O Futuro da Democracia - Democracia Direta e Representativa
Por: Sara • 22/2/2018 • 1.187 Palavras (5 Páginas) • 382 Visualizações
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Hoje as cidades nos estados tornaram-se maiores que as cidades do modelo clássico e nós as dividimos, é verdade, ou as estamos dividindo-as em bairros, nestes bairros, isto é, em alguns nascem os comitês de bairros onde podemos perceber ou até falarmos apropriadamente de democracia direta, porém, quantitativamente limitada, o movimento de nascimento para o da institucionalização, isto é, tão logo são providenciadas a legitimação e a regulamentação, a forma por esta assumida é a da democracia representativa, mesmos os bairros são dirigidos, administrados, não pela assembléia dos cidadãos, mas por seus representantes.
O referendum, único instituto de democracia direta de concreta aplicabilidade e de efetiva aplicação na maior parte dos Estados de democracia avançada, trata-se de um expediente extraordinário para circunstâncias extraordinárias, não podemos imaginar um Estado governado através do continuo apelo ao povo, não há duvida de que estamos ampliando o processo de democratização.
O fluxo do poder só pode ter duas direções: descendente ou ascendente, a primeira desce do alto para baixo e o segundo vai de baixo para cima, nos estados modernos um exemplo típico do poder descendente e o “poder burocrático” e de poder ascendente é o “poder político” aquele que é exercido em todos os níveis (local, regional, Estatal) em nome e por conta do cidadão.
Os dois grandes blocos do poder descendente e hierárquico das sociedades complexas ( a grande empresa e a administração pública) não foram até agora sequer pelo processo de democratização e enquanto estes dois blocos resistirem a agressão das forças ascendentes, a transformação democrática da sociedade não pode ser dada por completa.
A democracia dos modernos é o Estado no qual a luta contra o abuso de poder e travada paralelamente em dois fronts: um contra o poder que parte do alto em nome do poder que vem de baixo e contra o poder concentrado em nome do poder distribuído.
O defeito da democracia representativa se comparada com a democracia direta consiste na tendência à formação destas pequenas oligarquias que são os comitês dirigentes dos partidos e tal defeito apenas pode ser corrigido pela existência de uma pluralidade de oligarquias em concorrência entre si.
Apenas numa sociedade pluralista o dissenso é possível, mais ainda, não apenas é possível mas necessário. Uma maior distribuição do poder abre as portas para a democratização da sociedade civil alarga e integra a democracia política, por fim, afirma o autor que a atitude do bom democrático é a de não se iludir sobre o melhor e a de se resignar com o pior.
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