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A INFLUÊNCIA NORTE-AMERICANA NA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA - GOVERNO DUTRA

Por:   •  17/4/2018  •  3.232 Palavras (13 Páginas)  •  363 Visualizações

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VISÃO GERAL SOBRE O GOVERNO DUTRA:

O general Eurico Gaspar Dutra, candidato da aliança entre o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi eleito no dia 2 de dezembro de 1945 e assumiu a presidência no dia 31 de janeiro de 1946. Graças às bases políticas formadas por Getúlio Vargas, Dutra conseguiu se tornar presidente e foi o primeiro a ser eleito através do voto direto, após o Estado Novo. Quatro dias após sua posse, no dia 4 de fevereiro de 1946, foi instalada a Constituinte e no mesmo ano foi promulgada a Constituição. Essa nova Constituição determinou a autonomia entre os três poderes (executivo, judiciário e legislativo) e determinou também a realização de eleições diretas para os cargos executivos e legislativos estaduais, municipais e federais. Foi também reestabelecido o federalismo e a liberdade de imprensa, porém, limitou a liberdade sindical e das greves. O voto feminino foi mantido, com a alteração da idade mínima para 18 anos, e o direito de voto aos analfabetos e aos militares permaneceu negado. Pode-se dizer que no campo econômico, o Brasil acabou conseguindo um certo prestígio no cenário internacional, já que o país reconquistava os níveis de importação na medida em que as grandes nações industrializadas retomavam o antigo ritmo de produção e como o Brasil era um mercado consumidor de grande interesse, acabou absorvendo uma quantidade significativa de bens de consumo, principalmente dos Estados Unidos. Porém algum tempo depois a dívida externa brasileira voltou a crescer, já que a indústria nacional deu uma desacelerada e as reservas cambiais do país caíram. Dutra desenvolveu uma política monetarista, a qual consistia na diminuição da intervenção do Estado na economia. Inicialmente a política econômica do governo esteve centrada no controle mínimo de cada setor, na liberação do câmbio, no relaxamento das restrições à saída de divisas do país e na manutenção de um alto nível de importações, visando o combate à inflação que atingira dois dígitos anuais. A adoção destas políticas acabaram conduzindo à um esgotamento das reservas de divisas acumuladas ao longo da Segunda Guerra, o que levou à reintrodução dos controles cambiais a partir de 1947, com o objetivo de combater a inflação e o desequilíbrio do balanço de pagamentos. Em 1948, Dutra apresentou ao Congresso o chamada Plano SALTE (iniciais para saúde, alimentação, transportes e energia), o qual tinha o objetivo de estimular e melhorar esses setores. Como efeito deste plano, criou-se a Companhia Siderúrgica Nacional e foi feita uma ampliação da rede rodoviária (tendo como destaque a inauguração da Via Dutra, a qual liga São Paulo ao Rio). Ainda sobre o desenvolvimento interno do Brasil durante o governo Dutra, pode-se destacar a reformulação do Estado Maior, a criação do Conselho de Segurança Nacional, criação da Escola Superior de Guerra, além da reformulação do ensino primário e a realização de uma bem-sucedida campanha de alfabetização de adultos. Apesar destes feitos, o governo do décimo sexto presidente do Brasil tem como característica principal o alinhamento com os Estados Unidos. Politicamente, esse alinhamento resultou no rompimento das relações diplomáticas do Brasil com a União Soviética, representando uma decisão natural dentro do contexto, já que somos um país americano que vinha dando seus primeiros passos na redemocratização, tendo os Estados Unidos como parceiros. O alinhamento com os norte-americanos também resultou na criação de uma Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, a qual planejou a adaptação da economia brasileira às necessidades dos Estados Unidos, sob supervisão de instituições internacionais, como o Eximbank e o Banco Mundial.

CONTEXTO INTERNACIONAL DO PERÍODO:

O governo Dutra tem início durante o contexto internacional de fim da II Guerra Mundial, período o qual pode ser caracterizado pelo socialismo soviético e pelo capitalismo principalmente norte-americano. Os Estados Unidos haviam saído ilesos da guerra e haviam alcançado o título de hegemon mundial. Além da esfera política, os norte-americanos impuseram as suas regras também no âmbito econômico, com a Conferência de Bretton-Woods, em 1944, e a criação do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Por meio destas medidas, o país levou seus aliados a adotarem uma política de livre-comércio, o que permitiu o domínio da economia americana sobre boa parte do planeta. Com o fim da II guerra, diversas transformações ocorreram no cenário político brasileiro. O país realizou uma redemocratização, a qual pode ser percebida nas eleições de 1945 onde o presidente eleito foi Eurico Gaspar Dutra. Com a chegada do novo presidente, o Brasil buscou novamente uma aproximação com os Estados Unidos, isso porque buscava-se uma ajuda financeira dos norte-americanos e havia a esperança do Brasil se tornar um aliado especial. O contexto no qual se encontrava o mundo após a II guerra era de um aumento das rivalidades e das disputas ideológicas, o que acabou levando aos primórdios da Guerra Fria. Pode-se dizer que a ameaça soviética e a defesa do mundo livre foram os ideais propulsores da Guerra Fria. O Plano Marshall e a Doutrina Truman foram eventos os quais acabaram desencadeando esta guerra. Neste contexto, o governo Dutra procurava manter-se como um aliado fiel dos Estados Unidos, e para provar isso, o país iniciou ataques às forças de esquerda brasileiras, o que gerou uma caça ao grupos socialistas e soviéticos. Essa medida acabou levando ao fim o Partido Comunista Brasileiro, o qual teve todos seus deputados cassados como consequência e também levou o Brasil à romper as relações diplomáticas com a União Soviética. Essa política de alinhamento com o Estados Unidos durou todo o governo Dutra e somente no segundo governo Vargas há a adoção de uma política mais nacionalista.

POLÍTICA EXTERNA DO GOVERNO DUTRA:

A política externa do governo Dutra moveu-se aos poucos para um alinhamento com os Estados Unidos, à medida em que a Guerra Fria se aproximava da América do Sul. O presidente brasileiro apoiou os norte-americanos durante a Guerra Fria e tomou partido em relação a divisão mundial, entre capitalismo e socialismo. O grande inimigo neste período era o comunismo e o Brasil escolhe ficar do lado capitalista, o que acabou gerando algumas ações futuras, como o rompimento das relações do país com a União Soviética e a cassação do Partido Comunista Brasileiro. O comunismo não era um inimigo apenas no exterior, internamento o país também lutava contra esta ameaça. Para o Brasil, uma invasão soviética era

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