Pensamento Geopolítico Golbery do Couto e Silva
Por: SonSolimar • 6/5/2018 • 1.286 Palavras (6 Páginas) • 334 Visualizações
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- Continente de soldadura:
Engloba a Bolívia, o Paraguai, os Estados Brasileiros de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Sua grande importância geopolítica decorre de ser o pólo de articulação das suas áreas anteriores – a Amazônia americana e a platina – patagônica – de constituir o “divortium aquarum” das duas maiores bacias continentais e de sua ligação com o núcleo central brasileiro.
Essa idéia de continente soldadura é uma ampliação da idéia de Heartland sul-americano de Travassos, de forma a conferir ao Brasil uma participação geopolítica no “coração continental” da América do Sul.
- Nordeste Brasileiro:
Formada pelo arco que se estende de São Luís à Salvador. O promontório nordestino forma a “área de soldadura” das duas áreas geopolíticas marítimas: o Atlântico centro-norte e o Atlântico centro-sul.
- É de se ressaltar que o oceano pacífico não desempenha nenhum papel de relevo nessa compartimentação geopolítica da América do Sul.
Atlântico x Pacífico
Amazonas x Prata
- Esses dois antagonismos reforçam a superioridade da posição brasileira em relação à posição da Argentina.
- Compartimentação política do Brasil:
- Núcleo Central:
Estruturado em torno do eixo formado pelo triângulo SP – RJ – BH.
O volume da produção agro-industrial, a densidade demográfica e o moderno sistema de transportes, conferem a essa área geopolítica uma posição dominante em relação ao conjunto do espaço brasileiro.
- Em torno desse núcleo central gravitam três “penínsulas” geopolíticas: a do nordeste, a do extremo sul, e a do centro-oeste.
- Penínsulas:
As penínsulas do Nordeste e do Extremo-Sul são classificadas por Golbery como “zonas de vulnerabilidade máxima”.
A vulnerabilidade nordestina decorre de sua posição geoestratégica de seu promontório como área de soldadura do Atlântico Norte e sul. Essa área estaria potencialmente exposta a ataques extracontinentais
A vulnerabilidade do extremo-sul se dava em decorrência da tensão existente nas fronteiras vivas do sudoeste e do sul do país. O caráter regional da vulnerabilidade tem como ponto de condensação a rivalidade brasileiro – argentina na Bacia do Prata.
A península centro-oesta é considerada uma área não ecumênica por sua reduzida demografia, suas atividades econômicas secundárias e suas frágeis ligações com o núcleo central do país. Entretanto, sua localização na área de soldadura e sua proximidade com o divisor de águas amazônico e platino, além de suas fronteiras com a Bolívia e o Paraguai, conferem a essa região uma importância geopolítica ímpar na compartimentação do espaço do “império brasileiro”.
A região da Hiléia Amazônica, imensa região esparsamente povoada com uma economia extrativista-coletora, sem ligação alguma com as demais áreas geopolíticas.
Três fases da “manobra de integração do território nacional”:
- Ligar NE e S ao núcleo central do país.
- Impulsionar o avanço para noroeste a partir da plataforma central, de modo a integrar a península centro-oeste no todo brasileiro.
- Inundar de civilização a Hileia Amazônica.
Quanto à situação interna, o autor recomenda o “tamponamento eficaz” das vias de penetração nas fronteiras de noroeste, mesmo que não hajam ali ameaças concretas.
- Uruguai: “fronteira viva” e linha de tensão máxima no campo sul-americano.
- “Geopolítica e geoestratégia de integração e valorização espaciais, de expansionismo para o interior mas igualmente de projeção pacífica no exterior.”
- O General Golbery concebeu a geopolítica brasileira como instrumento simultaneamente político, militar e territorial.
- Formulou um “compromisso” e um alinhamento ideológico-estratégico do país com o bloco ocidental e em particular com os EUA.
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