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A Conjuntura ntre Brasil e China

Por:   •  24/5/2018  •  3.218 Palavras (13 Páginas)  •  529 Visualizações

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É de grande importância frisar os laços de Brasil e China, no contexto histórico do relacionamento bilateral avançando ano após ano, e tendo em vista que cooperação contribui muito para o crescimento de ambas as partes, as perspectivas eram e continuam sendo relativamente boas. No cenário comercial podemos ver a evolução a partir da abertura comercial (década de 90) no Brasil e as reformas estruturais econômicas na China. Para que possamos assimilar de forma plena vejamos o texto da embaixada Chinesa para o Brasil: “... de acordo com as estatísticas da Alfândega da China, no ano de 1974 em que os dois países estabeleceram relações diplomáticas, o valor total do comercio foi de US$17,42 milhões, até 1979 esse montante aumentou para US$ 216 milhões, sendo 12 vezes mais que o valor do ano de 1974. Durante a década de 80, o valor total do comércio bilateral chegou em média aos US$755 milhões por ano, e na década de 90, aumentou para US$ 1,494 bilhões. Em 2000, o valor total dom comércio bilateral bateu a meta dos US$ 2,845 bilhões, e no ano seguinte o aumento foi de 30 %, US$ 3,698 bilhões”.

Analisando os dados do comércio bilateral Brasil/China é incontestavelmente observável o crescimento, pois a corrente de comercio entre os dois aumentou dez vezes passando de US$ 2,31 Bilhões para 23,37 bilhões o que levou a economia Chinesa de 7º lugar em 2003 para 2º lugar (Atualmente). Em 2013, por exemplo, a China permaneceu sendo o principal comprador e vendedor do Brasil, onde as exportações para a China somaram US$ 46 bilhões, um aumento de 10,8% em relação ao ano passado, tendo como principais produtos Cobre minério de cobre, açúcar em bruto, celulose e minério de ferro. Já no caso das importações, segundo os dados, o volume somou US$ 37,3 bilhões, um aumento de 8 % com relação ao ano de 2012. Em 2014 não foi diferente, As exportações brasileiras, em agosto, somaram US$ 20,5 bilhões, em valor, e registrou média diária de US$ 974,5 milhões. Este número apresentou crescimento de 0,1% em relação a agosto de 2013 (US$ 1,137 bilhão), sendo esta a segunda maior média diária para meses de agosto. As importações mensais foram de US$ 19,3 bilhões, com desempenho médio diário de US$ 918,9 milhões. Também houve aumento de 0,1% na média pela comparação com agosto do ano passado (US$ 967,9 milhões). Com isso, houve superávit comercial de US$ 1,168 bilhão no mês.

- Relações Politica-Diplomática

A China requisitava ao Brasil o reconhecimento de seu país como uma economia de mercado, e não mais uma economia de transição. Isto seria importante, pois poderia influenciar outros países a fazerem o mesmo, impossibilitando o protecionismo camuflado realizado por investigações de defesa comercial contra a China, enquadrando o país nas regras da OMC (Organização Mundial do Comércio) e reconhecendo como efetivas as reformas de mercado realizadas em seu processo de transição. Já o Brasil buscava o apoio chinês na reforma do CSNU (Conselho de Segurança das Nações Unidas), visando a modernização do Conselho e a consagração de uma nova ordem multipolar. Deste modo, contrariando os interesses das indústrias brasileiras, na visita do presidente Hu Jintao ao Brasil, em 2004, foi concedida a demanda chinesa. Entretanto, após declarações vagas de apoio ao pleiteio brasileiro, a China vetou a proposta encaminhada por Brasil, Alemanha, Japão e Índia da ampliação da quantidade de membros permanentes do CSNU. Esta posição, apesar de estar relacionada à rivalidade sino-japonesa, descontentou os brasileiros, porque o Brasil fez uma concessão e não recebeu o retorno esperado (BIATO, 2010).

É valido ressaltar a importância do reconhecimento da China como economia de mercado para a relação entre os dois países e para a imagem e ascensão chinesa no cenário internacional. Com sua abertura econômica, mudam-se as estruturas econômicas em busca de se desenvolver e se tornar uma ‘Economia de Mercado’, o que facilitaria relações dentro da OMC e permitiria a China se tornar um global player mais ativo e confiável no sistema internacional.

Com esse reconhecimento por parte do Brasil, os dois países acabam por fortalecer as relações e agregam forças para uma inserção internacional mais consistente. Brasil e China, junto a outros países emergentes, demandaram o fortalecimento do G20 após a crise financeira de 2008, conseguindo consolidar esse bloco como conselho decisório da economia mundial. Além do G20, vale ressaltar o papel dos BRICS, que também é um mecanismo de projeção internacional, e que engloba Brasil e China. Este grupo vem adquirindo um perfil mais consistente na política mundial e clamando pela mudança nos padrões de ordenamento do sistema. Visando uma integração ainda maior, no ano de 2010, Brasil e China assinaram o Plano de Ação Conjunta entre o governo chinês e brasileiro, que dura até o ano presente. O objetivo do Plano é promover desenvolvimento e aprofundamento da Parceria Estratégica “em espírito de igualdade, pragmatismo e obtenção de resultados positivos para ambas as Partes”.

O governo brasileiro, em parceria com o governo chinês, tenta promover a elaboração e assinatura do Plano Decenal de Cooperação. Esse Plano tem como objetivos gerais a promoção da cooperação em ciência e tecnologia, na difusão cultural e na parceria econômica, buscando elevar o nível da parceria estratégica entre os países.

O BRICS teve um papel importante no crescimento de ambos países, pois parte do crescimento se explica pelos investimentos diretos externos (IDE) feitos em suas economias, e por suas economias. A Unctad, órgão das Nações Unidas para o comércio e desenvolvimento, estima que em 2009 o fluxo total de IDE tenha alcançado US$ 1,4 trilhão, após pico de US$ 1,97 trilhão em 2007, e US$ 1,69 trilhão em 2008.

O investimento direto chinês no mundo concentrou-se majoritariamente no setor de serviços, seguido pelo setor primário. Dados mostram que em 2008 os serviços relacionados a negócios responderam por 30% do total, o setor financeiro por 20%, enquanto que as atividades do setor primário contabilizaram 13%, sendo que quase a totalidade desses recursos foi aplicada nas atividades mineradoras.

Já o investimento do Brasil no exterior teve um grande salto de 2008 a 2013. O Valor passou de US$ 15,4 Bilhões para US$ 35,6 Bilhões. De acordo com os dados, em 2012, 32,2% do estoque de investimento direto no foram direcionados a paraísos fiscais e outros 42% a cinco países europeus citados pela UNCTAD como hospedeiros de SPEs, com destaque para Áustria (com cerca de 23% do estoque de investimentos externos do Brasil em 2012), Países

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