O julgamento de Harry Kissinger

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Justificativa

A vista do documentário como no livro base, a tese central de Hitchens é a de que, pelas leis internacionais Kissinger deveria ser julgado e condenado por todos os crimes perpetrados nos anos passados na Casa Branca (a partir de 1969 como assistente de segurança nacional do presidente Nixon, e de 1973 a 1976 como Secretário de Estado). Nesses anos que Kissinger presidiu o comitê encarregado de supervisionar todas as operações encobertas efetuadas pelos diversos organismos do governo, a começar pela CIA. Essas acusações de Hitchens que se concentram em questões como o assassinato de milhares de civis durante a Guerra do Vietnã; o suporte e as armas oferecidas em 1971 ao golpe militar conduzido em Bangladesh pelo general Yahja Khan; o envolvimento direto dos EUA no assassinato de René Schneider, comandante das forças armadas chilenas, em 1971; o apoio dado ao então ditador Suharto quando o exército da Indonésia invadiu o Timor Leste, matando outros milhares de civis. As leis internacionais servem só para os interesses dos mais fortes então, pois Kissinger nunca respondeu às acusações, contando claro com a cumplicidade do poder político e econômico norte-americano, como se o mundo estivesse a mercê dos interesses nortes americanos, Kissinger deveria ser julgado sim por esses crises. Pois Hitchens desvendou provas das atrocidades cometidas por partidários e aliados de Kissinger que até hoje vive como se não fosse responsável pela morte de tantas pessoas.

Tenho minhas dúvidas se algum dia Kissinger possa ser efetivamente condenado (ou, sequer, julgado). Sua conduta está tão imbricada na razão de ser do império norte-americano, sua arrogância e prepotência representam tão bem a própria arrogância e prepotência desse país, que julgar Kissinger é o mesmo que julgar o próprio imperialismo.

Referência Bibliográfica

HITCHENS, Christopher. O Julgamento de Kissinger. Disponível em: . Acesso em: 11 de abril de 2016.