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As Religiões Africanas

Por:   •  6/3/2018  •  7.543 Palavras (31 Páginas)  •  301 Visualizações

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Há na África quatro grandes desertos; o Kalahari no Sudoeste, o da Líbia no Norte, o da Núbia no Nordeste e o Saara que se estende do Rio Nilo no Leste até Oceano Atlântico no Oeste. Só o Saara cobre oito milhões e seiscentos mil quilômetros quadrados, quase um terço da África. Nômades e tribos de pastores, há muito tempo vivem nessas áreas desolada, mas a África também possui inúmeras selvas, vastas campinas e montanhas majestosas, muitos rios serpenteiam aquele solo. O rio mais extenso da África e também do mundo é o Nilo que percorre mais de seis mil quilômetros, desde o Lago Vitória até o Mar Mediterrâneo. As margens desse antigo rio, faraós construíram suas tumbas e acredita-se que Moisés foi tirado de suas aguas.

A civilização africana foi moldada por uma migração de pessoas vindas de outros continentes e de outras culturas, é uma grande combinação de sociedades afeiçoadas por uma enorme variedade de influências.

As religiões africanas são tão diversas quanto suas culturas; mas também tiveram influências unificadoras, principalmente do cristianismo e do islamismo. Na última década do século XX, a configuração religiosa da África incluía mais de trezentos milhões de cristãos e pouco menos de trezentos milhões de mulçumanos, existem cerca de 70 milhões de seguidores de religiões tradicionais africanas e cerca de um milhão de hindus.

Estima-se que de 30% a 40% dos africanos praticavam as religiões nativas ou que os historiadores geralmente chamam de religiões tradicionais africanas. As crenças nativas sobreviveram ao se misturarem com o cristianismo e o islamismo. Essa mistura ou combinação é chamado de sincretismo, um fenômeno comum na história das religiões e das culturas.

As religiões tradicionais africanas continuam presentes entre as sociedades étnicas que os historiadores chamam de povos tradicionais. Essas sociedades se concentram nas regiões subsaarianas próxima ou abaixo do Equador. As religiões tradicionais africanas tendem se estruturar mais em performance dramáticas do que em discursos filosóficos.

As performances tendem a ser sensuais: visão; audição; olfato; paladar e tato, todos empenhados em unir o mundo espiritual dos deuses e espíritos ancestrais ao mundo social dos devotos tradicionais. Máscaras e roupas especiais; ervas e comidas; danças e sacrifícios; gritos; cantos e discursos emocionados, tudo isso é empregado nas tradicionais religiões africanas.

O conceito geral mais amplo das religiões africanas nativas envolve uma gama de conceitos e preceitos, pois, o continente africano é tão diversificado que, tentar identificar uma religião africana em particular é bastante difícil, a menos que falemos de Olódumàrè, que é o deus supremo ou ser supremo para a maioria dos africanos. Entretanto, esse termo pode ser usado em diferentes aspectos, ou línguas que podem ser diferentes do Olódumàrè do povo Yoruba.

Há muitas sub religiões dentro das principais religiões africanas, na África a religião é uma coisa diária e cada grupo em particular pode ter sua divindade de preferência e ela terá relação com seus ancestrais

É através de performances dramáticas em festejos e cultos que espíritos e deuses baixam nos devotos e são incorporados, pela incorporação os espíritos advertem e orientam os devotos tanto em questões espirituais, quanto em questões financeiras, mas as vezes eles também podem causar o mal.

As religiões tradicionais africanas tendem a ser mais orais do que literárias, transmitindo crenças e ensinamentos através de inúmeras artes verbais e não tanto por escrituras. Mitos e folclore, enigmas e provérbios e as vezes canções e poesias são utilizados.

Há cerca de aproximadamente trinta anos a África começou a se remodelar, e a se voltar para seus próprios meios e métodos nativos de adoração. Ao mesmo tempo, que de certa forma, aceitam os louvores ensinado e cantados por missionários, logo após eles virarem as costas, eles voltam a praticar seus cultos nativos. Isso demonstra que na África de hoje, está conseguindo praticar suas religiões, ou sua espiritualidade da forma que eles querem e não controlados pelos colonizadores.

Os movimentos separatistas na África conseguiram, por algum tempo, progredir e converter seguidores de religiões tradicionais para o cristianismo e para o islamismo. Porém, o ressurgimento recente das religiões tradicionais é diferente, esse ressurgimento visa redescobrir e reafirmar as práticas tradicionais africanas após séculos de dominação cristã e muçulmana. Contudo, algumas religiões africanas tradicionais, no passado tomaram forma de sociedades secretas. Hoje, as sociedades secretas da África tornaram outro elemento do movimento neotradicional.

Para religiosos tradicionalistas africanos há uma afirmação, a de que os mitos construíram o mundo, pois, nos mitos estão historias exemplares cheios de significados sagrados e morais. Alguns mitos africanos referem-se ao comportamento moral explicando porque certas práticas devem ser feitas de um modo e não de outro, mas outros mitos expressam valores e atitudes morais em relação a realidade da África tradicional. Mitos e folclore juntamente com outras artes orais como enigmas e provérbios tem assim uma função social ao dar a vida diária um significado transcendental

Apesar de gerações em contato com outras religiões dominantes, os Yorubás conseguiram preservar virtualmente intactos os mitos tradicionais que a muito tempo compões suas práticas religiosas

O povo Yoruba é um dos grupos religiosos mais numerosos no oeste da África, chegando a quinze milhões de pessoas, embora habitem a maior parte da Nigéria, os Yorubás também abitam regiões que vão do Benim até o Rio Níger.

Os Yorubás não são meramente uma tribo, eles já foram uma civilização próspera dedicada a lavoura e ao engenho, a religião Yorubá geralmente é associada ao politeísmo, mas tal associação ignora totalmente a natureza da religião Yorubá, assim como seus mitos, seu folclore e seus rituais, a religião Yorubá de fato abrange um conjunto de divindades, mas todas elas são manifestações de uma divindade suprema.

A estrutura Ifá, Orixás ou panteon começa com Olódumàrè, que é traduzindo, como o controlador do Universo. Essa entidade seria conhecida como ser supremo. A partir dessa entidade surgiram os Orixás, estes seres divinos representam várias expressões do “Ser supremo" que foram encarregados pelo ser supremo de criar o Mundo. Essa versão comum do mito da criação nos revela algo sobre a relação entre Olódumàrè as divindades

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