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RESENHA DO TEXTO: A FORMAÇÃO TERRITORIAL BRASILEIRA NOS DOIS PRIMEIROS SÉCULOS DE COLONIZAÇÃO.

Por:   •  8/10/2018  •  1.305 Palavras (6 Páginas)  •  476 Visualizações

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Ainda sobre a colonização litorânea Azevedo (1994, p.32), corrobora a ideia de colonização em arquipélago ao frisar que os núcleos de povoamento surgiam de forma isolada e esparsa num grande deserto humano do Brasil. Diante disso fica claro que isso realmente ocorreu, contudo vale todas as ressalvas anteriormente ditas sobre a questão logística da metrópole pautada na navegação, podendo ser acrescentado a questão do primeiro ciclo econômico do Pau-Brasil. Ainda nesse viés fica claro que com o decorrer do tempo, na medida que os colonos se efetivavam no território existia uma crescente tendência de interiorização e por estarem tão longe da metrópole, inviabilizando uma comunicação rápida, a burocracia a cerca desse procedimento era simplesmente ignorada. Ressalta-se ainda a apropriação das trilhas indígenas, que ligavam o interior ao espaço litorâneo, pelos colonos.

Outra perspectiva que vem romper com o isolamento dos núcleos coloniais é o fato de estarem não só articulados economicamente entre si, mas também com outras praças comerciais do atlântico, principalmente no negócio de escravos com a África. Os três núcleos principais Olinda, Salvador e São Vicente estavam ligados de tal forma que formavam zonas de povoamento ao invés de núcleos isolados. Ainda sob essa perspectiva ressalta-se que a comunicação entre esses núcleos se dava também por navegação de cabotagem não sendo raro auxilio dos demais núcleos em caso de urgência.

O segundo período geohistórico da configuração territorial brasileira é chamada por muitos historiadores de Expansão Geográfica, contudo ao levarmos em conta os processos geopolíticos ocorridos na Europa em que levaram a fragmentação, consolidação e expansão poderíamos designar melhor esse período como Manutenção.

Dentre os eventos podemos destacar a União das Coroas de Portugal e Espanha, conhecida como União Ibérica, o que aumentou a cobiça de uma forma geral nessa união resultando numa disputa ainda maior com ingleses, franceses e holandeses que questionavam veementemente o tratado de Tordesilhas. Sendo assim cada país questionador desses tratados se inseriu no espaço geopolítico de forma diferenciada, com os franceses no intuito colonizador, os ingleses no intuito de saquear e os holandeses no intuito de conquistar áreas produtivas. Dá-se ênfase na invasão holandesa que produziu um complexo rearranjo territorial na América Portuguesa ao longo do século XVII.

Fica claro que com a economia açucareira em franca expansão, mesmo controlada na sua principal parte pelos holandeses, a economia local sofreu transformações cada vez mais voltadas para o interior da colônia tendo em vista a necessidade de abastecimento alimentar dos núcleos açucareiros. Iniciou-se a procura de terras férteis bem como o manejo da pecuária demandava mais terras tornando a interiorização cada vez mais imprescindível para a realização dessa cultura.

Com o término da União Ibérica, Portugal se viu diante de um Brasil fragmentado, além de crise no quadro geopolítico Europeu na época, restando apenas o Brasil colônia como possível saída dessa crise. Após a restauração o maior empenho da Coroa foi a expulsão dos Holandeses, se tornando definitivamente vitorioso em meados de 1654. Vale ressaltar que apesar de todos esses eventos que possibilitaram um rearranjo territorial ou novas espacialidades no território, a sua configuração territorial pouco se alterou, mantendo a faixa litorânea como núcleo central da América Portuguesa.

Nas considerações finais fica claro que apesar de, num primeiro momento, a colonização se pautar na litoraneidade não podemos pensar que tal ocupação se deu em forma de arquipélago, fato esse que não nos leva a avançar na leitura geográfica do Brasil porque fixa a análise a pontos isolados, sem levar em conta como dito anteriormente a relação social e econômica entre esses núcleos que aos contrário do que se pensa se apoiavam mutuamente.

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