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Founding Theses - The Global Politics of Unequal Development de Anthony Payne.

Por:   •  12/10/2018  •  1.397 Palavras (6 Páginas)  •  328 Visualizações

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Mais uma vez o autor se coloca ao lado de uma terceira e mais ponderada corrente, que enxerga a globalização como um processo de reorganização do Estado. Como sustentado em sua argumentação, o Estado sempre esteve em mudança durante a história, variando grau de democracia, nível de desenvolvimento, poder de infraestrutura e demais variantes, o que é concebível vez que nenhum Estado encontra-se em mesma posição. Entretanto, é importante observar que o Estado permanece como ator importante e fundamental, a despeito daquelas variedades de formas.

Sobretudo, como defesa a remanescente importância do Estado, Anthony Payne destaca a relevância da complexidade do relacionamento entre Estado e sociedade.

Debate sobre Desenvolvimento

O debate sobre desenvolvimento desenrolou-se no pós-1945 sob o embate de duas teorias contrastantes: teoria da modernização e teoria da dependência. De forma sucinta, como é colocada por Payne no texto, a teoria da modernização via como tarefa primordial para o desenvolvimento a eliminação dos obstáculos internos. Enquanto a teoria da modernização observava necessidade de alteração de fatores endógenos, a teoria da dependência pregava observância de elementos exógenos, o impacto dos obstáculos externos que geravam dependência e impediam desenvolvimento.

As grandes mudanças no cenário internacional da década de 80 também impactaram os debates sobre desenvolvimento. A predominância das políticas neoliberais impôs aos Estados a inação como atitude mais adequada na persecução do desenvolvimento, a ser regido agora pelos mercados. Neste momento também o próprio debate se desloca da competência nacional para tornar-se temática global.

Como bem coloca Hettne (1995) citado por Payne, passam a existir ideologias de desenvolvimento mundial, o que significa dizer que o debate é em verdade parte pertencente de um conjunto de ideias, um paradigma, e que o neoliberalismo passou a ser a ideologia dominante, ao pregar que fosse o desenvolvimento alcançado em todo o mundo, possibilitado pelo mercado sobre o estado. Como nota o próprio autor, várias outras ideologias se colocaram em oposição ao liberalismo, entretanto o próprio liberalismo se adaptou a estas críticas, abraçando dimensões políticas e sociais mais fortes, colocando papéis ao estado, de contribuição ao mercado.

Ao próprio Hettne que é pelo autor o mérito de avançar a agenda para uma posição intermediária e mais ponderada entre o endogenismo e exogenismo, modernização e dependência. Na percepção de Payne, emerge uma nova política econômica crítica do desenvolvimento, com quatro premissas básicas. Essa nova abordagem rejeita o “excepcionalismo” de considerar que exista segmentação entre estados que precisem de mais desenvolvimento que outros. Foca na estratégia de desenvolvimento como direcionada a estrutura da sociedade. Reconhece que é uma estratégia que exige envolvimento de elementos internos e externos. Insiste no reconhecimento de que não há um padrão atemporal e universal de recomendações ao desenvolvimento, mas que devem ser levadas em considerações as especificidades.

Sobretudo, em contraste com o neoliberalismo, sustenta que uma intervenção econômica forte e focada conduzida pelo Estado tem se mostrado historicamente como ingrediente fundamental para o desenvolvimento. E por fim, afirma a necessidade de se avaliar os múltiplos fatores, domésticos e internacionais para a condução das estratégias.

Conclusão

Neste capítulo de sua obra, Anthony Payne se propõe a uma revisão teórica dos debates que marcam fundamentalmente o pensamento sobre a hegemonia. Primeiro, a análise da falta de hegemonia, apoiada na distinção de Robert Cox entre hegemonia e dominação, para afirmar que há uma dominância americana, é ponto de partida para compreensão do fenômeno da globalização. O entendimento da globalização como um processo histórico, e que varia de acordo com seus agentes, aproxima o leitor da concepção de globalização neoliberal, como paradigma dentro do qual se insere o próprio debate do desenvolvimento e o papel do estado na definição de estratégias pelo desenvolvimento.

O autor claramente se esforça para, expondo os pensamentos predominantes, encontrar sínteses, meios-termos entre pontos extremos e distanciados teoricamente, mas ao fazê-lo, acaba por trazer uma abordagem completamente diferenciada, para fora do paradigma do desenvolvido-subdesenvolvido.

REFERÊNCIA: PAYNE, Anthony. The Global Politics of Unequal Development. Palgrave Macmillan, 2005.

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