PERFIL DOS ACADÊMICOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIRG

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A evolução do ensino da contabilidade no país segue com a Lei nº. 4024, de 20 de dezembro de 1961 onde se iniciou a discussão formal sobre pós-graduação, mas foi só em 1970 a implantação dos primeiros programas Stricto Sensu em Contabilidade no Brasil. A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo foi pioneira no Programa de Mestrado em 1970 e também no programa de doutorado em 1978 (PELEIAS et al., 2007).

No supracitado pode-se observar que a contabilidade evoluiu com mais intensidade no XX, onde as situações exigiam decisões rápidas e consistentes. Nos dias atuais esse processo de desenvolvimento continua com mais velocidade, onde a adaptação é um desafio, o sucesso da contabilidade e de seus profissionais está intimamente ligado a percepção e as respostas rápidas aos novos desafios que surgem em decorrência do dinamismo que acompanha o desenvolvimento da sociedade (PELEIAS e BACCHI, 2004).

- Tendência do ensino contábil

O ensino da contabilidade deve promover a tomada de decisão com poucos recursos, contribuir para identificação das decisões relevantes fornecendo subsídios para direção, para o controle dos recursos humanos e de materiais, fornecer a capacitação dos alunos na geração de relatórios acerca o custo dos recursos, as oportunidades de melhoria e facilitar o controle e a função social. Em contrapartida os planos pedagógicos, em sua maioria, são elaborados seguindo apenas as diretrizes ministeriais em termos do conteúdo mínimo a ser cursado em cada período letivo. Essa é provavelmente o principal motivo para a falha entre a grande curricular e a gama de possibilidades de atuação dos formandos do ensino superior (CAPACCHI, 2007).

Outro recorrente problema no ensino da contabilidade é o excesso da teoria, quando:

A maioria dos alunos formandos não se sente preparada tecnicamente para enfrentar o mercado de trabalho. Como educadores, sabemos que essa é uma sensação normal entre os formandos de qualquer curso superior. Porém, no caso específico do Curso de Ciências Contábeis, no qual os conhecimentos técnicos e científicos da Contabilidade estão fortemente ligados, enfatiza-se muito o ensino da legislação fiscal, que altera quase que diariamente, e a sensação de desatualização e impotência frente ao trabalho contábil torna-se mais acentuado. (SERRA NEGRA, 2004, p.12).

Esse fato expressa a necessidade das aulas teóricas-práticas para facilitar o aprendizado e favorecer o crescimento e valorização da profissão contábil. As aulas precisam ser claras, fundamentadas na teoria, associadas ao dia-a-dia das empresas, com o acompanhamento e utilização dos recursos fornecidos pelas tecnologias desenvolvidas para área contábil (KOUNROUZAN, 2011).

Sendo assim, a mesma autora afirma ainda que as mudanças no mundo apontam para a ampliação do interesse voltado para os caminhos do ensino contábil no Brasil e se eles estão direcionados para a formação profissional adequada.

1.2 A QUALIDADE DO ENSINO CONTÁBIL

A relevância da discussão acerca do ensino contábil no Brasil foi reconhecida por Marion (1996, p. 11) quando afirma que “a universidade (ou qualquer outra instituição de ensino superior) é o local adequado para a construção do conhecimento, para a formação da competência humana”.

A qualidade do ensino contábil nacional se tornar ainda mais importante ao observar-se que:

O mercado de trabalho está escasso de profissionais qualificados, criativos e capacitados. Hoje, mais do que nunca, é preciso ter conscientização da importância da pesquisa em relação à construção do conhecimento. Para o ser humano ser criativo e conseguir solucionar todos os problemas encontrados no decorrer da vida profissional, é necessário que este esteja ciente de todos os assuntos relativos à sua área de atuação, tenha bastante desenvoltura e provoque a inovação (KOUNROUZAN, 2011, p.6).

Enquanto isso, a rápida expansão no número de cursos de Ciências Contábeis influencia diretamente no que se refere aos efeitos desfavoráveis provocados na qualidade do ensino, é natural esperar que, depois do acelerado crescimento de qualquer atividade, ocorra a acomodação, e no campo do ensino isso não é diferente, ou seja, algumas instituições não (OLIVEIRA, NASCIMENTO NETO e DANTAS, 2008).

1.3 A PROFISSÃO CONTÁBIL

A área contábil se desenvolve acompanhando a evolução da sociedade, nos dias atuais o profissional necessita ultrapassar do controle de informações, para auxiliar, com eficiência e utilizando suas ferramentas, na tomada de decisões da gerencia das organizações (SANTOS e SOUZA, 2010).

Toda a informação controlada pelo profissional contábil, para Paulo e Martins (2007, p.2), “influencia as decisões individuais de seus usuários, afetando a alocação dos recursos e o funcionamento dos mercados, consequentemente, a eficiência da economia”.

Cateli (2009, p.148) diz que:

O contador é um profissional muito importante para toda a organização. Convive com todas as transações da empresa, está a par de como a empresa está indo, o que ela precisa. O que ele tem que fazer é buscar os fundamentos, os princípios, para que possa atuar de forma mais eficaz, como um gestor também, não só como um escriturador. Atuar como um gestor, saber conviver com as culturas internas, saber que tudo o que faz mexe com Contabilidade, com as pessoas. Interagir, conhecer muitos dos aspectos ligados à tomada de decisões faz parte da profissão. Uma decisão influencia pessoas dentro e fora da empresa.

Então o profissional contábil é de suma importância, pois ele gera as informações com qualidade para os gestores embasarem suas decisões e é a partir delas que se tem demonstração financeira da situação da empresa.

A empresa é uma célula social que possui dentre suas funções, a manutenção econômica de pessoas físicas, de pessoas jurídicas e dos entes governamentais, através do recolhimento dos tributos. E o profissional de contabilidade, por participar ativamente do processo de gestão das empresas, como a sua constituição e acompanhamento de suas operações, orienta a implantação de controles internos, registra fatos, elabora e analisa demonstrações financeiras, e realiza muitas outras atividades como o objetivo de levar informações ao empresário para auxiliar a tomada de decisões (SOARES, LONDERO e SCHUMACHER, 2011).