Resumo : A INSUSTENTÁVEL UTOPIA DO DESENVOLVIMENTO
Por: SonSolimar • 24/11/2018 • 1.699 Palavras (7 Páginas) • 364 Visualizações
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- A produção agrícola lida com processos biológicos de reprodução e crescimento de vegetais e animais fazendo com que o papel do homem seja de fornecer a esses organismos o conjunto de condições necessárias a seu desenvolvimento e, depois, colher a massa de matéria nutritiva produzida, mas o essencial dessa operação é realizado pelos próprios organismos;
- Somente economistas que nunca tentaram entender a problemática ambiental podem se contentar com a ideia simplista de que não faria sentido exigir diferenciação no tratamento dos recursos naturais face ao capital;
- As lacunas e inconsistências das diversas teorias sobre a renda, que continuam a merecer atenção de uma ínfima minoria de estudiosos, parecem indicar que existe um penoso caminho a ser percorrido para que a ciência econômica supere seu manifesto desprezo pelas especificidades das coisas vivas.
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Factibilidade
- Para da Veiga, enquanto não for possível acabar com a tragédia da fome, será ridículo pensar que o desenvolvimento sustentável está sendo alcançado. O autor elenca, citando Klatzmann, três categorias de fatores:
- os que incitam otimismo: a subutilização do potencial agrícola (onde o fator limitante tende a ser a água); a redução no consumo (lentíssima); a engenharia genética (ainda não alcançou a “biorrevolução” e que reduzirá apenas as necessidades de fatores de produção); diminuição da quantidade de calorias por dia vem diminuindo (mas oculta o agravamento da situação alimentar na periferia e não garante sua permanência no futuro) e; as perspectivas de diminuição do crescimento demográfico (mas ainda a taxas superiores às de crescimento da produção).
- os mais controversos: a divergência sobre as estimativas mundiais sobre a fome; a capacidade do terceiro mundo de chegar à autossuficiência alimentar; à possibilidade de aumentar a área cultivada num panorama de crescimento das necessidades de terra para a produção de energia e; a questão dos alimentos de origem não agrícola, que também farão concorrência à terra para a produção agrícola.
c)os que só podem provocar inquietude: cada vez maior, será o número de países que enfrentarão os problemas dos limites para os recursos hidráulicos para irrigação; o aquecimento da atmosfera; as ameaças ambientais dos nitratos e outros fertilizantes químicos; os pesticidas e; a degradação dos solos.
- Um desenvolvimento sustentável é, antes de tudo, um desafio à ciência.
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Paradigmas
- A grande interrogação que está colocada diante de nosso desejo de sustentabilidade desenvolvimentista pode ser concentrada em uma pergunta: será que o avanço do conhecimento provocará, em tempo útil, uma nova onda que supere o industrialismo?
- Citando Capra, o autor considera razoável que:
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“A mudança de paradigma mecanicista para o ecológico não é algo que acontecerá no futuro. Está acontecendo neste preciso momento em nossas ciências, em nossas atitudes e valores individuais e coletivos e em nossos modelos de organização social”
- A mudança dos paradigmas científicos está engatinhando e o autor questiona “até que ponto a “noção de desenvolvimento sustentável” aponta para o surgimento de uma nova utopia?”. Respondendo na sequência, ele afirma que estamos em uma situação semelhante ao início das sociedades industriais, quando profetizavam e tentavam antecipar inúmeros aspectos da modernidade. Para ele, uma forte visão convergente de que as sociedades industriais estão entrando em uma nova fase de sua evolução está se destacando, e essa transição será tão significativa quanto aquela que tirou as sociedades europeias da ordem social agrária e levou-as à ordem social industrial. Por fim, afirma que as diversas versões sobre “desenvolvimento sustentável” estão muito longe de significar o aparecimento de uma nova utopia.
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