Resumo Watts 1992

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Oportunismo Pós-contratual: Klein, Crawford e Alchian (1978) chamam de prêmio, um valor adicionado a transação como forma de estímulo e garantia de que o contrato celebrado será cumprido, visando à minimização de ações oportunistas.

Custos de conhecimento: O conhecimento pode ser gerado através da criação de empresas. Existem empresas porque os contratos alternativos para a produção de conhecimento são mais caros.

O custo de contratação tornou-se amplo, não envolve somente a elaboração e cumprimento dos contratos, mas também custos com a elaboração de informações e custos de agência.

Na evolução das empresas, Fama e Jensen (1983) apontam que, diante da concorrência, as empresas que entrega produtos ao preço mais baixo são as que sobrevivem. Os custos de contratação são partes dos custos das empresas e os custos de contratação incluem custos de agência, portanto, as empresas que sobrevivem são as empresas que minimizem os custos de contratação.

De acordo com Yamey (1962), definem o surgimento da contabilidade para a necessidade de controle sobre a honestidade e confiabilidade de seus “subordinados”. O termo “subordinados” sugere a existência de uma firma.

Teoria das Escolhas Contábeis

Para desenvolver uma teoria das escolhas contábeis não é suficiente considerar a contabilidade apenas como parte de acordos contratuais e organizacionais. Também é preciso identificar o papel da contabilidade nestes acordos e como os arranjos variam entre as empresas, pois por meio dessas disposições é que existem as escolhas contábeis.

Papel da contabilidade

Arranjos organizacionais: supõe-se que a contabilidade é parte de arranjos organizacionais de uma empresa que substitui o mecanismo de mercado quando as empregas são formadas. Quando uma transação de mercado é substituída por uma empresa, a empresas tem que desenvolver arranjos organizacionais que alocam direitos de decisão, desempenho de medida e premiar ou castigar o desempenho. A empresa só sobrevive se for mais rentável, se obter ganhos conjuntos.

A contabilidade é utilizada para definir os direitos de decisão e fornecer incentivos. A decisão de dividir a empresa em centros de lucro ou centros de custo é uma decisão sobre os direitos de decisão. Os centros de lucro, tipicamente, têm um conjunto diferente de direitos de decisão dos centros de custo. Gerente de centro de lucros normalmente têm o direito de tomar mais decisões do que gerentes de centro de custo.

O uso da contabilidade para restringir as decisões do gestor é provavelmente tão antigo quanto as empresas e a contabilidade. Gerentes de centros de lucros são remunerados com base nos lucros obtidos neste centro, de modo que sua remuneração, promoção ou “queima” são afetados por números contábeis. Os gerentes de centros de custo são avaliados de acordo com o cumprimento do orçamento.

Acordos contatuais: a contabilidade também desempenha um papel nos acordos contratuais que acompanham as transações entre as empresas e as partes fora da empresa. Os arranjos contratuais evoluem para tornar os custos da empresa eficazes. Estudos têm abordado os efeitos contábeis de dois tipos de contrato: contratos de dívida e de vendas.

Mecanismos de incentivo surgem quando são destinados direitos de decisão à um gestor e, as decisões serão tomadas com base em interesses próprios e estes interesses não correspondem a decisão mais eficaz para a empresa. Se os mecanismos de incentivos alinhar os interesses dos gestores com os acionistas, os gestores têm incentivos para tomar medidas que aumentam o valor das ações.

O autor cita problemas relacionados a tendência dos gerentes em transferir riquezas dos detentores de dívidas para os acionistas, mas argumenta que é preciso medir o desempenho gerencial com base em lucros e retornos sobre o ativo. Desta forma, esses planos incentivam os gestores em maximizar a empresa e não o valor das ações.

Contratos de venda também fazem uso de números contábeis. Os contratos custo mais margem são comuns no setor construção, são uma forma de transferir o risco.

Dados o papel da contabilidade nas organizações e nos contratos, a próxima questão são as variações nas escolhas contábeis.

Descentralização da empresa: Hayek (1945) e Harris, Raviv e Kriebel (1982) apontam que o sucesso de uma empresa depende da medida em que os direitos para tomar uma decisão e os conhecimentos relevantes para essa decisão são colocados dentro da empresa. A literatura tende a assumir que o conhecimento de muitas decisões repousa com os gerentes de nível mais baixo, embora este não é claramente sempre o caso. Segundo Jensen e Meckling (1991), quando o conhecimento é importante no processo da tomada de decisão, há vantagens em combinar a autoridade de decisão e o conhecimento relevante às decisões. Essa combinação pode ser efetuada de duas maneiras: pela transferência do conhecimento específico aos agentes que detêm os direitos de decisão ou pela transferência dos direitos de decisão aos agentes que possuem o conhecimento específico relevante. A resposta a esta pergunta depende dos custos de transferência do conhecimento versus os custos de transferência dos direitos de decisão.

É dispendioso transferir conhecimento, porque a compreensão de uma determinada peça de conhecimento pode exigir uma grande quantidade de experiência ou formação (requer capital humano) e o CEO não pode esperar para ter toda essa experiência ou formação adequada. Além disso, a transferência leva tempo e oportunidades de lucro podem ser perdidos no mesmo período. Transferência de direitos de decisão é caro porque o gerente de nível mais baixo age em seu próprio interesse e os incentivos não são perfeitos.

Lucros contábeis em melhores esquemas de remuneração da administração: os esquemas de compensação de incentivo têm como propósito alinhar os interesses dos gestores com os interesses dos acionistas. A teoria prevê que os contratos de compensação de incentivos ótimos vão tentar filtrar as flutuações no desempenho da empresa que estão além do controle do gerente. Sloan ( 1993) relata que os resultados contábeis são utilizados para definir a compensação dos gestores, existindo uma maior associação entre as compensações em dinheiro e os resultados contábeis do que com o preço as ações.

Os efeitos da compensação aos gestores nas escolhas contábeis: considerando que os ganhos contábeis são utilizados para