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Ambiental Belo Monte

Por:   •  5/2/2018  •  1.236 Palavras (5 Páginas)  •  413 Visualizações

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Deverá provocar o aumento súbito da população da região do Tapajós, que incorporará trabalhadores vindos de fora e acarretará vários problemas como acréscimo na produção de lixo e esgoto sanitário, e aumento na circulação de máquinas pesadas que danificam as vias públicas e modificam as características do trânsito local. Historicamente, na implantação destes megaprojetos, os operários, na maioria das obras, são vítimas de condições de trabalho perigosas e insalubres, e os acidentes e mortes são durante a construção são significativos. O resultado social de tudo isso, é o crescimento da violência urbana, com o incremento no consumo de álcool e drogas. A chegada em massa de trabalhadores de outras praças para exercer suas atividades em terras estranhas provoca aumento de gravidez em adolescentes, atraem a prostituição e com ela as doenças sexualmente transmissíveis.

O risco social à população santarena, em relação ao equilíbrio social é iminente e perigoso a todos da região, pois ao todo, há 43 hidrelétricas previstas para a bacia do Tapajós, sendo a maior delas a de São Luiz do Tapajós, próxima a Itaituba, no Pará. Com 7,6 quilômetros de comprimento e mais de 53 metros de altura (o equivalente a um prédio de 18 andares), a barragem planejada terá um reservatório de 729 km² (extensão maior do que a cidade de Salvador). Se construída, São Luiz do Tapajós vai destruir 14 lagoas sazonais e perenes, mais de 7 mil hectares de pedrais (áreas com pedras nos rios importantes por abrigar diversas espécies de peixes, morcegos e aves), 320 ilhas e 17 corredeiras. Portanto, não sendo, de maneira nenhuma, favorável a região, que tem potencial para colaborar economicamente de forma mais efetiva ao desenvolvimento do pais.

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Noutra visão, o impacto cultural ensejado pela construção da hidrelétrica em comento será de proporções alarmantes, afetando diretamente as populações ribeirinhas e os indígenas locais.

De acordo com dados obtidos pela FUNAI, cerca de 13 mil índigenas pertencentes a 25 grupos étnicos distintos estão estabelecidos hodiernamente às margens do Rio Xingú.

Com a construção de Belo Monte, esta população terá seu modo de vida diretamente prejudicado, principalmente no que se refere ao transporte fluvial – único meio de transporte de diversas comunidades, e à pesca na região, que tende a ser afetada não só em relação a quantidade de peixes disponíveis, mas também com relação às espécies, que terão seu habitat natural modificado, e, consequentemente, alterarão seus hábitos naturais de alimentação e reprodução, a fim de que se adaptem às mudanças.

Se não bastasse, as populações ribeirinhas terão suas plantações marginais enormemente afetadas, e, com a interrupção do fluxo de vários rios adjacentes, ficarão impossibilitadas de escoar suas produções por via fluvial, bem como perderão o acesso à saúde e educação, que, não raras vezes, somente são ofertadas a estes povos nas cidades de maior porte, devendo estes deslocarem-se de suas comunidades para concretizarem estes direitos.

Não obstante, a provável ocupação desordenada, resultante do inchaço populacional provocado pela construção de Belo Monte, condenará as populações indígenas que sempre residiram no local, através da intensificação do desmatamento e da precarização da pesca, conforme já supramencionado.

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