A Teoria das Relações Internacionais II
Por: Hugo.bassi • 24/12/2018 • 1.145 Palavras (5 Páginas) • 450 Visualizações
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preocupam pela defesa quando há uma real ameaça já existente e não deduzida, dessa forma, essa linha de pensamento, acreditando num bem maior diante ações dos Estados, trabalha com o longo prazo.
TERCEIRA QUESTÃO
Dentro do sistema-mundo analisado por Wallerstein há uma inerente divisão em três níveis hierárquicos em função da divisão do trabalho entre as regiões do mundo advinda do sistema capitalista.
No chamado centro estaria incluso aqueles países de grande desenvolvimento tecnológico, que produz e exporta tecnologia, caracterizados pela mão de obra especializada, sendo fortes politicamente, economicamente e culturalmente, assim, capazes de influenciar outros, ampliar sua identidade nacional como referência e de atuar fortemente fora de seu domínio Estatal.
A periferia estaria marcada por fornecer matérias-primas para o centro, sendo caracterizada por produzir produtos primários, com mão de obra barata e não especializada. Esses Estados não seriam tão fortes internamente e externamente, sendo sua influência quase nula para o exterior.
Já a semiperiferia funcionaria no intermédio entre essas duas divisões, assegurando que a periferia não "incomode" diretamente o centro. Estaria, então, caracterizada por ter baixa tecnologia em sua industrialização, ter que exportar tecnologia dos países do centro e possuir mão de obra semiespecializada, tendo controle interno, mas pouca influência externa. Funcionaria como periférico para os países centrais e como central para os países periféricos.
Com a evolução do sistema capitalista, a ampliasse as relações interfronteiriças, Wallerstein estuda esse aspecto analisando todo o sistema-mundo e não apenas os países, é importante frisar que ao caracterizar os países, as esferas políticas, socioculturais e econômicas não são analisadas separadamente, mas interconectadas para categorizar entre centro, semiperiferia ou periferia.
Nessa ordem produtiva do capitalismo, as relações de forças entre classes mundiais se expandem e em consequência, o mercado determina valor do trabalho humano, das terras, das relações sociais e recursos naturais, assim, os países centrais produzem aqueles de alto valor agregado, o contrário da periferia.
Países periféricos, então, sem capital para desfrutar de seus recursos naturais e mão de obra, precisa abrir suas portas para o capital estrangeiro para que consiga investir no desenvolvimento, porém esse quadro é desfavorável para os países periféricos ao ser estabelecida numa relação desigual e exploratória, tendo um padrão onde a periferia venderia seus produtos baratos para o centro, mas teria de comprar os caros do centro. Isso aumenta as diferenças econômicas estabelecendo uma dependência por parte dos países periféricos com os do centro em questões financeiras, humanitárias e políticas realçando, desse modo, a desigualdade entre eles.
Wallerstein apresenta essas distinções como do próprio sistema-mundo e não de um atraso por parte da periferia em relação com o centro ou a semiperiferia.
BIBLIOGRAFIA
PERSPECTIVAS POSITIVISTAS E PÓS POSITIVISTAS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: AS DIVERGÊNCIAS EPISTEMOLÓGICAS LEVARIAM A DISTINÇÕES EM SEU MODO DE FAZER CIÊNCIA? Disponível em: http://www.red.unb.br/index.php/polemos/article/viewFile/10486/7637. Acesso em: 09 de Outubro de 2017.
WALLERSTEIN, Immanuel. (1974). O sistema mundial moderno. Vol. II: o mercantilismo e a consolidação da economia-mundo europeia, 1600-1750. Porto: Ed. Afrontamentos.
GIDEON, Rose. Neoclassical Realism and Theories of Foreign Policy. Vol. 51, No. 1 (Oct., 1998). Pp. 144-172
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