira do abismo. Quatrocentas unidades da rede haviam sido fechadas e mais de 30 mil funcionários foram demitidos. Parecia não restar alternativa para a empresa senão definhar até morrer. Foi aí que entrou em cena o ímpeto empresarial de Abílio Diniz. Ele não se conformou. Vendeu imóveis, tomou empréstimos e anunciou a venda dos carros cedidos aos gerentes e diretores. Com novo posicionamento mercadológico, fechou lojas não lucrativas e vendeu as empresas coligadas para se focar no varejo alimentar. Também se aproximou dos consumidores ao criar o cargo de ouvidor, investindo fortemente no seu aperfeiçoamento operacional. A tacada final foi seduzir as donas de casa com promoções irresistíveis. As estratégias adotadas deram muito certo. Em pouco tempo a empresa retomou a expansão através da inauguração de novas unidades e aquisição ou arrendamento de lojas e redes concorrentes.

O empresário não só driblou a crise, como também transformou a rede de supermercados PÃO de AÇÚCAR na maior empresa do varejo brasileiro. Seguindo o lema “Cliente: nossa razão de ser”, o PÃO de AÇÚCAR sempre esteve voltado para seus consumidores, cuidando para que todo contato que ele tivesse com as suas marcas se traduzisse na melhor experiência, alimentando uma longa relação de fidelidade. Essa preocupação com a satisfação dos clientes conduziu diversas inovações nas operações, como por exemplo, a criação em 1993 do cargo de ombudsman; ou em 1995, ao lançar o Pão de Açúcar Delivery, primeira loja de comércio eletrônico de alimentos do país.

Em 1998 inaugurou em São Paulo o Pão de Açúcar Kids: primeiro supermercado educacional do mundo. E no ano seguinte, o grupo francês Cassino adquiriu participação relevante de 25% do total do capital da empresa. No início do próximo século, manteve permanente a postura de inovação e renovação. Já em 2000 lançou o Pão de Açúcar Mais, um bem-sucedido programa de relacionamento com promoções, ofertas exclusivas e acúmulo de pontos, uma maneira de retribuir a preferência e mostrar o quanto o cliente é especial para a empresa. Pouco depois, em 2002, adquiriu a rede Sé Supermercados, ampliando ainda mais sua atuação em São Paulo. A partir de 2006, o Grupo Pão de Açúcar iniciou um enorme processo de reestruturação para se tornar mais competitivo no mercado varejista brasileiro. E a partir de 2011, a empresa ficou no meio de um fogo cruzado entre os acionistas franceses do grupo Cassino e o antigo controlador, Abílio Diniz. Agora, com a empresa francesa sozinha à frente do negócio, o plano de expansão ganhou mais relevância. Os resultados já começaram a aparecer: em junho de 2014 a rede inaugurou um novo formato

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