O IMPACTO DAS MÍDIAS DIGITAIS NA INFÂNCIA

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Alguém já deve ter mencionado que não sobreviveria sem seu celular ou qualquer outro tipo de tecnologia, é quase impossível decidir de qual dessas ferramentas conseguiríamos abrir mão. Praticamente todas as pessoas do mundo sofrem com essa dependência, é como se não pudéssemos existir sem esses aparatos, como se toda nossa vida girasse em torno disso e a nossa alma existisse dentro de um pen drive. Esse comportamento pode ser explicado por duas lendas, ambas com visões distintas, mas que podem explicar melhor nossa relação e comportamento.

Segundo Luísa Barwinsk essa mitologia pode ser apresentada por duas lendas. Uma lenda, intitulada de A lenda Faustiana, onde o doutor Fausto, que almeja de todas as maneiras o poder pelo saber, um saber infinito e ilimitado, acaba se tornando escravo no inferno por ter feito um acordo em troca dessas regalias e crescimento técnico, fazendo com que essa dependência e busca se tornasse uma armadilha, um caminho ao aprisionamento.

A outra teoria faz parte da mitologia grega e fala sobre o fogo. Epitemeu, Deus grego e irmão de Prometeu, já havia esgotado toda a sua criatividade e recursos em suas criações, incumbiu Prometeu de criar um diferencial para o homem em relação aos animais. Assim, Prometeu roubou o fogo, que era exclusivo dos deuses, e deu aos homens, fazendo com que essa ferramenta fosse benéfica para o desenvolvimento do homem.

Toda essa mitologia nos levar a pensar a uma das perguntas deste trabalho: tecnologia um bem ou um mal? Segundo Lévy, a cibercultura expressa o surgimento de um novo universo, diferente das formas que vieram antes dele, esse novo universo é baseado no conceito de que ele se constrói sobre a indeterminação de um sentido global qualquer. Trata-se de um “novo dilúvio”, provocado pelos avanços tecnológicos das telecomunicações, ou seja, pelo advento da internet.

Cibercultura, é a cultura, em movimento, pois ela está surgindo a cada momento a partir do uso da rede de computadores, e de outros suportes tecnológicos (como o smartphone e o tablete, por exemplo) através da comunicação virtual, a indústria do entretenimento e do comércio eletrônico, no qual se configura o presente, já que a cultura contemporânea é marcada pelas tecnologias digitais, resultado da evolução da cultura moderna.

O termo Cibercultura tem vários sentidos, mas se pode entender como a forma sociocultural que advém de uma relação de trocas entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base microeletrônicas surgidas na década de 70, graças à convergência das telecomunicações com a informática.

Ou seja, se alguém já fez uma pesquisa pela internet, ouve músicas, tem agenda no celular, troca mensagens pelo Twitter ou faz de seu instagram um álbum da sua vida, essa pessoa é parte da cibercultura, suas atitudes e comportamento ajudam a formar o que se chama ciberespaço.

Segundo Lévi, A cibercultura é produzida no ciberespaço, que é um novo meio de comunicação, que surge da interconexão de computadores, na qual ela emerge e se transforma.

O termo [ciberespaço] especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informação que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo, mesmo que esses espaços se estendam aos ambientes físicos.

Portanto, se observarmos o comportamento vamos perceber que conforme as mudanças da tecnologia e seus avanços, é quase impossível alguém, que mesmo que tenha vivido em outro tempo, onde determinada tecnologia ainda não existia, regrida ao tempo anterior.

Um exemplo prático que pode ser usado para ilustrar esse pensamento é que, no passado, usávamos listas telefônicas e mapas para obter informações sobre algum endereço, hoje essa informação está na palma da sua mão, atualizada para o tempo real, te informando se aquele endereço ou número ainda existe, esse comportamento é característico do ciberespaço.

Ainda segundo Lévi, A partir disso, seria possível identificar a Internet como sendo esse novo meio, levando a conclusão de que são as mesmas coisas. Contudo existe uma diferença fundamental a ser considerada. "As grandes tecnologias digitais surgiram, então, com a infraestrutura do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transação, mas também novo mercado de informação e do conhecimento." (Lévy, 1999, p. 32).

Assim, a Internet pode ser vista como parte dessas tecnologias digitais, ou como a infraestrutura de comunicação que sustenta o ciberespaço, sobre as quais se montam diversos ambientes, como a Web, os fóruns, os chats e o correio eletrônico, para exemplificarmos apenas as tecnologias mais comuns e disseminadas. Em suma, o ciberespaço é o ambiente e a Internet uma das infraestruturas.

Segundo Lévy, "a extensão do ciberespaço acompanha e acelera uma virtualização geral da economia e da sociedade. Das substâncias e dos objetivos voltamos aos processos que o produzem. Dos territórios, pulamos para o nascente, em direção às redes móveis que os valorizam e as desenham. Dos processos e das redes, passamos as competências e aos cenários que as determinam.

Os suportes de inteligência coletiva do ciberespaço multiplicam e colocam em sinergia as competências. Do design à estratégia, os cenários são alimentados pelas simulações e pelos dados colocados à disposição pelo universo digital. Ubiquidade da informação, documentos interativos interconectados, telecomunicação recíproca e assíncrona em grupo e entre grupos: ciberespaço faz dele o vetor de um universo aberto. Simetricamente a extensão de um novo espaço universal dilata o campo de ação dos processos de virtualização" (Lévy, 1999, pp. 49-50).

Por tanto ciberespaço é o espaço onde essas mudanças tecnológicas acontecem e suas diferentes tribos se agrupam nesse local, a fim de manter interações com outras pessoas, redes e grupos, representa a possibilidade dos indivíduos de estabelecer conexões que estão cada vez mais interligadas a um numero maior de pontos e relações, mas também a relação dos indivíduos com outras tecnologias: celulares, geladeiras inteligentes, óculos de realidade virtual ou Robôs que fazem limpeza ou ocupam espaços em papeis afetuosos em determinadas relações.

A Geração Digital

Essa nova geração, completamente influenciada pela cibercultura, as crianças nascem em um mundo pré-estruturado. Os estímulos da cultura digital são exercidos sobre a criança já nos primeiros anos de vida. As aprendizagens