O DIALOGO BILATERAL ENTRE BRASIL E CHINA NOS ANOS 1990 DIPLOMACIA, COOPERAÇÃO E AVANÇOS
Por: SonSolimar • 23/5/2018 • 5.240 Palavras (21 Páginas) • 419 Visualizações
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o primeiro dialogo diplomático entre ambas
às nações, partindo este da necessidade brasileira de se buscar colonos Chineses para trabalhar
nas lavouras do Brasil, diálogo este que foi infrutífero pelo motivo que o governo Chinês não
via com bons olhos a questão de imigração para o Brasil, dado a ideia de trabalho escravo no
país. Anos mais tarde, em 1974 iniciam-se relações diplomáticas entre os países, firmada na
cooperação mutua e na concepção do entendimento em comum, atitude essa que foi tomada
devido à pressão do empresariado brasileiro em busca de novos mercados para investimento e
a abertura do país para o recebimento de capital externo. É possível ver como a parceria entre
as duas potências do Terceiro-mundo modificou a balança internacional, ao dar maior
credibilidade e visão não apenas para ambos países, mas também para todos os que se
enquadravam nessa denominação da Teoria dos mundos e incrementou as posições
econômicas, políticas e estratégicas de ambos perante os países desenvolvidos, colocando-os
frente a frente com estes no cenário internacional, e fez com que eles trabalhassem para
fortalecer essa relação, fazendo com que as duas nações pensem igualmente em um futuro de
trabalhos e diálogos comum.
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A APROXIMAÇÃO ENTRE BRASIL E CHINA
Este capítulo discorrerá sobre como se deu a relação de aproximação entre Brasil e
China, que se intensificou e fortaleceu com o passar dos anos devido às parcerias econômicas
e cooperação em comércio e serviços, investimentos do capital privado de ambos os povos,
avanço e trabalho bilateral nas áreas da tecnologia, engenharia, medicina, educação entre
outras e o diálogo diplomático entre as nações.
É possível dizer que esta aproximação entre ambos os países se iniciou ainda no tempo
colonial quando Portugal tratou de colonizar Macau e transformou a pequena ilha ao sul da
China em um posto avançado para as suas rotas comerciais que partiam rumo ao oriente
levando às especiarias e gêneros do Brasil.
Nos últimos anos do século XX e início do século XXI vimos uma maior aproximação
entre os países asiáticos e o Brasil, e isso atraiu o interesse de pesquisadores, políticos e
conglomerados empresariais brasileiros pelos temas asiáticos e do mesmo modo aconteceu em
reverso dado que a sociedade, economia e política brasileira atraiu o interesse oriental.
De acordo com BECCARD (2008)
O aumento do interesse dos pesquisadores brasileiros pelos temas asiáticos
aconteceu de forma paralela ao crescimento espetacular da economia dos
países da Ásia-Pacífico nas décadas de 1970 e 1980 e do interesse recíproco
em expandir o intercâmbio comercial entre o Brasil e os países asiáticos
Segundo OLIVEIRA (1996), citado por BECCARD (2008) após o declínio da União
Soviética e o total esgotamento da II Revolução Industrial, inicia-se a formação de uma nova
estrutura de poder mundial, reconhecida pelo aumento da liberdade, onde até mesmo estados
médios e pequenos tem uma oportunidade maior de participação no cenário mundial, e no
continente asiático essa mudança pode ser notada com a ascensão chinesa como força ativa,
buscando o seu espaço. Por outro lado, na América do Sul, sempre esteve visível a figura do
Brasil como precursor da evolução social e econômica assim também da sua força como
potência regional por ser este estado controlador de uma grande parte do território sulamericano.
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Entretanto, para pesquisadores como os chineses ZHENXI (1997) ou GUANGKAI
(2001), existe o consenso de que após a Guerra Fria se estabeleceu uma força facilitadora da
multipolaridade no sistema internacional, uma maior liberdade, mesmo ainda havendo certa
pressão americana por uma organização unipolar no mundo. Para estes, a globalização no
campo da economia é o resultado esperado devido o desenvolvimento das forças produtivas e
da fragmentação da cadeia de trabalho a nível internacional e a força obrigatória para o
diálogo diplomático entre os estados.
Também neste pensamento CABRAL (2000) explica que a multipolaridade do sistema
e a necessidade de crescimento foi um dos pilares para o diálogo cooperativo entre Brasil e
China.
O novo dialogo Norte-Sul traduz-se no endividamento e permanente
limitação à soberania e independência dos países não detentores dessa força
produtiva. Neste contexto, as relações Sul-Sul, a exemplo da cooperação que
vem sendo construída entre o Brasil e a China, demonstram que ainda existe
a possibilidade de união e solidariedade entre os países do mundo em
desenvolvimento frente às relações de subordinação, contribuindo para a
construção de uma nova ordem internacional multipolar
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