Estabilizando uma economia instavel
Por: YdecRupolo • 12/2/2018 • 2.008 Palavras (9 Páginas) • 289 Visualizações
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para nossa economia, uma vez que apresenta limitações de relações financeiras. Quedas de salários e preços (base do modelo citado), entendidas como reações de mercado ao desemprego, podem dificultar o pagamento de dívidas aos devedores privados.
Numa deflação completa, todas as dívidas privadas são recusadas. Há quedas nos lucros, salários e investimentos sobre a validação das dívidas. Somente depois de uma simplificação total da estrutura financeira, os preços em queda poderão expandir. Sendo assim, em um mundo (como de Patinkin) que utiliza métodos financeiros muito complicados, seria difícil alcançar o pleno emprego.
Sendo assim, em uma economia considerada capitalista, um nível de pleno emprego com preços estáveis não é passível de sustentação, pois dentro de qualquer situação exposta há a possibilidade de introdução de forças endógenas desequilibradoras que consequentemente interromperão a tranquilidade do mercado.
• QUASI-RENTS E PREÇOS DE BENS DE CAPITAL
O termo quase-rentis pode ser entendido grosso modo como um lucro bruto obtido na venda de bens de capital. Esses lucros obtidos com os bens de capital são resultados de uma produção que controla os preços, fazendo com que esses excedam os custos por unidade. Na demanda, seu nível e seus componentes determinarão os lucros que os bens de capital irão adquirir.
Há dois conjuntos de preços no capitalismo, um para bens de capital e outro para produção corrente, sendo que os dois mantém uma relação direta já que os bens de investimento são parte da produção corrente. Preços de oferta são determinados pelos já determinados da produção corrente, já os preços de bens de capital, determinados pela demanda e oferta do mercado. Mesmo com os dois sistemas de preços definidos por variáveis diferentes, eles apresentam uma dependência mútua, sendo assim Minsky define “o preço de mercado de um bem de capital, que serve como substituto em produção para um investimento de produção, deve ser igual ou maior ao preço de oferta do bem de investimento se esse bem for produzido”.
A determinação do preço de um bem parte do princípio que o valor da moeda é único. Os investimentos e posses de bens de capital partem do princípio que esses produzirão dinheiro. Usar bens de capital na produção, parte do princípio que haverá compra de mercadoria e contratação de mão de obra, sendo assim o dinheiro se fará necessário.
O dinheiro é um bem único no sentido de que não gera receita de fundos líquidos, mas permite aqueles que o possuem cumprirem compromissos e assumirem transações atuais ou imediatas. Quando um bem é capaz de gerar dinheiro e há variações no total, denominamos tal fato de liquidez. O fluxo de caixa que um bem de capital irá gerar dependerá do mercado em que está inserido, a liquidez, da capacidade deste mesmo bem se transformar em dinheiro. Os preços dos bens financeiros podem ser definidos usando os mesmo parâmetros citados anteriormente. Em casos comuns, a elevação da quantidade de moeda gera uma função em relação ao preço de um bem de capital, porque quando há aumento das quantidades dessas moedas, o valor do seguro incorporado ao dinheiro cai. Sabendo que o preço do dinheiro é sempre mantido como o mesmo, o nível dos preços dos bens de capital que geram receita aumenta.
Delimitando certo aumento aos preços dos bens de capital em relação ao preço da produção corrente, haverá consequentemente um consumo e investimento elevados. Um aumento de quasi-rents leva a uma diminuição da liquidez incorporada ao dinheiro. Valores de liquidez que são determinados endogenamente demonstram que cada equilíbrio possível da economia possui forças que a desequilibram. Mesmo com a demonstração em resultados de modelo que haverá uma condução ao pleno emprego de mercado, é válido lembrar que esses processos geradores de beneficies poderão trazer um boom especulativo à esse mercado.
• INVESTIMENTO
Para uma análise de investimento mais detalhada, precisamos determinar preços dos bens de capital. Como já visto no tópico anterior, quantidade de dinheiro, valores de liquidez, características de receita e liquidez dos bens financeiros e de capital levam a essa determinação. São esses preços que irão determinar os valores de demanda para a produção de investimento de vários tipos.
Porém esses preços não determinam os ritmos dos investimentos. Define-se que para uma demanda efetiva por investimento seja necessário um financiamento. Existem três formas de financiamentos:
- Dinheiro vivo e bens financeiros nas mãos;
- Fundos internos;
- Fundos externos.
Um dos geradores de capital para as economias é o funcionamento da economia, esse capital pode ser afetado pelos investimentos. Os fundos internos (lucros brutos pós-impostos e dividendos) precisam ser aumentados por entradas externas. Quando há uma decisão de investimento por parte da empresa, recorrer a um financiamento externo torna-se essencial. Os custos de financiamento da produção entram no preço de oferta da produção, juntamente com custos de mão de obra e materiais. Com a inserção de juros em um empréstimo tomado, há nesse ponto um aumento de preço dos produtos que for usar para revenda em mercado, esse custo está inerente ao produto.
Em geral os financiamentos de produção são feitos em curto prazo, a maioria são por meios bancários. Taxas de juros, mais uma vez, veem-se refletidas nos custos e preço de mercado.
Por outro lado os financiamentos permanentes e ou de rápida aquisição são de longo prazo. Sendo assim, uma decisão de investimento deve vir baseada em diversos pontos de análise como, taxa de juros aplicada, custo de mão de obra e equipamentos, condições dos financiamentos, entre outras.
Para avaliarmos as situações em que os investimentos são viáveis, precisamos entender e avaliar as incertezas de mercado. A incerteza vem em uma série de fatos que não podem ser previstos. As empresas tem que lidar com as situações de incertezas em quaisquer que sejam os momentos, uma vez que são esses pontos que podem vir a diferenciar os fatores na sua produção. As margens de segurança necessárias tanto por tomadores de empréstimos quanto pelos emprestadores afetam a extensão pela qual posições e investimentos são financiados.
Cada vez que um bem de capital troca de propriedade seu valor é renovado.
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