LOGÍSTICA INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE ANÁLISE COMPARATIVA BRASIL X CHINA
Por: Rodrigo.Claudino • 30/3/2018 • 7.517 Palavras (31 Páginas) • 428 Visualizações
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Dentro do contexto da logística, existe o conceito de infraestrutura logística que compreende todos os elos e partes da cadeia logística e esta pode garantir o sucesso ou resultar no fracasso de um negócio.
É importante mencionar o quanto a logística é fundamental para o desenvolvimento global e conexão dos quatros cantos do mundo. Ao nível de país, pode- se afirmar que se estes investem na consolidação de uma infraestrutura madura de logística detêm uma vantagem competitiva em relação aos demais.
Desta maneira, serão definidos quais fatores logísticos e estruturas cooperam para o sucesso e competividade de alguns países em detrimento dos outros e além de como os países de sucesso no quesito logística podem servir de benchmarking para os demais. A motivação deste trabalho refere-se a entender as diferenças logísticas entre China e Brasil, que fazem com que o primeiro seja o 28º no ranking do índice de desempenho logístico do Banco Mundial, enquanto este último amarga a 65º posição no mesmo ranking.
Introdução
A globalização atingindo seu ápice desde a década de 90 foi uma força que impulsionou o volume de transações entre países. Dessa forma, o vertiginoso crescimento do comércio internacional gerou a demanda pela logística internacional. A questão é que países como o Brasil jamais haviam se preparados para essa nova realidade.
Essa união de mercados de todo o globo e quebra de fronteiras entre eles culminaram na alta concorrência. Assim, já não se disputava fatias de mercados e os consumidores com as empresas domésticas, como também com aquelas que estavam do outro lado do planeta e que muitas vezes ofertavam o mesmo bem a preços bem inferiores.
“Atualmente, se transporta tudo para qualquer lugar do mundo, o importante é viabilizar o comércio de mercadoria despachando a carga com custo e qualidade, no tempo correto e na quantidade apropriada ao mercado consumidor.” (SILVA; PORTO, 2003)
Logo, as empresas perceberam necessitam ser mais rápidas e flexíveis para que possam preencher as requisições e expectativas dos seus clientes, de forma a retê-los.
“Atualmente, se exige muita agilidade e flexibilidade das empresas para que possam suprir seus mercados, estas estão cada vez mais pressionadas para redução de custos aliada às mudanças nas necessidades e/ou expectativas dos clientes.” (RAZZOLINI FILHO, 2006)
A questão é as empresas dependem essencialmente de que haja uma infraestrutura que permita que essas transações aconteçam. Possuí-la significa atender ao consumidor, além de diminuir custos que podem culminar em um valor final dos bens e produtos reduzido. Portanto, se as empresas a nível nacional não dispõe dessa estrutura consequentemente elas sofrerão muito mais com a competitividade e isso impactará diretamente na economia.
Uma infraestrutura logística abrange todos os pontos da cadeia logística e garante que o produto flua por ela facilmente sem gargalos nesse processo que comprometam o prazo, a qualidade e a satisfação do consumidor. Dessa forma, o objetivo é viabilizar o trânsito produto potencial, integrar a população à economia nacional, por meio de modais de transportes e sistemas de comunicações eficientes que interliguem, de fato, as regiões do país e minimizem os desperdícios de recursos.
Nesse contexto, o Brasil vem sendo incapaz de reservar fundos para que fosse possível investir em infraestrutura logística, o que causou a elevação de custos gerais da economia e perda de competitividade dentro e fora das fronteiras nacionais. Diante desse contexto em 2007 durante o governo Lula foi lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de forma a minimizar as deficiências do Brasil em algumas áreas, uma delas é a logística. O que ainda não foi capaz de modificar o quadro já existente e já fez com muitos o considerem como um fracasso quase total.
Já do outro lado do mundo na Ásia Oriental, a China, após anos de economia fechada para o resto mundo (entre 1976 e 1997, durante o governo de Deng Xiao Ping) promove mudanças econômicas voltadas para impulsionar o crescimento. Contudo, a China logo percebeu que sem uma infraestrutura adequada seu crescimento estaria comprometido, e essa mesma estrutura que atrairia o que as empresas estrangeiras.
A infraestrutura chinesa e a tecnologia estrangeira são os componentes da equação que fazem com que a China apresente esse crescimento assustador e já seja considerada uma potência emergente.
Referencial Teórico
Munido do conhecimento fornecido por todo o conteúdo bibliográfico extraído de títulos como “Logística evolução na administração: desempenho e flexibilidade” de Razzolini e “Transportes, seguros e a distribuição física internacional de mercadorias” de Claudio Ferreira e Marcos Porto, também de trabalhos acadêmicos como “Desenvolvimento Econômico, Política Industrial e Infraestrutura Macrologística: Uma reflexão sobre o modelo brasileiro.” publicado por Daiane Nonato, além de pesquisas feitas pelo Banco Mundial, IBGE, ILOS e etc., e matérias jornalísticas pulicadas por sites como o do jornal Estadão, a abordagem a seguir fornecerá embasamento para este trabalho. Serão descritos a logística e os elementos que a compõem, para que assim possamos nos aprofundar na temática principal deste trabalho – O diferencial competitivo fruto de uma boa Infraestrutura Logística e a comparação entre Brasil e China neste aspecto.
Dessa forma, iremos descrever o conceito de infraestrutura logística e como ela se apresenta no Brasil e na China, e ao final será feita uma comparação numérica entre ambas.
Logística
Em seus primórdios o conceito de logística esteve muito ligado a operações militares, o que explica a origem da palavra que vem do francês “logistique” do verbo “loger” que traduzido significa alojar completamente ligado à ideia de ser a arte de abastecer, transportar e alojar as tropas. Com o passar do tempo, foi ganhando amplitude e abrangendo outras áreas como a gerência de estoques, armazenagem e movimentação (JOURNET, 1998).
Para Christopher (1999), é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades, presente e futura, através do atendimento dos pedidos a baixo custo.
Já para Novaes (2001) é o processo
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