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A Economia Política - Neoclássicos

Por:   •  15/5/2018  •  5.624 Palavras (23 Páginas)  •  274 Visualizações

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Outra contribuição de Marshall trata das possibilidades de produção, que acabam por definir as quantidades de bens e serviços produzidos por conta da limitação de recursos que cada sociedade dispõe, ampliando as possibilidades de escolha. Sobre a lei da procura e da oferta, o teórico a definiu como a lei que estabelece a relação entre a demanda de um produto, ou a procura de um produto, e a quantidade que pode ser oferecida, ou que o produtor deseja oferecer (MOCHON; TROSTER, 2002). A partir desse entendimento, é possível concluir que quanto menor o preço de um serviço, maior a quantidade procurada e vendida. Do mesmo modo, quanto maior o preço, menor a quantidade procurada.

No entanto, ao contrário do que parece, esse comportamento não é sempre influenciado pela oferta e procura. Existem outros elementos, como os desejos e necessidades das pessoas, o poder de compra delas, a disponibilidade dos serviços, e a capacidade das empresas de produzirem determinadas mercadorias com o nível tecnológico desejado. Diante disso, nota-se que a demanda só acontecerá caso o consumidor tenha um desejo ou necessidade, além de condições financeiras (ou desejo) para suprir essa necessidade. Sendo assim, Marshall utilizou um instrumento da economia para estudar esse fenômeno: o gráfico, no qual se cruzam as duas curvas da oferta e da procura (variáveis “preço” e “quantidade”), e permanecem constantes as determinantes da oferta (função da oferta) e da procura (função da procura). Este gráfico ficou conhecido como “cruz marshalliana”.

Na Teoria do Valor de Marshall, existem três teoremas. O primeiro mostra que o agente deve escolher a alternativa com maior benefício líquido, ou seja, com maior benefício ao menor custo. Essa escolha deve ser feita tendo em conta a dualidade benefícios-custos, ou seja, a melhor escolha deve ser a que apresenta um benefício maior que o custo. O segundo teorema revela que a escolha racional leva a selecionar a quantidade em que o benefício é igual ao custo. “Ao adicionar-se uma nova unidade a uma determinada alternativa, esta vai ter um certo benefício e custo adicional, dando origem a um novo benefício líquido total” (MOCHON & TROSTER, 2002). Estes benefícios e custos adicionais serão chamados de benefício marginal e custo marginal.

Com o tempo, o benefício marginal tende a decrescer, pois de acordo com a lei da produtividade marginal decrescente ou lei dos rendimentos decrescentes, à medida em que o consumo de um bem aumenta, menor será o benefício total, pois o aumento do consumo de um bem vai provocar uma redução do prazer em consumir esse bem; logo, o benefício marginal será cada vez menor. O terceiro teorema mostra que deve-se consumir uma quantidade de bens disponíveis para que o benefício da última unidade do recurso gasto seja igual em todos eles. Por este motivo, a escolha de determinados bens deve ser feita mediante os recursos existentes, ou seja, um determinado recurso deve ser usado em várias alternativas diferentes, cada uma com o seu ganho e o seu custo, com vista a obtenção de uma maior satisfação. “Para um indivíduo obter máxima satisfação, ele deve gastar cada unidade do recurso naquilo que, em um determinado instante, lhe dá mais prazer”, (MOCHON & TROSTER, 2002).

Outra contribuição de Alfred Marshall foi com a chamada Escola de Cambridge, que não chegou a romper com a tradição dos economistas clássicos. Na verdade, alguns de seus princípios originaram a chamada microeconomia neoclássica. Sobre o entendimento desse estudioso sobre demanda, oferta e valor, percebe-se que o estudo do comportamento dos consumidores e produtores e seu relacionamento no mercado deveriam ser o pontapé para a análise de um sistema econômico.

Segundo Marshall, os consumidores buscam maximizar sua satisfação, enquanto os produtores buscam ampliar seus lucros. A procura, nesse sentido, seria a relação entre preços e quantidades procuradas. O conceito de elasticidade-preço da procura mostra a sensibilidade da procura com relação a pequenas variações no preço de determinado bem. Para fazer seu estudo da oferta e da demanda Marshall considerou constantes todos os outros fatores que influenciam a procura (exceto o preço), isso torna o problema pouco realista.

As diferenças entre Marshall e os clássicos se evidenciam em que estes últimos preocupavam-se com o preço natural, já Marshall observava as variações nas quantidades demandadas provocadas por variações nos preços. Outras diferenças importantes: Marshall não analisa a acumulação de capitais e, ao contrário dos clássicos, afirmou que o homem não cria bens tangíveis, mas sim utilidades.

2.2 William Jevons

William Stanley Jevons nasceu em Liverpool, na Inglaterra, em 1835. Estudou, inicialmente, química e botânica e, depois, lógica e economia no University College de Londres, onde assumiria, posteriormente, a cadeira de economia política e seria reconhecido pela originalidade de suas teorias. Trabalhou como professor universitário em Manchester, de onde precisou pedir demissão devido a problemas de saúde. Morreu prematuramente em 1882, aos 46 anos.

Juntamente com outros autores, tais como, Hermann Heinrich Gossen, Léon Walras e Carl Menger, Jevons foi um dos fundadores da Economia Neoclássica e formuladores da teoria da utilidade marginal, que transformou a teoria econômica a partir do último terço do século XIX, especialmente no que se refere à questão da determinação do valor, solucionando o paradoxo utilidade na determinação dos valores das coisas que, até então, confundia os economistas.

As principais obras de Jevons são “Grave depreciação do valor do ouro” (1863), obra em que analisa o aumento de preços depois da descoberta de ouro em determinadas regiões e delineia a teoria dos números-índices; “A questão do carvão” (1865), na qual adverte acerca do gradativo esgotamento das reservas carboníferas da Inglaterra e “Teoria da Economia Política” (1871), em que expõe de maneira definitiva a teoria da utilidade marginal.

Jevons defendia o uso da economia matemática, pois a economia lidava com quantidades, e definiu a equação de trocas, que determina que a razão entre a utilidade marginal do item consumido e seu preço deve ser igual. Além das obras supracitadas, deixou, ainda, inacabados um ensaio sobre religião e ciência, um estudo sobre a filosofia de John Stuart Mill e a obra “Princípios de Economia”. Outros escritos foram reunidos no livro póstumo “Pesquisas sobre moedas e finanças” (1884), no qual examina o problema das flutuações econômicas.

2.2.1

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