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O que é ideologia

Por:   •  31/8/2018  •  1.454 Palavras (6 Páginas)  •  194 Visualizações

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A autora apresenta ainda a definição de homem livre como um ser universal distinto pela união do seu corpo mecânico e de sua vontade finalística. Este tem o poder transformador e dominador, os quais emprega em uma atividade de trabalho pelo qual é recompensado e por meio do qual pode poupar ou investir.

Importante destacar que cada grupo social possui uma forma de enxergar o outro baseada em seu meio e experiências próprias que baseiam sua visão.

Ao fazer uma reflexão sobre o real e o irreal, a professora revela que, para o idealista, o real são as ideias e representações produzidas na consciência humana, nos dando sentido real e existente. A história é o modo como os homens determinados criam os meios e as formas de sua existência social que é política, econômica e cultural, e não a sucessão de fatos no tempo ou o progresso de ideias.

A filósofa faz, no segundo capítulo do livro, um resumo histórico do termo ideologia, que surgiu pela primeira vez na França pós revolução Francesa, em 1789. Lá surgem um grupo de pensadores que ficaram conhecidos como ideólogos por suas críticas o modo de viver materialista, cujo pensamento admitia apenas causas naturais físicas para as ideias e ações humanas e só aceitavam conhecimentos científicos se baseados na observação e experimentação dos fatos. Em 1812 então, o termo ideologia assume sentido pejorativo após um discurso de Napoleão que descreve o ideólogo como aquele que inverte as relações entre ideias e o real.

Após isto a palavra ideologia volta a ser utilizada pelo filósofo positivista Augusto Comte com duplo significado: primeiro a formação de ideias a partir de observação da relação entre o corpo humano com o meio ambiente e depois como um conjunto de ideias de uma época como opinião geral ou elaboração teórica dos pensadores da época.

Para o positivismo, a teoria ideológica se resume a organização sistemática das ideias de um grupo com espírito científico para liderar e aplicar tarefas aos demais.

Marilena apresenta ainda, no terceiro capítulo, a Concepção Marxista de ideologia que diferencia a ideologia francesa, entendida como política e jurídica, da ideologia dos ingleses, vista como econômica, e da dos alemães, que eram filósofos.

As lutas entre famílias constituem o primeiro momento da sociedade civil, que cria diferença entre os interesses públicos e privados, regulando suas relações através do Direito. A sociedade é dividida, então, em três classes e o Estado constitui a unidade final da política por excelência, sintetizada pela realidade coletiva e pela totalidade dos interesses individuais, familiares, sociais, privados e públicos.

Marx afirma que o método histórico-dialético deve partir do que é mais abstrato, simples ou imediato como uma mercadoria (forma simples e abstrata do modo de produção capitalista). Dessa forma, o trabalhador ser humano é também uma mercadoria, uma vez que ele vende sua “força de trabalho”. Assim, as formas de divisão social do trabalho determinam a separação entre sociedade e política, ao mesmo tempo que determinam a divisão entre trabalhadores e pensadores.

Marx e Engels determinam que, no instante em que são diferenciados o trabalho manual do intelectual, surgem ideologias.

Para diferenciar ideologia de alienação, Marilena descreve aquela como um fenômeno objetivo e subjetivo involuntário produzido pelas condições objetivas da existência social dos indivíduos, enquanto que esta é um processo social produzido por um erro de consciência que se desvia da verdade.

A ideologia resulta da prática social do homem e consiste na transformação das ideias da classe dominante em ideias dominantes para toda sociedade, de modo que a classe que domina o plano material também domina o plano espiritual das ideias.

Assim, para cada classe que deseja tomar o poder, é necessário formular uma ideologia interessante também às classes dominadas e que se pareçam com ideias universais, verdadeiras e justas para o maior número de pessoas.

A doutora aborda ainda a ideologia da competência que encobre a divisão social das classes em competentes e incompetentes, refletindo a dominação, o poder e o prestígio do conhecimento científico e tecnológico.

O sentimento de um trabalhador desempregado em uma sociedade em que ser competente é subir na hierarquia organizacional é uma consequência da ideologia. Outro fator é a busca incansável por um diploma de curso superior, exigido pela Organização e utilizado como instrumento de seleção dos competentes, que serão superiores aos outros cargos e funções.

Palavras-chave: Ideologia, Política, Divisão Social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ideologia é um dos meios usados pelos dominantes para exercer a dominação, fazendo com que esta não seja percebida pelos dominados. É a totalidade das formas de consciência social, o que abrange o sistema de ideias que legitima o poder econômico da classe dominante (ideologia burguesa) e o que expressa os interesses revolucionários da classe dominada (ideologia proletária ou socialista).

A suposição de que as ideias existem em si e por si próprias e a separação do trabalho material em relação ao intelectual são aspectos que tornam a ideologia um fato difícil de excluir da realidade social.

Através do Estado a classe dominante

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