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O TRABALHO DE ANTROPOLOGIA

Por:   •  14/6/2018  •  2.048 Palavras (9 Páginas)  •  392 Visualizações

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O autor afirma que a função principal do habitus consiste em descartar ou corrigir dois grandes erros complementares introduzidos pela filosofia ao longo da história: o primeiro erro é referente ao mecanismo segundo o qual a ação constitui o efeito mecânico da coerção de causas externas e o segundo está ligado a ideia do finalismo, através do qual, sobretudo por conta da teoria da ação racional, o agente atua de maneira livre, consciente, sendo a ação o produto de um cálculo das chances e dos ganhos. Introduz, assim, uma nova maneira de ação vinculada a ideia de que é necessário passar do mero dado teórico para a ação prática na sociedade, impulsionada pelo habitus.

- Qual o conceito de campo e como ele ajuda Bourdieu a compreender e explicar as bases do campo jurídico? Qual o papel do formalismo nesse entendimento?

Para o autor campo é uma rede, ou configuração, de relações objetivas entre posições. Essas posições são objetivamente definidas, em sua existência e nas determinações que impõem sobre os ocupantes, agentes ou instituições, pela sua situação presente e potencial na estrutura de distribuição de espécies de poder (ou capital), cuja posse comanda o acesso aos lucros específicos que estão em jogo no campo, assim como pelas suas relações objetivas com outras posições (dominação, subordinação, homologia). A ideia é que à medida que as

sociedades se tornam maiores, e com a divisão social do trabalho mais complexa, certos domínios de atividades se tornam relativamente autônomos. No interior desses setores ou campos da realidade social, os indivíduos envolvidos passam, então, a lutar pelo controle da produção e, sobretudo, pelo direito de legitimamente classificarem e hierarquizarem os bens produzidos legitimidade essa conquistada no campo jurídico. Na perspectiva de Bourdieu os campos surgem como produto de um longo e lento processo de especialização e de autonomização da sociedade moderna, o que permite falar-se de vários campos, entre eles o campo jurídico.

Bourdieu comenta que os poderes de homologação, ou seja, de se reconhecer oficialmente algo como legítimo, só são exercidos plenamente por aqueles que estão ao mesmo nível no universo regulado do formalismo jurídico: as lutas estão reservadas, de fato, aos detentores de uma forte competência jurídica, visto claramente quando ele fala sobre os pronunciamentos judiciais como meios de coerção física e/ou patrimonial, e diz expressamente que o Estado é detentor do monopólio da violência simbólica legítima. A análise do direito em Bourdieu dá-se a partir de sua própria estrutura interna. A preocupação com a conexão entre a organização das profissões jurídicas e a estrutura da racionalidade formal do campo, segundo o autor, explicaria a resistência à mudança.

- Em que consiste a violência simbólica e qual papel ela desempenha na nossa sociedade?

Na interpretação do autor, a escola estava legitimando a superioridade cultural de determinados indivíduos e grupos dominantes, privilegiando aqueles que provinham de origens sociais superiores, exercendo assim, uma violência simbólica. A escola seria um espaço de reprodução das estruturas sociais e de transferências de capitais de uma geração a outra, é nela que o legado econômico da família se transformaria em capital cultural e ,com isso, se mostra como uma instituição sem neutralidade.

- Que relação Foucault estabelece entre saber e poder? Como as formas jurídicas estão envolvidas nessa relação?

Não há relação de poder que não esteja essencialmente vinculada a um campo de saber. Do mesmo modo, que não há saber que não corresponda a um determinado poder. O poder está em todos os lugares em torno das relações que se estabelecem entre as práticas profissionais, nas quais o poder exerce-se a partir do conhecimento adquirido no campo dos saber científico. Foucault preocupou-se em analisar o surgimento do saber situando-os como parte de um recurso de natureza estratégica, ou seja, como forma de poder. Conhecendo como funciona o cotidiano, a mente, o comportamento das pessoas, conhecimentos que produzem os indivíduos e permitem controlar a vida deles, o saber ajuda a controlar a vida das pessoas dá poder sobre elas. Não existe relação de poder sem um saber agregado a ela.

Foucault avaliou os princípios do saber médico na época clássica para entender o conteúdo do poder, investigando saberes e poderes do cotidiano e do poder político. E assim, este poder mantém o saber médico aprisionado nas normatizações, nas leis e no conteúdo de um saber direcionado por um sentido moral.

- Como as instituições podem interferir na liberdade dos cidadãos? Qual o papel do discurso nesse processo?

Existe atualmente um grande desconhecido: quem exerce o poder? Onde o exerce? Atualmente se sabe, mais ou menos, quem explora, para onde vai o lucro, por que mãos ele passa e onde ele se reinveste, mas o poder... Sabe-se muito bem que não são os governantes que o detêm. Mas a noção de "classe dirigente" nem é muito clara nem muito elaborada. "Dominar", "dirigir", "governar", "grupo no poder", "aparelho de Estado", etc.. é todo um conjunto de noções que exige análise. Além disso, seria necessário saber até onde se exerce o poder, através de que revezamentos e até que instâncias, frequentemente ínfimas, de controle, de vigilância, de proibições, de coerções. Onde há poder, ele se exerce. Ninguém é, propriamente falando, seu titular; e, no entanto, ele sempre se exerce em determinada direção, com uns de um lado e outros do outro; não se sabe ao certo quem o detém; mas se sabe quem não o possui.

O autor em questão acredita que, apoderando-se do discurso será possível uma dominação e mudança do pensamento reproduzido e que mantem a ordem social vigente. Essa ordem mantém a elite no poder em detrimento de classes menos favorecidas. O domínio no discurso seria a forma ideal de modificar o pensamento da sociedade e, revertendo essa dominação e subvertendo as leis.

- Em que consiste o poder disciplinar e quais seriam as suas áreas de atuação?

De acordo com Michael Focault, existem poderes disseminados por todo o corpo social interligados por estruturas das quais ninguém escapa. Não existe o poder em si, mas sim suas práticas. O poder não é algo que se possui mas algo que se exerce, próprio do funcionamento da sociedade.

O poder disciplinar serviu também como alternativa

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