O MODERNISMO NO BRASIL E EM PORTUGAL
Por: YdecRupolo • 6/1/2018 • 2.454 Palavras (10 Páginas) • 415 Visualizações
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4.2. Sub-Título da Seção III 18
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 19
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REFERÊNCIAS 20
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APÊNDICES (se necessário, conforme NBR 14724/2002) 21
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ANEXOS (se necessário, conforme NBR 14724/2002) 22
OBSERVAÇÕES:
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INTRODUÇÃO[pic 2]
A estrutura cultural eufórica que caracteriza o modernismo brasileiro – nisso quase oposta à do nosso modernismo, ainda muito preso à névoa e ilusão simbolistas – vai constituir-se como uma segunda natureza do Brasil. E a partir de então a imagem de marca, o mito de que precisava para exprimir cabalmente o novo sentido de força, de existência, de progresso, um país que mudava profundamente e rejeitava com a água do banho a criança colonial e escrava que fora durante séculos.
Eduardo Lourenço
A Nau de Ícaro
O nosso modernismo importa essencialmente, na sua fase histórica, na libertação de uma série de recalques históricos, sociais, étnicos, que são trazidos triunfalmente à tona da consciência literária. Este sentimento, de triunfo, que assinala assim o fim da posição de inferioridade no diálogo secular com Portugal e já nem o leva mais em conta, define a originalidade própria do Modernismo na dialética do geral e do particular.
Antonio Candido
Literatura e Sociedade
Existe uma rasura de Portugal no imaginário contemporâneo brasileiro? Esta questão serviu como ponto de partida para o tema desta tese: o estudo do modernismo português e do modernismo brasileiro com a intenção de investigar a transformação das relações entre os dois países durante esse movimento. A pergunta traz a marca das interpretações de Antonio Candido e Eduardo Lourenço. O primeiro é autor da “célebre” afirmação, ao comparar Romantismo e Modernismo: “enquanto o primeiro procura superar a influência portuguesa e afirmar contra ela a peculiaridade literária do Brasil, o segundo já desconhece Portugal, pura e simplesmente”. O segundo considera que o modernismo brasileiro “vai constituir-se como uma segunda natureza do Brasil [...] que mudava profundamente e rejeitava com a água do banho a criança colonial e escrava que fora durante séculos”. Abel Barros Batista desfaz o nó da tensão entre as duas posturas quando pergunta “se o afastamento recíproco entre as duas literaturas não era condição constitutiva da literatura brasileira” e, partindo dessa hipótese, re-pensa a afirmação de Antonio Candido: “’Desconhecer Portugal’, não designa [...] algum estado de coisas prévio, lastimável ou louvável, mas uma construção e o resultado de uma construção projetada”. Entretanto, parece claro que não era com o Portugal contemporâneo à revolução modernista que o seu movimento pretendia romper. É o que se percebe pela resposta de Mário ao comentário de Graça Aranha, de que os modernistas eram a “câmara mortuária de Portugal”: ”Quem pensava nisso! Pelo contrário: o que ficou dito foi que não nos incomodava nada ‘coincidir’ com Portugal, pois o importante era a desistência do confronto e das liberdades falsas”. Ou ainda, quando se refere às críticas ao projeto de criação da língua brasileira: “Enquanto isso, a melhor intelectualidade lusa, numa liberdade esplêndida, aceitava abertamente os mais exagerados de nós, compreensiva, sadia, mão na mão”. O movimento modernista português, por seu lado, integrava na revista Orpheu os brasileiros Ronald de Carvalho e Eduardo Guimarães. Apesar da proximidade cronológica, o modernismo em língua portuguesa dá-se em momentos diferentes das duas culturas: o Brasil está num momento de expansão, de reconhecimento da sua potência como país; Portugal vive um momento de depressão, de reconhecimento de sua fragilidade como nação. Não obstante essas diferenças, a Europa está no horizonte dos dois países. O Brasil vai a Paris aprender o modo de realizar o desrecalque localista, Portugal vai buscar aí o necessário contraponto ao nacionalismo compensatório do Saudosismo. É nesse sentido que podemos designar suas poéticas como “poéticas de dilaceramento”, provocado por um sentimento de insegurança no confronto com essa “europeização”. O Brasil, por ser um “povo latino, de herança cultural europeia, mas etnicamente mestiço situado no trópico, influenciado por culturas primitivas, ameríndias e africanas”; Portugal, por ter sido “durante muitos séculos, simultaneamente o centro de um grande império colonial e a periferia da Europa”. Como se verá são os desvios ao modelo “europeu” o que dará o tom de originalidade aos modernismos periféricos. Entretanto, se a autonomia requerida pelo projeto de modernização pode explicar a inexistência de um diálogo explícito entre os modernistas de ambos os países, a falta dele não nos impede de tentar aproximações entre poéticas e a partir daí identificar outro diálogo, não localizável nas histórias da literatura, mas nas ideias que estiveram na base da criação das obras que compõem o modernismo em língua portuguesa. Romper com formas de dizer é romper com formas de ver, ser, conhecer. A invenção de uma nova língua – meio através do qual se comunica uma cultura, um ritmo, um “modo de ser” – constitui um aspecto fundamental para os dois modernismos. Para o Brasil era importante o “abrasileiramento” da língua portuguesa, adequá-la à realidade brasileira, para melhor expressão de sua identidade. Para Portugal a questão da renovação da língua dizia respeito
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